terça-feira, 1 de setembro de 2009

Síndrome Patelofemural_Tese de Mestrado

Tese de Mestrado de Sandra Aliberti apresentada na Faculdade de Medicina da USP faz um estudo interessante com pacientes portadores da Síndrome Patelofemural, mostrando a complexidade desta patologia e as controvérsias da literatura a respeito da causa e do tipo de tratamento mais eficiente para esses pacientes.
Seu enfoque está direcionado para o alinhamento postural e dinâmico do retropé apontado como causa por alguns autores.
Interessante texto para estudo e importante também seria a busca das referência apresentadas no trabalho.
Resumo Original
A síndrome da dor patelofemural é uma das disfunções mais comuns que acometem o joelho, principalmente mulheres jovens fisicamente ativas. No entanto, o tratamento permanece desafiador por carecer de bases científicas que direcionem sua reabilitação. Distúrbios no alinhamento estático e dinâmico dos membros inferiores, como a pronação excessiva do retropé, têm sido associados na clínica e embasados teoricamente como fatores de risco para a disfunção. No entanto, estudos experimentais que embasem esta relação ainda são controversos. O objetivo geral deste estudo foi verificar a influência da síndrome da dor patelofemural no alinhamento postural do retropé e joelho, assim como na distribuição da pressão plantar durante a fase apoio do descer escadas e em três subfases do apoio da marcha. Foram estudados 77 adultos jovens de ambos os sexos, divididos em grupo controle (GC=47) e grupo síndrome da dor patelofemural (GSPF=30). Para responder a questões científicas específicas, foram realizados três experimentos. O experimento 1 teve o objetivo específico de verificar a associação entre a síndrome da dor patelofemural e o alinhamento postural dos membros inferiores (n=77; GC=47,GSPF=30). Para tanto, foram avaliadas três medidas clínicas: o ângulo do retropé, o ângulo Q (fotogrametria digital) e a orientação médiolateral da patela (método adaptado de Mc Connell). O experimento 2 teve como objetivo específico investigar a distribuição da pressão plantar de indivíduos com e sem diagnóstico de síndrome da dor patelofemural durante o descer escadas, e avaliar a dor dos sujeitos com essa disfunção antes e após a tarefa proposta (n=74; GC=44,GSPF=30). Para tanto, avaliouse a distribuição da pressão plantar por meio de palmilhas capacitivas (Pedar X System) na fase de apoio do descer escadas e a dor referida pelos sujeitos pela escala analógica visual de dor antes e depois da tarefa motora. O experimento 3 (n=57; GC=35,GSPF=22) buscou especificamente avaliar a influência da síndrome da dor patelofemural na distribuição da pressão plantar durante o contato inicial, médio-apoio e propulsão da fase de apoio da marcha. Os principais resultados demonstraram que não houve influência da disfunção no alinhamento postural do retropé e joelho. No entanto, durante o descer escadas, a síndrome da dor patelofemural esteve associada à um contato medialmente direcionado no retropé e médio-pé, assim como menores sobrecargas plantares, provavelmente associadas ao aumento significativo da dor relatada pelos sujeitos após a tarefa. Na marcha, os sujeitos com a disfunção realizaram novamente um contato inicial medialmente direcionado no retropé e uma propulsão mais lateralizada no antepé. Os resultados deste estudo mostram que a síndrome da dor patelofemural não esteve relacionada ao alinhamento postural do retropé e joelho, mas influenciou o padrão dinâmico da distribuição da pressão plantar tanto na marcha como no descer escadas. Estes achados confirmam a importância da avaliação dinâmica durante a reabilitação dos indivíduos com esta disfunção.
Texto completo no site Teses e Dissertações da USP. Clique Aqui

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Síndrome Patelofemural

A síndrome da dor patelofemural (SDPF) pode ser definida como uma dor anterior no joelho ou retropatelar, sendo agravada pelas atividades esportivas, subir e descer escadas, caminhar em terrenos inclinados, agachar e sentar por tempo prolongado.

Os fatores causadores da síndrome ainda não são bem estabelecidos, sendo que alguns autores citam as alterações biomecânicas do membro inferior como uma causa provável, e o desequilíbrio dinâmico entre os estabilizadores mediais (vasto medial obliquo - VMO) e os laterais (Vasto lateral obliquo e lateral longo - VLO e VLL) como a principal alteração. Esta teoria é confirmada por alguns estudos, mas não observada em outros.

Diante disto, o objetivo do estudo foi avaliar o tempo de reação reflexa (TRR) dos músculos VMO, VLL, VLM em indivíduos saudáveis e portadores da SDPF.
Os resultados do estudo mostram que VMO obliquo atinge o pico de ativação atrasado em relação aos estabilizadores laterais em ambos os grupos, não havendo diferença significativa. O estudo sugere que o TRR não pode servir como parâmetro para diferenciar os indivíduos portadores da SDPF, dos indivíduos saudáveis.

Lembrar que a amostra deste estudo era composta de individuos assintomaticos e que a SDPF é uma patologia de carater multifatorial.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Peso, Altura e Pressão Plantar

A baropodometria é um exame que avalia a distribuição da pressão plantar. É descrito na literatura que alguns fatores podem influenciar essa distribuição, entre eles o peso, a altura e o índice de relação entre as duas medidas, o IMC.

Este trabalho tem o objetivo de analisar se há uma relação entre esses fatores e pressão plantar em trabalhadoras que utilizam a postura ortostatica como predominante no trabalho.
A sobrecarga imposta pode gerar alterações biomecânicas e estresse articular que ocasionam doenças no pé, tornozelo, quadril e coluna, por forças cumulativas, daí a importância desta avaliação, justamente com o objetivo de prevenir disfunções do sistema musculo-esquelético.
O trabalho conclui através dos resultados obtidos que os picos de pressão são maiores quanto maior o IMC e a estatura.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Instabilidade Crônica de Tornozelo

Análise da Performance Funcional em Indivíduos com Instabilidade do Tornozelo: Revisão Sistemática

As entorses de tornozelo são as lesões mais freqüentes, onde o mecanismo causador mais comum é a supinação excessiva (Inversão + Flexão plantar) do complexo tornozelo-pé.
Cerca de 40-72% das lesões levam a problemas crônicos, como entorses recorrentes e limitação funcional.
As causa da instabilidade são:
*Instabilidade mecânica;
*Instabilidade funcional (déficits neuromusculares e proprioceptivos).
O objetivo do trabalho, publicado na RBME_2009, foi “realizar uma revisão sistemática da literatura a fim de levantar a existência de medidas clínicas que avaliem a performance funcional de indivíduos com instabilidade crônica do tornozelo, assim como levantar a existência de estudos que verifiquem objetivamente a presença de déficits de performance funcional nesses indivíduos”.
Foram selecionados inicialmente 253 estudos, mas apenas 6 preencheram os critérios de inclusão desta revisão. Após a verificação dos estudos observou-se que apenas os testes Multiple hop test e SEBT tem sua validade e confiabilidade verificadas como instrumentos de avaliação capazes de detectar déficits na performance funcional em indivíduos com instabilidade do tornozelo.
Os déficits apresentados em ambos os testes estão relacionados com uma dificuldade de realizarem correções posturais necessárias para completar as tarefas motoras requeridas, ou seja, esses sujeitos apresentariam um déficit de equilíbrio dinâmico, o que reforçam a idéia de que a instabilidade está relacionada com a presença de déficits proprioceptivos e de controle neuromuscular.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Pilates

O estudo teve como objetivo analisar a influência do Pilates® sobre a força na flexão do braço e nos exercícios abdominais durante 9 semanas. Foram recrutadas 12 voluntárias que realizaram o Pilates® 3 vezes por semana durante 50 minutos. O teste de flexão de braço foi realizado em quatro apoios até a exaustão, enquanto os abdominais foram o número de repetições durante 1 minuto. Os resultados do pré-teste e do pós-teste foram significativos, o que credencia o Pilates® como uma modalidade de exercício para a saúde e qualidade de vida e para a reabilitação das disfunções da coluna.
Inúmeros são os estudos na literatura que mostram os benefícios do Pilates®. Pesquisa realizada no Pubmed encontrou mais de 30 estudos com a palavra Pilates® no titulo dos artigos, e vários destes mostram resultados positivos na aplicação do método em diversas patologias.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

LCA e CCF e CCA

Artigo publicado na revista brasileira de Biomecênica analisa a co-ativação dos músculos da coxa em exercícios de cadeia cinética aberta e fechada em indivíduos com lesão do LCA.
Estudos anteriores mostram que há uma fraqueza de quadríceps após reconstrução do ligamento, o que indica um trabalho especifico de fortalecimento deste músculo. O problema do trabalho de fortalecimento é sobrecarregar o enxerto, já que a extensão do joelho leva a uma translação anterior da tíbia que leva a uma tensão no LCA. A co-ativação muscular é importante para estabilizar o joelho e diminuir com isso a tensão no ligamento operado.
Qual tipo de exercício é mais eficiente? É o que o trabalho tenta responder.
O artigo faz na introdução uma belíssima revisão sobre co-ativação e sua importância na reabilitação.
Os resultados revelaram que não há diferença significativa entre o lado lesado e normal em exercícios de CCA ou CCF, e que também não há diferença nos diferentes ângulos propostos em CCA. Estes resultados colocam em dúvida o papel dos isquiotibiais na proteção do LCA em CCA. Já em CCF a co-ativação é maior quanto menor os ângulos de flexão.
Outro achado importante é a maior co-ativação em CCF quando comparado com os exercícios em CCA, o que contribui com a estabilidade do joelho e menor tensão do LCA.
O trabalho conclui que os exercícios em CCF a 30º são os mais indicados no protocolo de reabilitação do joelho se há o objetivo de aumentar o valor de co-ativação da musculatura da coxa.


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segunda-feira, 29 de junho de 2009

Glossário de Termos

Um interessante glossário de termos que são mais usados em metodologia de pesquisa, e áreas afins como epidemiologia e estatística. Você encontrará mais de 350 termos que te ajudarão a entender alguns conceitos que são utilizados nos artigos científicos, como por exemplo, os termos confiabilidade, especificidade, variabilidade, validação, reprodutibilidade...

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Flexibilidade dos Isquiotibiais

Artigo publicado na Revista Brasileira de Medicina do Esporte faz um estudo sobre a influência do número de sessões por semana na flexibilidade dos músculos isquiotibiais, e chega a uma conclusão interessante, não há diferença significativa entre os grupos que realizam 3X por semana, quando comparados com o grupo de 5X por semana. Porém o grupo que realizou o treino com 5X, apresentou uma melhora mais rápida (3ª sessão) que o outro grupo, que foi apresentar sua melhora apenas na 10ª sessão. É bom lembrar que havia um grupo controle que não fez nenhum tipo de treino e não apresentou nenhuma melhora.





terça-feira, 9 de junho de 2009

Dor lombar e sua relação com o quadril e o pé.

Artigo publicado no JOSPT 1999 o autor descreve, através de um estudo de caso, a relação entre quadril, pé e dor lombar. Diversos estudos mostram a relação entre ADM de rotação de quadril e dor lombar, e outros mostram a relação entre a pronação excessiva e dor lombar. Neste estudo o autor faz uma interessante discussão sobre estas relações.
O paciente descrito apresentava dor lombar crônica, com sinais de disfunção na articulação sacroiliaca e já tinha feito tratamentos diversos, entre eles osteopatia, sem melhora prolongada dos sintomas.
Através da correção da assimetria na rotação lateral do quadril e do uso de palminha para corrigir a pronação excessiva do pé, o paciente apresentou melhora dos sinais e sintomas até um ano após o tratamento.
Apesar de ser somente um estudo de caso, é um interessante artigo.

Sinais e sintomas sugestivos de disfunção sacroiliaca:
-Dor em volta ou próximo do sulco sacral;
-Dor à palpação do sulco sacral;
-Paciente com mobilidade de tronco normal e sem ou com pouca dor;
-Dor sem sinais neurológicos (dor irradiada);
-Rotação de quadril mostra assimetria;
-Há evidência de obliqüidade pélvica;
-Paciente apresenta dor leve a moderada;
-Paciente não apresenta dor à palpação na região lombar.

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quinta-feira, 4 de junho de 2009

Exercício de Resistência Progressiva

Artigo publicado na Physical Therapy-Novembro de 2005 faz uma revisão sobre Exercício de resistência progressiva (PRE) na Fisioterapia, examinando os efeitos positivos e negativos desta intervenção, usando para isso revisões sistemáticas produzidas sobre o tema em diversas áreas.
Foram revisados 18 artigos de revisão sistemática sobre o tema: 4 na área de cardiopulmonar, 5 em disfunções musculo-esqueléticas, 4 neuromuscular e 5 em geriatria.
Principais resultados encontrados:
Cardiopulmonar:
DPOC: Há um aumento significativo na capacidade de produzir força em MMSS e MMII, sem efeito na função respiratória. Não encontrou melhora significativa no desempenho do teste de caminhada de 6 minutos, mas houve uma melhora quando se utilizou a análise do questionário de qualidade de vida (SF-36).
PA: Uma metanálise mostrou melhora da pressão sitólica, diastólica, pressão arterial média e frequência cardíaca de repouso após PRE. Nenhum artigo mostrou se a melhora foi mantida após a intervenção.
Musculoesquelética:
Dor Lombar e Cervical: Conclui-se que o treino de resistência melhora a dor e a capacidade de gerar força. Foi demonstrado também, que a capacidade de gerar força foi acompanhado por hipertrofia dos músculos do tronco. O PRE foi mais efetivo que o repouso, mas obteve os mesmos resultados quando comparados com o treino de flexibilidade e os exercícios aeróbios.
Artrites e Fraturas: O PRE melhora a dor e a capacidade de realizar as AVDs.
Neuromuscular:
PC: Há fortes evidências que o PRE pode aumentar a habilidade de gerar força em pessoas com PC. Concluiu-se também que o PRE não aumenta a hipertonia.
AVE: O PRE aumenta a capacidade de gerar força, mas não são todos os trabalhos que mostram melhora nas atividades funcionais, portnto não há um consenso.
Geriatria: Fortes evidências que o PRE aumenta a capacidade de gerar força em pessoas idosas, independente da idade, e que também um aumento na massa magra após um período de intervenção.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Tendinose Patelar

A Tendinose Patelar é uma patologia crônica-degenerativa do tendão patelar sem necessariamente apresentar um quadro inflamatório que pode evoluir para uma ruptura total. Ocorre em função de uma sobrecarga no tendão, que gera um deficit na relação degradação/regeneração levando a uma degeneração tecidual. Os fatores causadores podem ser treinamento excessivo, erro na execução do gesto esportivo, superficie de treinamento, alterações anatomicas e biomecânicas, desequilíbrios e encurtamentos musculares, entre outros. Diversos autores tem sugerido também que o alinhamento do calcâneo, antepé e patela estaria associado ao surgimento da tendinose patelar. Esse desalinhamento causaria durante a marcha uma pronação excessiva do pé, o que sobrecarregaria a banda iliotibial, que quando sobrecarregada levaria a patela em um movimento lateral excessivo, esse movimento desalinharia o tendão patelar sobrecarregando-o de forma assimétrica.
Diversas medidas podem ser feitas para avaliar o desalinhamento patelar, entre elas podemos citar os ângulos de McConnel, Arno e ângulo Q.
No artigo Comparação do alinhamento anatômico de membros inferiores entre individuos saudáveis e individuos com tendinose patelar, o autor avalia estes diversos ângulos nos dois grupos, e encontra valores do ângulo de Arno maiores significativamente em individuos com tendinose quando comparados com indivíduos normais. Em individuos com o ângulo de Arno maiores, ocorreria um aumento das forças lateralizantes sobre a patela durante as atividades funcionais.
Vale a pena dar uma lida no artigo completo (Site do Crefit-3_RBF 2005_Vol 9:101-107)

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Avaliação clínico-radiográfica da mobilidade da lordose lombar

RESUMO
O objetivo deste trabalho foi estabelecer o padrão normal dos valores angulares para a lordose lombar, determinar a mobilidade clínico-radiológica no plano sagital (flexo-extensão) da coluna lombar e testar a força dos músculos abdominais em indivíduos de ambos os sexos em três faixas etárias. MÉTODOS: Foram avaliados 150 indivíduos, sem queixas álgicas ou deformidades vertebrais, todos escolhidos aleatoriamente. Os participantes foram divididos em três grupos de 50 indivíduos de acordo com a faixa etária I) 0 a 20; II) 21 a 40 e III) 41 a 60 – totalizando 79 do sexo masculino e 71 do feminino. Todos foram submetidos a exames radiográficos da coluna lombar em ortostatismo, na incidência em perfil, com o tronco em flexão máxima e em posição neutra. Os indivíduos da pesquisa foram também avaliados quanto à capacidade de realizar exercícios abdominais com os membros inferiores estendidos e fletidos, para investigar a atuação dos músculos lordogênicos e antilordogênicos, respectivamente. A partir das radiografias, foram medidos os seguintes ângulos: a) entre o topo de L1 e o topo de L5; b) topo de L1 e a base de L5; c) topo de L1 e o topo de S1; d) base de L5 e o topo de S1 (ângulo da articulação lombossacra) e e) topo de L5 e base de L5 (acunhamento de L5). RESULTADOS: Nos três grupos, os resultados médios para os ângulos a, b e c foram, respectivamente, de 37°, 44° e 57° em neutro e de –1°, 6° e 11° em flexão máxima. No grupo I, as médias foram de 33,3°, 42° e 56,7° em neutro e de –18,8°, –12,4° e –12,4° em flexão máxima; no grupo II, foram de 36,1°, 42,9° e 55,9° em neutro e de 4,2°, 10,6° e 18,1° em flexão máxima; e no grupo III, de 41,2°, 48° e 58,2° em neutro e de 12,6°, 18,5° e 26,5° em flexão máxima. Para o ângulo da articulação lombossacra, as médias foram de 14,6°, 12,2° e 10,1° em neutro e de 1,4°, 7,5° e 7,9° em flexão máxima, para os grupos I, II e III, respectivamente. A média do ângulo de acunhamento de L5 foi de 8,6°, 7,6° e 4,4° em neutro e de 5,9°, 6,1° e 3,6° em flexão, para os grupos I, II e III, respectivamente. Exercício abdominal com os membros inferiores estendidos foi realizado por 100% dos indivíduos no grupo I, 70% no II e 48% no III, enquanto que com os membros inferiores fletidos foi executado por 96% do grupo I, 46% do II e 16% do III. CONCLUSÃO: Decrescem concomitantemente a mobilidade em flexão da coluna lombossacra e a força dos músculos abdominais com o aumento da idade.
  • O trabalho é interessante e vale a pena uma lida, pois mostra que nos sujeitos analisados ocorre uma manutenção nos ângulos da lordose lombar nas diversas faixas etárias, mas uma diminuição na mobilidade e na força dos abdominais, no qual ocorre um desequilíbrio de forças entre iliopsoas e abdominais. O iliopsoas com o aumento da idade fica mais forte, sendo que ele é lordosante, enquanto os abdominais são retroversores da pelve. Esse desequilíbrio agrava as consequências advinda da lordose para as articulações facetárias da coluna, aumentando a sobrecarga e os movimentos translatórios excessivos, gerando mais dor e mais desgaste.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Tratamento de manipulação da coluna para dor lombar (Cochrane Review)
Assendelft WJJ, Morton SC, Yu Emily I, Suttorp MJ, Shekelle PG
Esta revisão deve ser citada como: Assendelft WJJ, Morton SC, Yu Emily I, Suttorp MJ, Shekelle PG. Tratamento de manipulação da coluna para dor lombar (Cochrane Review) (Cochrane Review). In: Resumos de Revis�es Sistem�ticas em Portugu�s, Issue , . Oxford: Update Software.
Resumo
Objetivos

Solucionar as discrepâncias relacionadas ao uso do tratamento de manipulação da coluna e as atualizar estimativas de efetividade já existentes, comparando o tratamento de manipulação da coluna com outros tratamentos e incorporando dados de ensaios clínicos controlados randomizados recentes e de qualidade boa na metanálise.
Antecedentes
A dor lombar é uma doença dispendiosa, para a qual se recomenda freqüentemente o tratamento de manipulação da coluna. Revisões sistemáticas anteriores e diretrizes médicas mostram resultados discrepantes sobre a efetividade desse tratamento para dor lombar.
Estratégia de pesquisa
Foi realizada busca eletrônica nas seguintes bases de dados, desde seu respectivo início até janeiro de 2000: The Cochrane Central Register of Controlled Trials, MEDLINE, EMBASE e CINAHL. Foi usada a estratégia de busca do grupo The Cochrane Back Group. Também se verificaram as referências de revisões sistemáticas anteriores.
Critério de seleção
Ensaios clínicos controlados randomizados que avaliaram o tratamento de manipulação da coluna para pacientes com dor lombar com, pelo menos, um dia de seguimento e, no mínimo, um desfecho clinicamente importante.
Recompilação e análise de dados
Dois autores, que trabalharam como revisores em todas as etapas da metanálise, extraíram independentemente os dados sem mascaramento. Os tratamentos para comparação foram classificados nas sete categorias seguintes: simulação, tratamento convencional da clínica geral, analgésicos, fisioterapia, exercícios, educação postural ou um grupo de tratamentos julgados não efetivos ou até mesmo prejudiciais (tração, colete, repouso no leito, tratamento domiciliar, gel tópico, ausência de tratamento, diatermia e massagem simples).
Resultados principais
Foram identificados trinta e nove ensaios clínicos controlados randomizados. Foram desenvolvidos modelos de meta-regressão para dor aguda ou crônica e para dor e função a curto e médio prazo. Para pacientes com dor lombar aguda, o tratamento de manipulação da coluna só foi melhor do que a simulação (diferença de 10 mm [IC 95%: de 2 a 17 mm] em uma escala análoga visual de 100 mm) ou do que os tratamento julgados não efetivos ou até mesmo prejudiciais. O tratamento de manipulação da coluna não apresentou vantagem estatística ou clinicamente significante sobre o tratamento clínico geral, o uso de analgésicos, a fisioterapia, o uso de exercícios ou a educação postural. Os resultados para pacientes com dor lombar crônica foram semelhantes. A irradiação da dor, a qualidade do estudo, a profissão do manipulador e o uso de manipulação isolada ou combinada com outros tratamentos não afetaram esses resultados.
Conclusões dos revisores
Não há evidências de que o tratamento de manipulação da coluna seja melhor do que outros tratamentos padrão para pacientes com dor lombar aguda ou crônica.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Exercícios para dor lombar

Artigo publicado no American Journal Lifestyle Medicine (maio 2009), mostra a importância de manter o paciente com dor lombar realizando exercício físico, pois caso opte por uma vida sedentária ou dê preferência ao repouso, a possibilidade de cronificar seu quadro aumenta. Um terço dos pacientes que não tiveram nenhum atividade por conta das dores, voltaram a sentir 3 meses após a melhora do quadro inicial. Fortes evidências sustentam um programa de exercícios de força e flexibilidade associado a orientações domiciliares e ergonomicas para pacientes com dor lombar, seja aguda ou crônica. É lógico que nos casos agudos, o programa deve ser realizado com cautela e de forma mais leve, pois deve se evitar o repouso, já que a melhora obtida somente com o repouso, desaparece alguns meses depois.
Am J Lifestyle Med. 2009;3(1):63-70

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Tese de Mestrado

Avaliação da marcha em idosas ativas e sedentárias
Resumo Original
O aumento da expectativa de vida é um dos objetivos da saúde pública, porém, não menos importante, é a preservação da capacidade e independência funcional. A dificuldade de locomoção é um dos fatores mais limitantes das atividades de vida diária dos idosos. O envelhecimento e a inatividade contribuem para a diminuição da força muscular e da flexibilidade, aumento da incidência de quedas e perda da capacidade para as atividades da vida diária. O objetivo deste estudo foi avaliar a marcha de indivíduos idosos: sedentários e praticantes de exercícios, gerais ou resistidos. Foram feitas as medidas espaciais e temporais da marcha com utilização de pegadas com tinta marcadas em uma passadeira de papel e de um cronômetro. Os parâmetros avaliados foram medidos em marcha de dez metros. Resultados: O grupo de sedentários apresentou menor velocidade e maior tempo da marcha; menor comprimento dos passos e das passadas, e menor cadência. Entre os dois grupos praticantes de exercícios, não houve diferenças. A largura do passo não foi diferente entre os três grupos, pois depende mais dos fatores antropométricos para o posicionamento dos pés. Os exercícios físicos podem ter influenciado nos parâmetros da marcha do que a altura dos indivíduos. Este estudo mostra que o exercício físico regular melhora os parâmetros da marcha.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Prevenção de lesões do LCA

Estudo de revisão publicado na Revista Brasileira de Medicina do Esporte faz uma análise da importância de um trabalho de prevenção das lesões do LCA nos atletas de futebol. O artigo faz uma discussão interessante sobre a epidemiologia das lesões de LCA, os fatores internos e externos predisponentes da lesão e propõe um programa de prevenção de lesão do LCA em jogadores de futebol que deveria fazer parte do treinamento dos atletas.
Programa de prevenção de lesões do LCA em futebolistas
Prevenção de lesões do ligamento cruzado anterior em futebolistas.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Revisão Sistemática

Revisão é um resumo de todos os estudos publicados na literatura sobre um determinado assunto. A revisão sistemática é uma revisão planejada para responder determinada pergunta, que usa "métodos sistemáticos para identificar, selecionar e avaliar criticamente os estudos, e para coletar e analisar os dados destes estudos incluídos na revisão", coletando o que tem de melhor na literatura especializada. Por isso na hierarquia das evidências cientificas, as revisões sistemáticas estão no topo da pirâmide, mostrando sua importância para a prática clínica e a pesquisa.

"Conhecer o processo de desenvolvimento de uma revisão sistemática pode auxiliar o leitor a compreender esse tipo de estudo. No entanto, o leitor tem de se preparar ainda para avaliar a qualidade da revisão sistemática17,18 e para selecionar o que interessa entre diferentes revisões sobre o mesmo tema19. É importante considerar como as conclusões desse tipo de estudo podem ser aplicadas na prática clínica, levando-se em conta o paciente e o contexto em que essa será implementada.
A publicação de estudos de revisão sistemática, bem como de outros que sintetizam resultados de pesquisa, é um passo para a prática baseada em evidência. Mas, para que isso ocorra de fato, torna-se necessária uma mudança de comportamento por parte dos profissionais da saúde. Essa mudança implica não só consumir a literatura disponibilizada, mas também levar essa informação para a prática clínica cotidiana. O objetivo final desse processo é melhorar a qualidade dos cuidados oferecidos pelos profissionais da saúde".

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Avaliação pós-artroscopia

Estudo publicado na revista Arthritis & Research em dezembro de 2006, analisou a força e a performance funcional de 45 pacientes que foram submetidos a cirurgia de menisco (retirada parcial ou total) 6 meses a um ano antes da pesquisa. Foram também medidos a dor, a função nas AVDs e esportes e a relação com a qualidade de vida, usando para isso KOOS (Knee Injury and Osteoarthrits Outcome Score). Os resultados mostraram que havia uma diferença entre o lado operado e o sadio, onde o operado apresentava índices menores de força e função.
O artigo mostra a importância do trabalho de recuperação pós-operatória na força principalmente do músculo quadríceps, que mostrou uma relação importante com a função. É comum a alta prematura do paciente sem a recuperação devida do mesmo. Clique Aqui

Figure 2. Knee Injury and Osteoarthritis Outcome Score (KOOS) results for the study group versus 2 reference groups from a previous study ([26]). Mean scores are reported as an outcome profile of the 5 dimensions of the KOOS. A score of 100 represents no knee problems, and 0 represents extreme problems. ADL = activities of daily living; Sport/Rec = sports and recreation; QOL = quality of life; -- = present study group; -- = patients with radiographic osteoarthritis who underwent meniscectomy 17 years ago; -- = age- and sex-matched controls without osteoarthritis or known knee injury.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Artigo_Flexibilidade (Revisão)

O treino da flexibilidade muscular e o aumento da amplitude de movimento: uma revisão crítica da literatura. Motri., dez. 2008, vol.4, no.4, p.59-70.
Resumo:
O treino da flexibilidade muscular põe em evidência uma série de princípios neurofisiológicos e um conjunto intrincado de propriedades musculares e visco-elásticas. São diversos os métodos de estiramento realizados nos contextos clínico e desportivo. Apesar da sua utilização ser comum, não é usual os profissionais de saúde e educação reflectirem sobre as componentes e eficácia dos diversos métodos de estiramento. Neste artigo, realizamos uma revisão crítica dos diversos métodos utilizados no treino de flexibilidade, assim como dos princípios e parâmetros que com eles se relacionam. Daremos especial ênfase aos princípios em que se baseia a facilitação neuromuscular proprioceptiva e os diversos métodos de relaxamento local, como o aquecimento. Para além disso, teremos em conta os dados reveladores relativos ao paradoxo do Coeficiente de elasticidade, os quais podem ajudar a conceber uma filosofia de intervenção do treino de flexibilidade divergente relativamente ao que classicamente tem sido defendido e efectivado.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Objetivo do Blog

A prática baseada em evidências é uma realidade que cresce na fisioterapia, ainda bem. Este blog tem o objetivo de discutir esse tema voltado especificamente para a Fisioterapia aplicada à Ortopedia.
É preciso basear nossas ações em número maior de evidências de boa qualidade, justamente com objetivo de melhorar a nossa prática. A Fisioterapia passa por um momento onde os cursos e especializações fajutas, tentam vender a ideia de panaceia para resolver todos os problemas, sem nenhuma comprovação da sua eficiência.
Escolher a melhor evidência também não é tarefa fácil, e é isso que o blog também pretende discutir. Não deixe de postar seus comentários, isto será muito importante.
Segue abaixo a lista de alguns artigos que tratam do assunto: