quinta-feira, 28 de maio de 2009

Avaliação clínico-radiográfica da mobilidade da lordose lombar

RESUMO
O objetivo deste trabalho foi estabelecer o padrão normal dos valores angulares para a lordose lombar, determinar a mobilidade clínico-radiológica no plano sagital (flexo-extensão) da coluna lombar e testar a força dos músculos abdominais em indivíduos de ambos os sexos em três faixas etárias. MÉTODOS: Foram avaliados 150 indivíduos, sem queixas álgicas ou deformidades vertebrais, todos escolhidos aleatoriamente. Os participantes foram divididos em três grupos de 50 indivíduos de acordo com a faixa etária I) 0 a 20; II) 21 a 40 e III) 41 a 60 – totalizando 79 do sexo masculino e 71 do feminino. Todos foram submetidos a exames radiográficos da coluna lombar em ortostatismo, na incidência em perfil, com o tronco em flexão máxima e em posição neutra. Os indivíduos da pesquisa foram também avaliados quanto à capacidade de realizar exercícios abdominais com os membros inferiores estendidos e fletidos, para investigar a atuação dos músculos lordogênicos e antilordogênicos, respectivamente. A partir das radiografias, foram medidos os seguintes ângulos: a) entre o topo de L1 e o topo de L5; b) topo de L1 e a base de L5; c) topo de L1 e o topo de S1; d) base de L5 e o topo de S1 (ângulo da articulação lombossacra) e e) topo de L5 e base de L5 (acunhamento de L5). RESULTADOS: Nos três grupos, os resultados médios para os ângulos a, b e c foram, respectivamente, de 37°, 44° e 57° em neutro e de –1°, 6° e 11° em flexão máxima. No grupo I, as médias foram de 33,3°, 42° e 56,7° em neutro e de –18,8°, –12,4° e –12,4° em flexão máxima; no grupo II, foram de 36,1°, 42,9° e 55,9° em neutro e de 4,2°, 10,6° e 18,1° em flexão máxima; e no grupo III, de 41,2°, 48° e 58,2° em neutro e de 12,6°, 18,5° e 26,5° em flexão máxima. Para o ângulo da articulação lombossacra, as médias foram de 14,6°, 12,2° e 10,1° em neutro e de 1,4°, 7,5° e 7,9° em flexão máxima, para os grupos I, II e III, respectivamente. A média do ângulo de acunhamento de L5 foi de 8,6°, 7,6° e 4,4° em neutro e de 5,9°, 6,1° e 3,6° em flexão, para os grupos I, II e III, respectivamente. Exercício abdominal com os membros inferiores estendidos foi realizado por 100% dos indivíduos no grupo I, 70% no II e 48% no III, enquanto que com os membros inferiores fletidos foi executado por 96% do grupo I, 46% do II e 16% do III. CONCLUSÃO: Decrescem concomitantemente a mobilidade em flexão da coluna lombossacra e a força dos músculos abdominais com o aumento da idade.
  • O trabalho é interessante e vale a pena uma lida, pois mostra que nos sujeitos analisados ocorre uma manutenção nos ângulos da lordose lombar nas diversas faixas etárias, mas uma diminuição na mobilidade e na força dos abdominais, no qual ocorre um desequilíbrio de forças entre iliopsoas e abdominais. O iliopsoas com o aumento da idade fica mais forte, sendo que ele é lordosante, enquanto os abdominais são retroversores da pelve. Esse desequilíbrio agrava as consequências advinda da lordose para as articulações facetárias da coluna, aumentando a sobrecarga e os movimentos translatórios excessivos, gerando mais dor e mais desgaste.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Tratamento de manipulação da coluna para dor lombar (Cochrane Review)
Assendelft WJJ, Morton SC, Yu Emily I, Suttorp MJ, Shekelle PG
Esta revisão deve ser citada como: Assendelft WJJ, Morton SC, Yu Emily I, Suttorp MJ, Shekelle PG. Tratamento de manipulação da coluna para dor lombar (Cochrane Review) (Cochrane Review). In: Resumos de Revis�es Sistem�ticas em Portugu�s, Issue , . Oxford: Update Software.
Resumo
Objetivos

Solucionar as discrepâncias relacionadas ao uso do tratamento de manipulação da coluna e as atualizar estimativas de efetividade já existentes, comparando o tratamento de manipulação da coluna com outros tratamentos e incorporando dados de ensaios clínicos controlados randomizados recentes e de qualidade boa na metanálise.
Antecedentes
A dor lombar é uma doença dispendiosa, para a qual se recomenda freqüentemente o tratamento de manipulação da coluna. Revisões sistemáticas anteriores e diretrizes médicas mostram resultados discrepantes sobre a efetividade desse tratamento para dor lombar.
Estratégia de pesquisa
Foi realizada busca eletrônica nas seguintes bases de dados, desde seu respectivo início até janeiro de 2000: The Cochrane Central Register of Controlled Trials, MEDLINE, EMBASE e CINAHL. Foi usada a estratégia de busca do grupo The Cochrane Back Group. Também se verificaram as referências de revisões sistemáticas anteriores.
Critério de seleção
Ensaios clínicos controlados randomizados que avaliaram o tratamento de manipulação da coluna para pacientes com dor lombar com, pelo menos, um dia de seguimento e, no mínimo, um desfecho clinicamente importante.
Recompilação e análise de dados
Dois autores, que trabalharam como revisores em todas as etapas da metanálise, extraíram independentemente os dados sem mascaramento. Os tratamentos para comparação foram classificados nas sete categorias seguintes: simulação, tratamento convencional da clínica geral, analgésicos, fisioterapia, exercícios, educação postural ou um grupo de tratamentos julgados não efetivos ou até mesmo prejudiciais (tração, colete, repouso no leito, tratamento domiciliar, gel tópico, ausência de tratamento, diatermia e massagem simples).
Resultados principais
Foram identificados trinta e nove ensaios clínicos controlados randomizados. Foram desenvolvidos modelos de meta-regressão para dor aguda ou crônica e para dor e função a curto e médio prazo. Para pacientes com dor lombar aguda, o tratamento de manipulação da coluna só foi melhor do que a simulação (diferença de 10 mm [IC 95%: de 2 a 17 mm] em uma escala análoga visual de 100 mm) ou do que os tratamento julgados não efetivos ou até mesmo prejudiciais. O tratamento de manipulação da coluna não apresentou vantagem estatística ou clinicamente significante sobre o tratamento clínico geral, o uso de analgésicos, a fisioterapia, o uso de exercícios ou a educação postural. Os resultados para pacientes com dor lombar crônica foram semelhantes. A irradiação da dor, a qualidade do estudo, a profissão do manipulador e o uso de manipulação isolada ou combinada com outros tratamentos não afetaram esses resultados.
Conclusões dos revisores
Não há evidências de que o tratamento de manipulação da coluna seja melhor do que outros tratamentos padrão para pacientes com dor lombar aguda ou crônica.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Exercícios para dor lombar

Artigo publicado no American Journal Lifestyle Medicine (maio 2009), mostra a importância de manter o paciente com dor lombar realizando exercício físico, pois caso opte por uma vida sedentária ou dê preferência ao repouso, a possibilidade de cronificar seu quadro aumenta. Um terço dos pacientes que não tiveram nenhum atividade por conta das dores, voltaram a sentir 3 meses após a melhora do quadro inicial. Fortes evidências sustentam um programa de exercícios de força e flexibilidade associado a orientações domiciliares e ergonomicas para pacientes com dor lombar, seja aguda ou crônica. É lógico que nos casos agudos, o programa deve ser realizado com cautela e de forma mais leve, pois deve se evitar o repouso, já que a melhora obtida somente com o repouso, desaparece alguns meses depois.
Am J Lifestyle Med. 2009;3(1):63-70

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Tese de Mestrado

Avaliação da marcha em idosas ativas e sedentárias
Resumo Original
O aumento da expectativa de vida é um dos objetivos da saúde pública, porém, não menos importante, é a preservação da capacidade e independência funcional. A dificuldade de locomoção é um dos fatores mais limitantes das atividades de vida diária dos idosos. O envelhecimento e a inatividade contribuem para a diminuição da força muscular e da flexibilidade, aumento da incidência de quedas e perda da capacidade para as atividades da vida diária. O objetivo deste estudo foi avaliar a marcha de indivíduos idosos: sedentários e praticantes de exercícios, gerais ou resistidos. Foram feitas as medidas espaciais e temporais da marcha com utilização de pegadas com tinta marcadas em uma passadeira de papel e de um cronômetro. Os parâmetros avaliados foram medidos em marcha de dez metros. Resultados: O grupo de sedentários apresentou menor velocidade e maior tempo da marcha; menor comprimento dos passos e das passadas, e menor cadência. Entre os dois grupos praticantes de exercícios, não houve diferenças. A largura do passo não foi diferente entre os três grupos, pois depende mais dos fatores antropométricos para o posicionamento dos pés. Os exercícios físicos podem ter influenciado nos parâmetros da marcha do que a altura dos indivíduos. Este estudo mostra que o exercício físico regular melhora os parâmetros da marcha.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Prevenção de lesões do LCA

Estudo de revisão publicado na Revista Brasileira de Medicina do Esporte faz uma análise da importância de um trabalho de prevenção das lesões do LCA nos atletas de futebol. O artigo faz uma discussão interessante sobre a epidemiologia das lesões de LCA, os fatores internos e externos predisponentes da lesão e propõe um programa de prevenção de lesão do LCA em jogadores de futebol que deveria fazer parte do treinamento dos atletas.
Programa de prevenção de lesões do LCA em futebolistas
Prevenção de lesões do ligamento cruzado anterior em futebolistas.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Revisão Sistemática

Revisão é um resumo de todos os estudos publicados na literatura sobre um determinado assunto. A revisão sistemática é uma revisão planejada para responder determinada pergunta, que usa "métodos sistemáticos para identificar, selecionar e avaliar criticamente os estudos, e para coletar e analisar os dados destes estudos incluídos na revisão", coletando o que tem de melhor na literatura especializada. Por isso na hierarquia das evidências cientificas, as revisões sistemáticas estão no topo da pirâmide, mostrando sua importância para a prática clínica e a pesquisa.

"Conhecer o processo de desenvolvimento de uma revisão sistemática pode auxiliar o leitor a compreender esse tipo de estudo. No entanto, o leitor tem de se preparar ainda para avaliar a qualidade da revisão sistemática17,18 e para selecionar o que interessa entre diferentes revisões sobre o mesmo tema19. É importante considerar como as conclusões desse tipo de estudo podem ser aplicadas na prática clínica, levando-se em conta o paciente e o contexto em que essa será implementada.
A publicação de estudos de revisão sistemática, bem como de outros que sintetizam resultados de pesquisa, é um passo para a prática baseada em evidência. Mas, para que isso ocorra de fato, torna-se necessária uma mudança de comportamento por parte dos profissionais da saúde. Essa mudança implica não só consumir a literatura disponibilizada, mas também levar essa informação para a prática clínica cotidiana. O objetivo final desse processo é melhorar a qualidade dos cuidados oferecidos pelos profissionais da saúde".

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Avaliação pós-artroscopia

Estudo publicado na revista Arthritis & Research em dezembro de 2006, analisou a força e a performance funcional de 45 pacientes que foram submetidos a cirurgia de menisco (retirada parcial ou total) 6 meses a um ano antes da pesquisa. Foram também medidos a dor, a função nas AVDs e esportes e a relação com a qualidade de vida, usando para isso KOOS (Knee Injury and Osteoarthrits Outcome Score). Os resultados mostraram que havia uma diferença entre o lado operado e o sadio, onde o operado apresentava índices menores de força e função.
O artigo mostra a importância do trabalho de recuperação pós-operatória na força principalmente do músculo quadríceps, que mostrou uma relação importante com a função. É comum a alta prematura do paciente sem a recuperação devida do mesmo. Clique Aqui

Figure 2. Knee Injury and Osteoarthritis Outcome Score (KOOS) results for the study group versus 2 reference groups from a previous study ([26]). Mean scores are reported as an outcome profile of the 5 dimensions of the KOOS. A score of 100 represents no knee problems, and 0 represents extreme problems. ADL = activities of daily living; Sport/Rec = sports and recreation; QOL = quality of life; -- = present study group; -- = patients with radiographic osteoarthritis who underwent meniscectomy 17 years ago; -- = age- and sex-matched controls without osteoarthritis or known knee injury.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Artigo_Flexibilidade (Revisão)

O treino da flexibilidade muscular e o aumento da amplitude de movimento: uma revisão crítica da literatura. Motri., dez. 2008, vol.4, no.4, p.59-70.
Resumo:
O treino da flexibilidade muscular põe em evidência uma série de princípios neurofisiológicos e um conjunto intrincado de propriedades musculares e visco-elásticas. São diversos os métodos de estiramento realizados nos contextos clínico e desportivo. Apesar da sua utilização ser comum, não é usual os profissionais de saúde e educação reflectirem sobre as componentes e eficácia dos diversos métodos de estiramento. Neste artigo, realizamos uma revisão crítica dos diversos métodos utilizados no treino de flexibilidade, assim como dos princípios e parâmetros que com eles se relacionam. Daremos especial ênfase aos princípios em que se baseia a facilitação neuromuscular proprioceptiva e os diversos métodos de relaxamento local, como o aquecimento. Para além disso, teremos em conta os dados reveladores relativos ao paradoxo do Coeficiente de elasticidade, os quais podem ajudar a conceber uma filosofia de intervenção do treino de flexibilidade divergente relativamente ao que classicamente tem sido defendido e efectivado.