quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Escala para Avaliação da Intensidade da Dor

VISUAL ANALOG SCALE (VAS) FOR PAIN:
É uma escala unidimensional largamente utilizada na população adulta. Compreende uma linha horizontal ou vertical de 10 cm (100 mm), limitada por duas expressões em seus extremos: "nenhuma dor" (0) e "pior dor". É pedido ao paciente que marque na linha qual a intensidade da sua dor, sem se preocupar com os números (0,1,2,3...). Com uma régua o clínico mede a distância (em mm) do ponto 0 (zero-"Nenhuma dor") até aonde o paciente marcou, o que dará um score que varia de 0 a 100. Os valores recomendados para interpretação são: 0-4 mm (Nenhuma dor"), 5-44 mm ("dor suave"), 45-74 ("dor moderada") e acima de 75, "dor severa".

NUMERIC RATING SCALE (NRS) FOR PAIN
É também uma escala unidimensional. Apesar de existirem vários tipos de NRS PAIN, a mais comum é aquela com 11 itens. O formato comum é uma linha horizontal, semelhante a VAS, com números de 0 a 10, por isso 11 itens, que também é limitada por expressões em seus extremos: "nenhuma dor" (0) e "dor insuportável" (10). A diferença está no fato de que o paciente deve marcar na linha o NÚMERO QUE CORRESPONDE A SUA DOR, entre 0,1,2,3...10, quanto maior o score maior a intensidade da dor. O instrumento pode ser aplicado também verbalmente, é fácil de administrar e de ser entendido pelo paciente.



terça-feira, 29 de novembro de 2011

Avaliação da Dor

Artigo publicado na mais recente Arthritis Care & Research (Novembro/2011- RESUMO), discute as diversas ferramentas para avaliar a dor em pacientes adultos.
A revisão inclui os seguintes questionários: Visual Analog Scale for Pain (VAS Pain), Numeric Rating Scale for Pain (NRS Pain), McGill Pain Questionnaire (MPQ), Short-Form McGill Pain Questionnaire (SF-MPQ), Chronic Pain Grade Scale (CPGS), Short Form-36 Bodily Pain Scale (SF-36 BPS), and Measure of Intermittent and Constant Osteoarthritis Pain (ICOAP). A revisão também discute os pontos fracos e fortes de cada questionário. Os revisores recomendam a NRS Pain para estimar a intensidade da dor e o SF-36 BPS para avaliar a dor no contexto geral do estado de saúde. Relatam que ambos são fáceis de administrar e simples para o uso durante o atendimento. Para dor relacionada aos quadros de osteoartrite, os autores reforçam a eficácia do ICOAP. Não só para a pratica clínica mas também para as pesquisas, pois este questionário além de avaliar a intensidade da dor, avalia também as repercussões desta no humor, no sono e na qualidade de vida de modo geral.


segunda-feira, 28 de novembro de 2011

ATENÇÃO
Foi postado o primeiro vídeo do Curso Básico de Bioestatística.
Link ao lado
Obs: Estou treinando (Ainda...).

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Unidade de Quedas


Artigo de reflexão publicado na Acta Fisiatrica (TEXTO COMPLETO) relata a experiência de criação de uma unidade de quedas do Hospital Universitário de Barcelona descrevendo o principio de seu funcionamento. Faziam parte da equipe da unidade, o médico geriatra, médico fisiatra, fisioterapeuta, enfermeira, que juntos realizam avaliações clínicas e funcionais nos pacientes que são encaminhados até a este serviço por indicação de outros profissionais da área de saúde.
Os indivíduos que possuem histórico de quedas ou fatores de risco, são encaminhados ao grupo e passam por uma avaliação minuciosa. Em indivíduos com história de quedas, diversas avaliações devem ser realizadas: 1) problemas médicos agudos decorrentes da queda tais como lesão imediata (fratura, contusão, feridas, traumatismo diversos) 2) número de quedas relacionando o lugar, a atividade que o paciente estava realizando, o tipo de calçado 3) fatores de risco intrínsecos e extrínsecos: problemas de saúde e revisão dos sistemas como: tipos e quantidade de medicamentos, nível de mobilidade, nível de capacidade mental, atividade social, integridade sensorial, cardiovascular, e osteomuscular, avaliação do entorno no qual o indivíduo está inserido (solo, iluminação, mobiliário, escadas) (BATTISTELLA,2011). Um teste funcional amplamente aplicado nesta população é TUG (Timed Up and Go) que avalia a função dos membros inferiores, a mobilidade e o risco de quedas entre idosos, bem como identifica indivíduos com e sem história de quedas (BATTISTELLA,2011). Quem realiza o teste acima de 14 segundos possui um alto risco de queda (SHUMWAY-COOK,2000). Os individuos que são identificados pela avaliação, são encaminhados para o grupo de intervenção supervisionado pelo fisioterapeuta, com duração aproximada de 8 semanas, que consta de exercícios de força, coordenação e equilíbrio, realizados 2 vezes por semana.
Os autores também discutem outros testes que poderiam ser aplicados e concluem que a criação deste tipo de programa é essencial para atender a demanda de idosos com história de quedas ou aqueles com risco, e que este modelo apresenta princípios adequados de funcionamento, pois integra atividades de avaliação, educação e intervenção por meio de exercícios físicos.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Criar novos métodos validados e confiavéis de avaliação das curvaturas vertebrais sem expor o paciente a radiação é fundamental para o sucesso de um programa de correção postural. O método padrão ouro de avaliação é feito através do Raio-X, porém é inapropriado por expor o paciente repetitivamente à radiação. Para evitar os efeitos deletérios da exposição, podemos utilizar a avaliação postural, que é uma avaliação que requer um conhecimento profundo de anatomia, experiência e treino do profissional e que não permite a quantificação dos graus das alterações (CHAISE,2011). Um dos instrumentos que tem esta finalidade é o arcômetro, que é um instrumento não invasivo de medida das curvaturas vertebrais no plano sagital de fácil manuseio e transporte (O'Osualdo,1997), o que viabiliza sua utilização na pratica clínica.
CHAISE et al (2011) realizou um estudo que tinha o objetivo de avaliar a acurácia da medida do ângulo da curvatura torácica e lombar no plano sagital usando um instrumento desenvolvido a partir do arcômetro de O'Osualdo e comparar com os ângulos obtidos a partir da avaliação do Raio-X. Era também objetivo do estudo, avaliar a reprodutibilidade inter-avaliador e intra-avaliador deste instrumento. Foram utilizados dois avaliadores para posterior comparação.
O estudo publicado na Revista Brasileira de Fisioterapia (TEXTO COMPLETO) recrutou 52 sujeitos com média de idade de 53 anos e encontrou uma correlação muito forte e significativa entre arcômetro (AA) e a avaliação através do Raio-X (CA)  (r=0,94, p<0,01), sem diferença significativa (p=0,32) para a curvatura torácica, enquanto, para a curvatura lombar, encontrou-se uma forte e significativa correlação (r=0,71, p<0,01) entre AA e AC, sem diferença significativa (p=0,30). Na avaliação inter e intra-avaliador, a correlação foi também muito forte.

Portanto, os autores concluiram que o instrumento pode ser considerado um instrumento válido, fidedigno, confiável e objetivo para avaliar as curvaturas torácica e lombar no plano sagital.

sábado, 19 de novembro de 2011

iPhone e Ângulo de Cobb

O ângulo de Cobb é uma medida muito útil para avaliar as deformidades da coluna em ambos os planos frontal e coronal. As medidas podem ser feitas de forma manual diretamente na radiografia. A limitação do método está no fato de não avaliar as rotações vertebrais. Lembre-se: A escoliose é uma deformidade tridimensional. A avaliação é feita localizando as vértebras (inferior e superior) com maior angulação em direção ao lado da escoliose, "depois disso, será traçada uma linha paralela ao platô vertebral superior da vértebra inicial, e uma linha paralela ao platô inferior da vértebra final. Teremos, assim, duas linhas que se aproximam uma da outra. O ângulo de Cobb, entretanto, não será feito diretamente entre essas linhas, e sim entre duas linhas traçadas perpendicularesa elas. Por definição, teremos uma escoliose com ângulo superior a 10 graus".
Ângulo de Cobb
Artigo publicado no European Spine Journal testou um novo método de medida do ângulo de Cobb através de um Smartphone (iPhone Apple) e comparou com os métodos tradicionais. O software utilizado foi Tiltmeter Pro.


 Neste estudo, a diferença entre as medidas feitas pelo iPhone e as medidas tradicionais foram pequenas com uma média de 2º, diferença bem menor que os 5º aceitos como clinicamente significativo. Portanto, os autores do estudo concluiram que utilizar o iPhone como instrumento de medida é válido.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Pé plano - Tratamento

O tratamento dos pacientes portadores de pé plano consiste de exercícios e uso de palmilhas. Estudo publicado Musculoskelet Surgery de 2009 comparou um grupo de crianças que tratou somente com exercícios (fortalecimento, flexibilidade e propriocepção), com um grupo que utilizou palmilha. Trezentas crianças com pé plano flexível bilateral (600 pés) realizaram um programa de exercícios durante 2,75 anos (média). O tipo de pé foi classificado de acordo com Viladot's Method. Dos 600 pés, 386 foram classificados como tipo III e 214 tipo II. No grupo tratado com palmilha (674 pés), 396 pés foram classificados como tipo III e 278 como tipo II.

Viladot's Method
No grupo que realizou exercícios, 352 pés foram classificados como normais (N) e no grupo das palmilhas, 210 pés classificados como tipo II foram reclassificados como normais após o período de intervenção. Comparando os dois tratamentos, parece que os exercícios foram mais efetivos. O interessante do trabalho são os exercícios que foram utilizados, eram exercícios simples e facéis de utilizar.

Lista de Exercícios:
  • Flexibilidade de tornozelo e todos articulações do pé;
  • Alongamento - Tríceps sural e fibular lateral;
  • Movimentos globais em cadeia cinética fechada;
  • Fortalecimento do tibial anterior, flexor do hálux e intrínsecos do pé;
  • Movimentos globais dos músculos envolvidos na manutenção do arco longitudinal com e sem carga;
  • Descarga de peso unipodal;
  • Caminhar na ponta do pé e no calcanhar;
  • Descer um plano inclinado.
FONTE:
Riccio I et al - Rehabilitative treatment in flexible flatfoot: a perspective cohort study; Musculoskelet Surgery;  (2009) 93:101–107.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Força e Endurance na Artrite Reumatóide

Um programa de fortalecimento e endurance foram efetivos em pacientes portadores de artrite reumatóide (AR). Foi o que mostrou um estudo publicado este mês na revista Clinical Rheumatology. Pacientes com AR sofrem perda de força muscular e diminuição da capacidade cardiorrespiratória, o que diminui a qualidade de vida  e aumenta o risco para doenças crônico-degenerativas. O estudo recrutou 40 pacientes entre 41-73 anos que foram divididos e randomizados em dois grupos diferentes; um grupo que realizou exercícios supervisionados e um grupo controle que não realizou nenhuma atividade. Ambos foram acompanhados por 6 meses.
Os pacientes envolvidos no treinamento reduziram a atividade da doença e a dor, aumentaram a força e a capacidade aeróbia, acompanhados por uma diminuição na composição corporal e um aumento na habilidade funcional, sem causar efeitos deletérios.

TEXTO COMPLETO: CLIQUE AQUI

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Tapping e SDPF

Ensaio clínico randomizado e duplo-cego publicado na Isokinetics and Exercise Science, volume 19 e número 2 de 2011, avaliou o efeito agudo da aplicação do kinesio® taping em pacientes portadores de Síndrome patelo femoral (SDPF). Foram avaliados 22 sujeitos divididos em dois grupos; o grupo que utilizou o kinesio® taping e um grupo que usou um tapping placebo. Todos os sujeitos foram avaliados antes e após 45 minutos da utilização do taping tendo como principais medidas a força muscular, o senso de posição articular, o equilíbrio dinâmico e estático e a intensidade da dor. Houve somente uma diferença na força muscular do quadríceps no grupo que utilizou o placebo após 45 minutos. Portanto este estudo não mostrou eficiência na aplicação do kinesio® taping em pacientes com SDPF.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Segundo a OMS a osteartrose (OA) é a quarta causa de incapacidade mais importante entre as mulheres e a oitava entre os homens, tendo grande impacto nas articulações do joelho e quadril. Dos idosos acima de 65 anos, 17 a 30% são acometidos pela osteartrose de joelho (gonartrose) (ARDEN,2006). Os fatores de risco para o desenvolvimento são a idade, excesso de peso, alterações biomecânicas, processos inflamatórios articulares e excesso de esforço (BRANDT,2009), que leva aos portadores uma incapacidade funcional e dor. Os indivíduos com OA apresentam fraqueza muscular podendo estar associado com atrofia, dor e edema (O'REILLY,1998).
Com o objetivo de verificar a existência de correlação entre o desempenho muscular de extensores e flexores do joelho e os domínios dor, rigidez e funcionalidade do Questionário Western Ontario and McMaster Universities Osteoarthritis Index (WOMAC) foram recrutadas 80 idosas com idade igual ou maior que 65 anos com diagnóstico de OA de joelho segundo critérios clínicos e radiográficos do American College of Rheumatology (1998).
Força, resistência e equilíbrio musculares foram avaliados por meio do dinamômetro isocinético Biodex System 3 Pro, nas velocidades angulares de 60º/s e 180º/s; a funcionalidade, presença de dor e rigidez foram avaliadas pelo questionário WOMAC.  O WOMAC é um instrumento válido e confiável composto por 24 questões divididos em 3 domínios: dor, rigidez e funcionalidade.
Resultados
Houve uma correlação inversa significativa entre a força e resistência musculares avaliadas pelo o pico de torque/massa corporal do quadríceps (QUA) e isquiossurais (IQS) nas velocidades de 60º/s e 180°/s, respectivamente, e na relação de equilíbrio muscular IQS/QUA a 180°/s com todos os domínios do WOMAC e o escore global do instrumento (p<0.05). Estes resultados apontam para a necessidade de elaboração de um programa de fortalecimento e aumento da resistência muscular nos pacientes com OA de joelho, com o objetivo de melhorar a capacidade funcional. O estudo também mostrou a importância do trabalho conjunto dos músculos QUA E IQS para reestabelecer o equilíbrio muscular perdidos com a patologia.
Os autores chamam a atenção para a necessidade de um acompanhamento multidisciplinar destes pacientes para o controle do peso corporal, pois o tratamento fisioterápico não terá efeito com o excesso de sobrecarga articular.