quinta-feira, 29 de março de 2012

Retorno à Pratica Esportiva

Presença de lesões anteriores está associado com o aumento na possibilidade de novas lesões, e faz parte da reabilitação a decisão de qual é o momento mais adequado para o retorno do individuo à pratica de seu esporte. Esta decisão não é fácil e recebe pouca atenção da literatura especializada. 
Artigo publicado na Clinical Sports Medicine (2010) faz um levantamento das publicações sobre o tema é propõem um modelo para tomada de decisão sobre o assunto. O modelo servirá para auxiliar na tomada de decisão sobre o retorno COMPLETO do individuo à sua pratica esportiva.
PASSO 1: Avaliação do Estado de Saúde
Sexo e idade podem influenciar a recuperação; Sintomas (dor, instabilidade, rigidez...); Presença de lesões recorrentes, histórico familiar predispõe novas lesões; Presença de sinais na avaliação (força e ADM); Nível de força aceitável aos níveis pré-lesão ou simétrico com o lado não lesado; Alguns autores sugerem que os indivíduos estejam livre de dor, articulação funcionalmente estável e livre de edema; Uso de exames complementares; Testes funcionais para avaliar força, ADM, propriocepção e endurance, testando também nos gestos motores da atividade realizada; Geralmente os autores recomendam que o retorno deve ser feito quando não há dor, instabilidade, cinemática normal e performance comparada com o membro contralateral; Estado psicológico; Finalmente o estado de saúde está relacionado com o tipo de tecido lesado.
PASSO 2:
Tipo de esporte (esporte de contato ou não contato); Esportes de contato, alta velocidade e impacto está associado com alto risco; Posição do jogador; Membro dominante; Nível de competição.
PASSO 3:
Temporada; Pressão do atleta externa e conflito de interesse.


quarta-feira, 28 de março de 2012

Millôr Fernandes

"50% dos pacientes morrem de médico" - Millôr Fernades (1923-2012)

segunda-feira, 19 de março de 2012

Escola de Postura_Artigo 2

Artigo publicado na Fisioterapia e Pesquisa fala de mais uma bem sucedida intervenção através da escola de postura em trabalhadores com dor lombar crônica. Participaram 33 trabalhadores de um programa que constou de sete encontros, uma vez por semana com duração de uma hora cada. O primeiro e o último foi separado para a realização das avaliações.
Foi observada melhora da qualidade de vida em sete domínios do SF-36 (questionário que avalia a qualidade de vida), da incapacidade funcional (através do questionário Roland-Morris), da intensidade de dor e da flexibilidade (medida através do banco de Wells) (p<0,005). O índice de adesão foi de 58,93%.

PROGRAMA "Escola de Postura"
"Nos cinco encontros restantes, foram abordados os seguintes temas:
1º Encontro: Noções de anatomia, cinesiologia e biomecânica da coluna vertebral. Com a utilização de um modelo anatômico da coluna vertebral articulada, foram demonstradas as estruturas da coluna vertebral, suas principais funções e alterações mais comuns decorrentes dos maus hábitos posturais. Foram iniciados alongamentos para a coluna lombar (série de Willians), coluna cervical, ísquiotibiais, piriforme e abdômen. Em seguida, foram realizadas orientações em relação à respiração diafragmática e à contração isolada do transverso do abdômen em decúbito dorsal. Todas as atividades foram orientadas a se realizar durante a rotina dos trabalhadores;
2º Encontro: Alterações posturais, causas de lombalgia e seus respectivos tratamentos. Foram discutidos os principais fatores de risco cotidianos e ocupacionais. Foram realizados alongamentos ensinados previamente para fortalecimento da musculatura do transverso abdominal associado com movimentação dos membros superiores, além de exercício de ponte para fortalecimento do músculo glúteo máximo e dos abdominais oblíquos e reto.
3º Encontro: A postura nas atividades de vida diária: noções de ergonomia e prevenção de disfunções. Foram realizados alongamentos, fortalecimento do transverso do abdômen associado com membros superiores e inferiores, fortalecimento de glúteo médio em decúbito lateral, fortalecimento dos abdominais reto e oblíquos e exercícios parciais da série de Klapp sem retirar o apoio dos membros;
4º Encontro: Hábitos de vida na prevenção das lombalgias. Foram realizados alongamentos, fortalecimento do transverso na postura sentada, fortalecimento de glúteo médio em decúbito lateral, fortalecimento dos abdominais reto e oblíquos, alongamento do piriforme e série de Klapp com retirada de um dos membros superiores alternadamente.
5º Encontro: A influência de fatores psicossociais nas disfunções de coluna. Foram relembrados todos os exercícios feitos e realizado o fortalecimento do transverso na postura ortostática. Os trabalhadores, então, receberam uma lista dos exercícios desempenhados para que pudessem continuar a prática deles."
TEXTO COMPLETO


terça-feira, 6 de março de 2012

Síndrome do Impacto e Exercícios

A síndrome do Impacto no ombro (Subacromial Impigement Syndrome) é uma das lesões musculo-esqueléticas mais comuns que possui múltiplas causas. Várias estruturas, como a bursa subacromial, os tendões do manguito rotador, o acrômio, o ligamento coraco-acromial e o tendão da cabeça longa do bíceps estão envolvidas na patogênese da disfunção. Vários fatores tem sido citados como causadores desta lesão, como disfunção nos movimentos do ombro, rigidez capsular, alteração postural (ombro protuso) e movimentos repetitivos. 
Os tratamentos propostos vão desde o uso de anti-inflamatório (oral e por meio de infiltração) e fisioterapia, até a artroscopia para descompressão subacromial. As evidências não são consistentes quanto a eficiência dos exercícios na reabilitação da síndrome. Diversas pesquisas apontam para o uso do exercício como primeiro passo no tratamento, porém a melhor estratégia de exercício não apresenta um consenso.
Artigo publicado na BMJ 2012 comparou a eficiência de exercícios específicos para os músculos do manguito rotador e os estabilizadores da escápula, comparado com exercícios que os autores chamaram de não específicos. O programa de exercícios focou no fortalecimento excêntrico do manguito rotador e fortalecimento concêntrico e excêntrico dos estabilizadores da escápula (porção média e inferior do trapézio, além dos rombóides e do serrátil anterior). Cada exercício foi repetido 15 vezes em três séries, duas vezes por dia durante 8 semanas. A progressão dos exercícios foi feita por meio de pesos livres e faixa elástica. O grupo controle realizou seis exercícios para pescoço e ombros sem carga externa (abdução, retração e elevação do ombro, mais movimentos do pescoço e alongamento do trapézio e peitoral).
Noventa e sete pacientes participaram da pesquisa. Nenhuma diferença foi observado no início do tratamento, já no final do tratamento, o grupo que realizou os exercícios específicos tiveram um resultado significativamente maior que o grupo controle, na função e na diminuição da dor avaliados pelo Constant-Murley score, reduzindo a necessidade de uma intervenção cirúrgica.


domingo, 4 de março de 2012

Lesão LCA e Equilíbrio

Disfunção dos joelhos é resultado da instabilidade mecânica da articulação e das lesões nos receptores proprioceptivos dos ligamentos. Diversas pesquisas tem demonstrado que pessoas portadoras de lesões ligamentares apresentam disfunções proprioceptivas medidas através de testes especiais (Lephart,1997; MacDonald,1996; Nougier,1998). Daí a importância de se avaliar e tratar esta disfunção com o objetivo de prevenir futuras lesões. 
A propriocepção é o resultado de sinais gerados não somente em receptores periféricos mas também na retina (visão) e sistema vestibular, e estes sinais são integrados e analisados em vários níveis no sistema nervoso central (SNC). Distúrbios em qualquer um dos três sistemas prejudica o controle postura. Baseado nestas informações RIVA criou um método para avaliar o controle postural dinâmico e estático, o Riva dynamic test (DRT) e o Riva static test (SRT) e estes testes foram usados num trabalho publicado na Biology of Sport que avaliou as estratégias de controle postural em pacientes com lesão do ligamento cruzado anterior (LCA). Foram recrutados 84 pessoas e divididas em dois grupos, um grupo com individuos com lesão do LCA (N=33) e um grupo controle com voluntários "saudáveis" (N=51).

Static Riva Test standing on one  leg
Diferenças estatísticas foram encontradas somente no teste de olhos fechados entre o grupo lesado e o controle. Com os olhos abertos não houve diferença, o que indica uma alta capacidade de compensar os déficits proprioceptivos após a lesão além da importância do sistema visual no controle postural.