sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Tendinopatia do Tendão de Aquiles

A tendinopatia do tendão de aquiles é uma condição comum em corredores. Cerca de 6 a 18% dos atletas são acometidos por esta patologia. É caracterizada por uma lesão crônica (overuse) e tem relação com o nível de condicionamento e com o nível de treinamento. 80% das lesões na corrida estão relacionadas com erros no treinamento, ou seja, calçados inadequados, superfícies de treinamento, intensidade e frequência do treino.
Exercícios excêntricos tem sido usados na prática clínica para o tratamento destas lesões, já que estudos tem mostrado comportamento diferente entre as fases concêntricas e excêntricas da corrida em portadores de tendinopatia crônica comparando o membro lesado com o membro sadio. 
Com o objetivo de avaliar se há diferença de comportamento, através do EMG, entre estas fases, JAEHO YU avaliou 18 corredores entre homens e mulheres com tendinopatia unilateral do tendão de aquiles durante exercícios concêntricos e excêntricos. 
De acordo com a tabela houve diferenças significativas entre o nível de ativação do reto femoral, tibial anterior e gastrocnêmio lateral (GL) comparando o lado afetado (AS) com o lado não afetado (NAS). Houve também diferença em todos os músculos avaliados comparando o exercício concêntrico com excêntrico, sendo que o exercício concêntrico mostra maiores níveis de ativação. O estudo também revelou que o gastrocnêmio medial (GM) teve nível de ativação maior no exercício excêntrico no lado afetado quando comparado com o lado normal.
O que este resultado significa?
O GM tem um maior nível de ativação com o objetivo provavelmente de compensar a pronação excessiva do lado lesado durante a fase excêntrica da corrida, já que estudos mostram que a pronação promove um desvio lateral da articulação subtalar. Para compensar este desvio o lado medial seria acionado com mais intensidade. É bom lembrar que este estudo não avaliou o grau de pronação, já que não foram avaliados durante a corrida.


segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Força dos Abdutores e Rotadores Laterais na SDPF

Com o objetivo de testar a eficiência do fortalecimento dos abdutores e rotadores laterais do quadril em portadores da síndrome patelofemoral, TH NAKAGAWA et. al., publicou um ensaio clínico na revista Clinical Rehabilitation em junho de 2008. Foram recrutados 14 pacientes divididos em dois grupos. O grupo 1 realizou fortalecimento do quadríceps, abdutores e rotadores laterais do quadril, e o grupo 2 realizou somente fortalecimento do quadríceps. O protocolo de exercícios dos dois grupos foi feito em casa durante 6 semanas. A intensidade da dor, a força dos músculos e a eletromiografia (EMG) do glúteo médio, foram medidos antes e depois da intervenção. A diminuição da dor e da atividade eletromiográfica do glúteo foi maior no grupo 1 em relação ao grupo 2, já a força não mostrou diferença significativa.
Observando a tabela 1 podemos perceber que a melhora na dor foi não somente na dor usual mas também ao subir e descer escadas, no agachamento e quando muito tempo na posição sentada.
Qual o significado clínico deste resultado?
O fortalecimento dos abdutores e rotadores laterais do quadril em portadores da síndrome patelofemoral melhora o sintoma de dor durante as atividades funcionais e aumenta a atividade eletromiográfica do glúteo durante a contração isométrica. Por isso seria importante a inclusão deste trabalho nos pacientes com esta síndrome.
 Por que isto ocorre?
Alguns autores tem mostrado que estes músculos, quando apresentam fraqueza ou controle motor deficiente, a adução e a rotação medial durante as atividades dinâmicas é maior, o que acarreta uma maior movimentação da patela e consequentemente um aumento do stress na cartilagem desta articulação.
Segue abaixo um vídeo (em espanhol) que explica melhor esta relação:
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