quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Exercícios Essenciais para Melhorar sua Técnica de Corrida


quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Dor Crônica no Quadril

Dor crônica no quadril (DCQ) é a disfunção  do quadril mais comum que afeta jovens adultos, está associada ao diagnóstico de síndrome do impacto fêmoro-acetabular, instabilidade estrutural e lesões condrais. A DCQ causa limitações funcionais importantes e pode evoluir para uma osteoartrose do quadril. Entender os fatores que aceleram o processo de degeneração articular é uma forma importante de tratar e prevenir as possíveis consequências desta situação.
A força dos músculos que circundam o quadril são fundamentais para a estabilidade articular. Uma articulação instável pode aumentar a possibilidade de movimentação excessiva e assimétrica e as forças compressivas, o que pode contribuir com o desgaste da articulação. Força adequada dos músculos rotadores externos do quadril é importante para controlar a rotação interna excessiva, sendo o contrário também verdadeiro. Adução excessiva durante atividades de descarga de peso também está associado com DCQ. Abdutores fortes ajudam a estabilizar a pelve durante a caminhada, corrida e o ato de subir e descer escadas.
Diante disto fica a pergunta: pacientes com DCQ apresentam alterações na força destes músculos?
HARRIS-HAYES et al. (2004) publicaram um estudo que buscaram avaliar se jovens adultos com DCQ apresentavam alterações na força dos músculos do quadril, quando comparado com sujeitos assintomáticos na mesma faixa etária, mesmo sexo e IMC. E em caso de dor somente em um dos quadris, fizeram também a comparação com o quadril sem dor.
Participaram do estudo 70 sujeitos, divididos em dois grupos, com (Grupo 1) e sem dor (Grupo Controle), com idades entre 18 e 40 anos. Foram avaliados a força dos rotadores externos (RE), rotadores internos (RI) e abdutores, através de um dinamômetro isométrico de mão da marca microFET3. As figuras abaixo mostram os procedimentos.

Os sujeitos também passaram por uma avaliação funcional através dos questionários Hip Disability and Osteoarthritis Outcome Score,  Hip Outcome Score e o Harris Hip Score modificado.
Os participantes com DCQ relataram tempo médio dos sintomas de 3,5 anos e moderado limitação funcional. Comparando com o grupo controle, os sujeitos do grupo com dor apresentaram fraqueza em todos os músculos avaliados da ordem de 16 a 28% menores. Quando a comparação era feita entre os quadris envolvidos e não envolvidos, os rotadores externos e abdutores do quadril assintomático era mais forte quando comparado com o lado sintomático. Não foi possível concluir se essa diferença na força era causa ou consequência da dor. A dor pode levar a uma diminuição da força pelo desuso do membro doloroso, a diminuição na ativação dos músculos ou a sua inibição. A diferença apresentada entre os sujeitos com dor unilateral, sugere que a DCQ pode ser consequência da fraqueza dos músculos avaliados.
Os autores do estudo chamam a atenção para a necessidade de novos estudos que avaliassem a força, os padrões de movimento da pelve e membros e as anormalidades ósseas. Além de ensaios clínicos que avaliassem a eficácia dos exercícios de fortalecimento em pessoas com DCQ.

FONTE: MARCIE HARRIS-HAYES et al.; Persons With Chronic Hip Joint Pain Exhibit Reduced Hip Muscle Strength; November 2014 | volume 44 | Nº 11 | JOSPT.



quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Kinesio Taping na Dor Lombar 2

Aplicar o Kinesio Taping (KT) sem obedecer aos princípios de utilização de acordo com os seus criadores faz diferença na melhora da dor e incapacidade decorrentes de lombalgia? É isto que PARREIRA et al. buscaram responder num artigo publicado no Journal of Physiotherapy.
Cento e quarenta e oito sujeitos com dor lombar crônica não específica participaram do estudo. O grupo experimental recebeu 8 sessões, durante 4 semanas, de KT aplicados de acordo com o que preconiza o método, isto é, 10 a 15% de tensão com o sujeito em flexão anterior do tronco durante a colocação, e o grupo controle recebeu a mesma quantidade de sessões de KT, mas sem tensão. O estudo também se propôs a responder se havia alguma melhora após as 4 semanas e se a melhora se mantinha até 12 semanas. 

A figura abaixo mostra a colocação do KT nos músculos eretores espinhais, de acordo com o que preconiza o Kenzo Kinesio taping manual. Observe a convolução da fita após a aplicação (c). Dea cordo com o criador do método, Kenso Kase, esta convolução da fita aumenta o fluxo sanguíneo e linfático, auxiliando na redução da dor, por isso, a aplicação de tensão é considerado um importante fator para a eficiência do tratamento.

 Nesta figura está demonstrada a colocação nos sujeitos do grupo controle. O local, músculo eretor da espinha, foi o mesmo, porém sem obedecer o que preconiza a técnica. Não houve flexão do tronco durante a aplicação e por isso sem tensão. Observa-se que não há convolução da fita após a aplicação (c).
Para avaliar a dor foi aplicada uma escala visual de 11 pontos (0 a 10), com 0 correspondendo ausência de dor e 10 dor máxima. Na avaliação da função, foi utilizado o The Roland Morris Disability Questionnaire, composto de 24 itens que descreve as atividades diárias que os sujeitos encontram dificuldades de realizar. Quanto maior o número de atividades avaliadas, maior o nível de incapacidade.
Após 4 semanas de intervenção, ambos os grupos avaliados apresentaram pequenas reduções similares na dor e na incapacidade, sem diferenças estatísticas entre as duas condições de tratamento. Os resultados com e sem tensão (e convolução), tão importante para a eficiência, não mostrou diferenças quando comparado com a aplicação sem tensão, o que podemos concluir que não é a tensão o fator preponderante para o sucesso da terapia, o que muda a teoria que as convoluções da fita são parte do processo de melhora. Essas melhoras não se sustentaram após 12 semanas de intervenção, o que reforça a necessidade de uma intervenção mais completa, com exercícios por exemplo, para que os resultados se mantenha por um período mais prolongado.

FONTE: Parreira Pdo C; Kinesio taping to generate skin convolutions is not better than sham taping for people with chronic non-specific low back pain: a randomised trial.; June 2014 -Volume 60, Issue 2, Pages 90–96.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Testes do Quadril - Parte 1

Teste de Faber (Patrick)
O avaliado realiza um "4" com os MMII e o examinador estabiliza a crista ilíaca do lado estendido e com a outra mão na parte medial do joelho força a abdução e rotação externa. Dor na região antero-lateral do quadril indica disfunção no quadril, caso a dor se localize na parte posterior, provavelmente essa dor é de origem sacro-ilíaca.


Teste de Craig
O objetivo do teste é avaliar a anteversão ou retroversão femoral. O examinador localiza o trocânter maior e raliza a rotação interna do quadril até o momento que deixe de palpar o trocânter. Medir o ângulo formado entre a tíbia e uma linha vertical imaginária. Ângulos maiores indicam anteversão femoral.

Teste de Thomas
O objetivo do teste é avaliar possível encurtamento do Iliopsoas. O paciente faz flexão de quadril e joelho ("abraça a perna"), e se a perna contralateral se elevar da superfície, indica que o músculo está encurtado.  É importante comparar os lados em busca de encurtamentos assimétricos. Com a perna estendida posicionada fora da maca, se o joelho estender durante a manobra, neste caso o Reto Femoral estará encurtado.

Teste de Ober
O objetivo do teste é avaliar encurtamento da banda iliotibial. Realizar com o membro avaliado extensão do quadril. Se durante o teste o membro testado se mantiver suspenso após a manobra, indica teste positivo.

Teste do Piriforme
O objetivo é avaliar a síndrome do piriforme. O paciente é posicionado em decúbito lateral com o membro avaliado em flexão de quadril e com o pé apoiado na região posterior do joelho estendido. O avaliador força uma adução e rotação interna. O teste é positivo se o paciente relatar dor irradiada.

FONTE: Cadernos de Saúde - Manual de avaliação do sistema músculo-esquelético em Fisioterapia - COOPMED, 2000.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Osteoartrite de Joelho e Funcionalidade

A Osteoartrite (OA) é uma doença articular degenerativa que acomete 40% dos indivíduos acima de 70 anos causando alterações significativas que limitam a funcionalidade, tornando-se causa comum de incapacidades. Melhorar a capacidade funcional é fundamental para aumentar a independência tão importante para a saúde desta população. 
Como a idade, o gênero, o IMC e o uso de medicamentos influenciam na funcionalidade de indivíduos portadores de OA ? Essa resposta é que Santos et al tentaram responder num estudo publicado na Revista Fisioterapia e Pesquisa. Para isso foram recrutados 105 idosos com OA, sendo 32 homens (30,5%) e 73 mulheres (69,5%), com média de idade de 70,73±6,0 anos. Para avaliar a função foram utilizados dois instrumentos: O questionário WOMAC, que engloba questões envolvendo dor, rigidez articular e funcionalidade, onde o maior escore representa a pior condição do indivíduo. Possui versão traduzida e validada para a língua portuguesa e representa o padrão-ouro para avaliação de idosos com OA. O outro instrumento utilizado foi o Índice Algofuncional de Lequesne (previamente traduzido e validado para língua portuguesa), que contém 11 questões envolvendo dor, desconforto e limitação de função, com foco na limitação na dor e distância de caminhada.
Os resultados do estudo demonstraram que o gênero feminino apresentou os piores indicadores de funcionalidade em ambos os questionários. A idade não foi um fator que influenciou a função na amostra do estudo. O interessante é que este estudo também não mostrou influência do uso de medicamentos na melhora funcional dos idosos. Os medicamentos normalmente utilizados foram analgésicos, antiinflamatórios e novas drogas, tais como a associação Condroitina/Glicosamina, que teoricamente são capazes de modificar a evolução da degeneração articular, retardando assim a progressão da doença. A severidade da degeneração, avaliada radiograficamente, também não mostrou resultados, ou seja, joelhos em estágios mais avançados de degeneração não apresentavam uma piora significativa na função.
Segundo os autores: "Considerando que as alterações radiográficas identificadas nem sempre refletem a condição funcional, destaca-se que a classificação da severidade da doença baseada somente na análise radiográfica poderia levar ao uso inadequado da terapia medicamentosa, promovendo muitas vezes efeitos indesejados ou ineficácia da terapêutica.", e ainda "Nesse contexto, a utilização de questionários validados ou testes funcionais deveriam fazer parte da avaliação funcional de indivíduos acometidos por osteoartrite. Além disso, a inclusão desses indivíduos em programas de reabilitação, enfatizando a realização de exercícios para a melhora do equilíbrio, alongamento e fortalecimentos de grupos musculares mais acometidos, poderia ser uma medida viável para contribuir com a promoção de saúde de idosos com osteoartrite".
FONTE: Análise da funcionalidade de idosos com osteoartrite; Fisioter Pesq. 2015;22(2):161-168.


quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Kinesio Tapping para dor lombar

Artigo publicado na Revista Brasileira de Fisioterapia comparou o uso do Kinesio Tapping  (KT) com uma técnica placebo (uso do Micropore) em pacientes com dor lombar crônica inespecífica. Os pacientes deveriam apresentar uma dor de origem mecânica sem uma causa definida e com mais de 12 semanas de duração. Não deveriam estar em tratamento e nunca fizeram uso do KT. Os sujeitos foram divididos em três grupos: grupo KT, grupo Micropore e grupo controle, que não recebeu nenhuma intervenção. Foram 60 sujeitos que participaram do estudo. Os participantes dos dois primeiros grupos receberam o KT e o Micropore uma única vez e permaneceram com eles por 48 horas. O KT foi aplicado por um Fisioterapeuta experiente na aplicação da técnica (nível KT3 pela Kinesio Taping Association International). A avaliação foi feita antes da aplicação, 48 horas e 7 dias depois por um avaliador "cego". Foi avaliado a dor e a capacidade funcional por meio da Roland Morris Disability Questionnaire (RMDQ).
A tabela 2 mostra a média e o desvio padrão da intensidade da dor e da incapacidade dos grupos avaliados e a tabela 3 as comparações realizadas entre os grupos.
Embora o estudo mostrou melhora na incapacidade do grupo KT quando comparado com o controle, os autores relatam que a melhora foi tão pequena que pode ser considerado irrelevante clinicamente. É importante salientar que a melhora ocorreu somente nas primeiras 48 horas e desapareceu na avaliação após 7 dias. Todas as outras comparações não mostraram resultados significativos. Esses resultados parecem mostrar que os efeitos do uso do KT na pratica clínica em pacientes com dor lombar são decorrentes do efeito placebo da técnica, do fenômeno de regressão à média, da história natural da doença e de outros efeitos de confundimento. 

FONTE:  Luz MA Jr, Sousa MV, Neves LAFS, Cezar AAC, Costa LOP. Kinesio Taping is not better than placebo in reducing pain and disability in patients with chronic non-specific low back pain: a randomized controlled trial. Braz J Phys Ther.       http://dx.doi.org/10.1590/bjpt-rbf.2014.0128.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Mini-Bands

O uso de mini-bands é um ótimo recurso no treinamento, prevenção e reabilitação. Trabalha o fortalecimento funcional, por isso junta força e treino de equilíbrio.
Programa de fortalecimento de membros inferiores.
 

24 exercícios para todos os grandes grupamentos musculares.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Testes Ombro - Parte 2

Sinal de Hawkins
Estimular movimentos que comprimam o tendão do bíceps, Supraespinhoso e bursa Subacromial. O teste é positivo se o paciente relata dor após a rotação interna do ombro.

Sinal de Yocun
Mais um teste utilizado para diagnosticar síndrome do impacto. O paciente coloca sua mão no ombro não testado e eleva o braço ativa ou passivamente (auxílio do terapeuta). O teste é positivo se o paciente relatar dor na região anterior do ombro durante a manobra.

Sinal de Jobe
O paciente deve ser posicionada com os ombros a 90° de abdução, 30º de abdução horizontal e em rotação interna. O terapeuta realiza uma pressão para baixo com uma resistência imposta pelo paciente. O teste é positivo se o indivíduo relatar dor na região do tendão do supraespinhoso.

Teste Palm-Up
O teste serve para detectar tendinite do bíceps. O paciente fica com o ombro fletido a 90º e o cotovelo estendido e supinado. O terapeuta resiste à flexão do ombro e se este relatar dor no sulco bicipital, o teste pode ser considerado positivo.

Teste de Yergason
O teste para diagnosticar tendinite do bíceps mais conhecido. O teste é considerado positivo se o paciente relata dor durante uma supinação resistida com o cotovelo a 90°.

Manobra de Patte
Testa a integridade do músculo Infraespinhoso. Se houver dor ou perda de força durante o movimento de rotação externa do ombro, indica alteração neste músculo. Este teste deve necessariamente haver uma comparação com o lado contra-lateral.

Teste de Força para o Subescapular
O indivíduo coloca o dorso da mão na lombar e o terapeuta solicita que o individuo afaste suas mãos. Observar se há dificuldade em realizar a manobra e comparar se existe diferença entre os lados.

FONTE: Cadernos de Saúde - Manual de avaliação do sistema músculo-esquelético em Fisioterapia - COOPMED, 2000.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Treino de Força

Adultos sedentários podem perder de 3-8% de massa muscular a cada década, acompanhado de aumenta na massa magra (gordura) e com isso uma diminuição na taxa metabólica de repouso. O treino de fortalecimento muscular tem sido proposto para interromper este ciclo que leva a uma aumento de peso e uma diminuição na qualidade de vida em função da perda da capacidade funcional. O estilo sedentário de vida tem sido causador do aumento da obesidade e das mortes por doenças cardiovasculares. A atividade aeróbica é encorajada em detrimento do treino de força. Porém o treino de força tem os seus benefícios, entre eles podemos citar: a melhora na performance física, no controle motor, na independência funcional e até nas habilidades cognitivas.
Numerosos estudos tem demonstrado que o treino de força (12-20 exercícios por série e de 2-3 vezes por semana em dias alternados) pode gerar ganhos significativos em qualquer fase da vida. Os benefícios são:
  1. Aumento da taxa metabólica de repouso: O treino de força aumenta a massa magra que necessita de maior energia para sua manutenção, e os microtraumas decorrentes do treino, aumentam o metabolismo na área com o objetivo de cicatrização do tecido local. Isso pode persistir por até 72h após a atividade. Iniciantes que realizam um treino moderado (10 exercícios com 3 séries cada) ou um treino de baixo volume (10 exercícios com 1 série cada), pode aumentar em até 5% a taxa metabólica por até 3 dias após o exercício. Baseado nestes estudos, o treino regular pode aumentar a taxa metabólica de repouso em 100 cal/dia. Qual a vantagem? Este aumento contribui para a perda de peso.
  2. Redução da Massa Magra: O aumento da massa magra é fator de risco para diversas doenças. Strasser and Schobersberger em revisão publicada em 2011, recomendaram o treino de força para o controle da obesidade e das desordens metabólicas. Com relação a gordura abdominal, estudos tem mostrado uma redução significativa deste tipo em homens e mulheres idosas.
  3. Melhora da capacidade Funcional: Treino de força pode reverter a diminuição na capacidade funcional decorrente da idade, revertendo seus efeitos negativos na habilidade de realizar as atividades e vida diária.
  4. Diabetes do tipo-2: A obesidade aumenta a prevalência do diabetes tipo-2 e o treino de força pode ser uma intervenção efetiva para o tratamento e prevenção, pois além de contribuir com a diminuição do peso, o treino pode melhorar a sensibilidade à insulina, já que diminui a gordura intra-abdominal, responsável pela resistência à atuação do hormônio. Flack et al (2011) sugerem que este objetivo é alcançado mais com um treino de alto volume quando comparado com um treino de baixo volume. A American Diabetes Association preconiza um protocolo de exercícios que englobam grupos musculares maiores, realizados 3 vezes por semana com 3 séries de 8-10 repetições em alta intensidade.
  5. Melhora da Saúde Cardiovascular: A melhora decorre das alterações na composição corporal, na mobilização da gordura visceral, na redução da PA de repouso, na melhora nos níveis sanguíneos das lipoproteínas e no controle da glicemia.
  6. Pressão Arterial: Estudos demonstram redução na pressão sistólica e/ou diastólica após treino de força convencional ou na forma de circuito. Westcott WL et al (2009) relataram melhora na PAS e PAD de 3.2 e 1.4 mmHg em um treino realizado 2 vezes por semana e de 4,6 e 2,2 mmHg quando realizados 3 vezes por semana. Quando combinado com atividades aeróbias, os ganhos são mais expressivos.
  7. Perfil Lipídico: Investigadores tem demonstrado que o treino de força e o treino aeróbio mostram resultados similares na melhora do perfil lipídico dos praticantes. O American College of Sports Medicine (ACSM) sugere que o treino de força pode aumentar o HDL de 8-21%, diminuir o LDL de 13-23% e os triglicerídeos de 11-18%.
  8. Aumento da Densidade Mineral Óssea.
  9. Melhora da Saúde Mental.
O ACSM preconiza: 8 a 10 exercícios que envolvem os grandes grupamentos musculares (ombro, peito, costas, abdome, braços, quadris e pernas); 2 a 3 vezes por semana em dias não consecutivos; 2 a 4 séries de cada exercício; 8 a 12 repetições em cada série; e realizar os movimentos de maneira coordenada em toda a sua amplitude.


FONTE: Resistance Training is Medicine: Effects of Strength Training on Health; Current Sports Medicine Reports; Volume 11 & Number 4 & July/August 2012.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Testes - Ombro (Parte 1)

Teste de Apreensão
O objetivo do teste é identificar instabilidade anterior do ombro. Durante o movimento é importante observar a expressão facial do paciente. O teste e positivo se o paciente relatar dor ou demonstrar medo durante o teste.

Gaveta Anterior (Load and Shift):
O objetivo do teste é detectar instabilidade anterior ou posterior do ombro. O paciente pode se encontrar sentado ou em pé. O teste é positivo se houver deslocamento excessivo anterior ou posterior. Comparar com o lado contra-lateral. 

Sinal do Sulco:
O objetivo deste teste é detectar instabilidade inferior do ombro. O terapeuta deve tracionar o braço do paciente para baixo com o braço na lateral do corpo. O teste é positivo se após a tração for observado um espaço na área subacromial.

Sheart Test:
O teste detecta alterações na articulação acromioclavicular. O terapeuta, com a mão em forma de concha, pressiona a escápula anteriormente e a acromioclavicular posteriormente. O teste é positivo se o paciente relata dor na região ou for detectado algum movimento anormal.

Teste de Neer:
O terapeuta realiza flexão passiva do ombro com o membro em rotação interna completa. É um dos teste utilizado no diagnóstico de síndrome do impacto. O teste é positivo se o paciente relata dor durante o movimento.

FONTE: Cadernos de Saúde - Manual de avaliação do sistema músculo-esquelético em Fisioterapia - COOPMED, 2000.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Treino de Força e Flexibilidade do Quadril para Corredores

O treinador  Budd Coates ensina alguns exercícios para a melhora da força e flexibilidade no quadril para corredores recreacionais (Treino Completo - clique aqui)
Fraqueza dos músculos do quadril, principalmente abdutores e rotadores externos, tem sido "acusados" de serem uma das causas das lesões em corredores, incluindo a síndrome da banda iliotibial e a dor patelofemoral (LENHART et al, 2014). Seu treinamento e condicionamento, está sendo utilizado como estratégia de prevenção e tratamento destas e de outras patologias dos membros inferiores decorrentes da corrida.

FONTE: http://www.runnersworld.com/

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Rigidez e Flexibilidade

Rigidez passiva e flexibilidade são propriedades musculares freqüentemente consideradas como sinônimas na literatura, apesar de apresentarem diferenças com relação as suas definições. 
Rigidez passiva é a variação na tensão do músculo em função da variação no comprimento, porém sem contração muscular, é uma propriedade mecânica relacionada com a capacidade que este tecido tem de deformar-se. A energia necessária a causar essa deformação é representada pela área abaixo da curva "stress-strain". Quanto maior a energia, maior a deformação, podendo levar, se em excesso, a ruptura do músculo. É uma medida indireta da capacidade que o tem músculo de absorver energia sob ação de forças mecânicas. Portanto, quanto maior a capacidade que o músculo tem de absorver energia, maior a sua rigidez e menor a sua susceptibilidade à lesão. Dessa forma, a rigidez do músculo pode auxiliar não só na prevenção de lesões musculares, como também na melhora do desempenho durante a execução do movimento. Músculos pouco rígidos apresentam maior deformação em resposta a uma força aplicada, o que resulta em maior quantidade de deslocamento articular, diminuindo a estabilidade da articulação que atravessam e aumentando a probabilidade de lesão articular e ligamentar.

A flexibilidade é a capacidade do músculo de alterar o seu comprimento, permitindo que a articulação movimente-se em toda a sua amplitude. É uma maneira de inferir o comprimento muscular. O impacto da alteração da flexibilidade na prevenção de lesões precisa ser melhor estudado, pois os dados são controversos.
Rigidez e flexibilidade estão relacionadas de maneira inversa. Quanto maior a flexibilidade menor a rigidez muscular e vice-versa. Segundo Sahrmann (2005), a movimentação ocorre mais precocemente na articulação menos rígida, em comparação com a articulação que apresentar maior rigidez.
Existe carência de estudos que determinem com precisão a relação existente entre flexibilidade e rigidez muscular, utilizando formas de operacionalização condizentes com a definição de cada propriedade. Dessa forma, Aquino et al (2006) procurou investigar a contribuição da medida de flexibilidade dos isquiotibiais para a rigidez passiva desse grupo muscular. Foram recrutados 33 sujeitos de ambos os sexos (6 homens e 27 mulheres), com idade variando de 18 a 26 anos (média de 21,7 ± 1,8). A rigidez passiva foi avaliada com um dinamômetro isocinético e a flexibilidade por um examinador com os sujeitos na mesma posição. O ângulo articular foi medido em graus e o torque de
resistência, em newton-metros (Nm), sem corrigir os efeitos da gravidade. De acordo com os resultados obtidos, uma percentagem relativamente pequena da variabilidade das medidas de rigidez
passiva total, do 1o, 2o e 3o terços (23%, 29%, 21% e 20%, respectivamente) pode ser explicada pela medida de flexibilidade desse grupo muscular, apesar de as associações entre essas variáveis terem sido significativas.
Esses resultados sugerem que outros fatores, além da flexibilidade, interferem na rigidez articular, dentre eles, podem ser citados a área de secção transversa e as estruturas articulares passivas (tendões, ligamentos e cápsula articular). Dessa forma, a quantidade de tecido contrátil e conectivo presente no músculo parece ser determinante para a rigidez passiva, o que possivelmente restringe a contribuição da flexibilidade para a medida de rigidez. Por isso está errado utilizar as palavras rigidez e flexibilidade como palavras sinônimas. Outro ponto importante é que, a baixa correlação encontrada entre as variáveis justifiquem os resultados obtidos na literatura que não evidenciam o ganho de flexibilidade na prevenção de lesões músculo-esqueléticas.
Os autores chamam a atenção para a necessidade de estudos que investiguem o impacto de programas
de intervenção, como o fortalecimento e o alongamento muscular, na propriedade de rigidez passiva e seus potenciais benefícios na prevenção de lesões.

FONTE: Aquino et al. Análise da relação entre flexibilidade e rigidez passiva dos isquiotibiais; Rev Bras Med Esporte _ Vol. 12, Nº 4 – Jul/Ago, 2006.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Osteoartrose e Corrida

A osteoartrose (OA) é a alteração articular mais comum nos adultos acima de 50 anos e contribui significativamente para diminuição na capacidade funcional. Será que os indivíduos corredores de longa distância a desenvolvem com mais prevalência, em função de se tratar de uma modalidade de esporte de alto impacto? Será que existe esta relação? Chakravarty et al (2008) realizaram um estudo que tinha como objetivo tentar responder esta questão. Os autores do estudo acompanharam 961 sujeitos, divididos em dois grupos, o grupo de corredores (G1; n=538) e grupo controle (GC; n=423). Radiografias dos joelhos foram feitas em seis oportunidades (1984, 1986, 1989, 1993, 1996 e 2002) em ambos os grupos. Todos os sujeitos responderão a um questionário com dados demográficos, história médica, IMC, pratica de exercícios, lesões musculoesqueléticas e status funcional através do HAQ-DI (Health Assessment Questionnaire Disability Index). 
Após a avaliação observou-se que não havia diferenças entre os grupos, os corredores não apresentavam sinais mais precoces e graves de OA avaliados pelas radiografias do que os sujeitos do GC. Esses dados são consistentes com outros estudos (CHENG Y (2000); PANUSH RS(1986); HANNAN MT (1993)) e levam a concluir que a corrida pode não ser fator de risco para as gonartrose e muito menos mecanismo de proteção. No entanto, estes achados não são sustentados por outros estudos, que observaram associação entre esportes de impacto como ballet, futebol e levantamento de peso, com OA.
A força destes resultados está no tempo de observação, quase duas décadas, algo que não foi realizado nos demais. A limitação fica por conta da ausência de avaliação dos sintomas clínicos, já que estudos mostram que não há concordância entre sintomas clínicos e danos mostrados no raio-x, ou seja, nem sempre sinais radiográficos de OA concordam com a presença de sinais como dor. É bom lembrar que os sujeitos selecionados eram saudáveis, que corriam mesmo após a 6ª década de vida, em função disto, há necessidade de cautela na generalização dos resultados quando se tratar de sujeitos que estão iniciando a pratica da atividade.

FONTE: Long Distance Running and Knee Osteoarthritis A Prospective Study; Am J Prev Med. 2008 August ; 35(2): 133–138.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Técnica de Energia Muscular

Artigo publicado no The Journal of the American Osteopathic Association, avaliou a eficiência da técnica de energia muscular (TEM) no aumento da ADM cervical em indivíduos assintomáticos. Para isso, foram recrutados 32 sujeitos divididos em 2 grupos. Um grupo experimental que realizou a TEM por um terapeuta experiente, e o segundo grupo que realizou alongamentos mantidos de 3-5 segundos, o mesmo tempo de contração isométrica do grupo experimental. A ADM foi avaliada antes e depois do protocolo, por isso o ganho na ADM foi agudo, não houve avaliação ao longo do tempo, com objetivo de avaliar mudanças crônicas.
Os resultados mostram uma melhora significativa do grupo experimental em relação ao grupo controle na inclinação e na rotação, enquanto na flexão/extensão não houve diferença significativa. Não havia diferença entre os grupos antes do tratamento.
As mudanças não foram grandes, aproximadamente 4°, mas consistentes o suficiente para promover diferenças estatísticas. O resultado mais significativo ficou com a rotação. A piora no grupo controle não ficou muito clara. 
É bom lembrar que o tempo utilizado no alongamento foi muito inferior ao preconizado pela literatura para ganho de ADM. Os estudos mostram que o tempo gira em torno de 15-30 segundos em cada manobra, gerando inclusive, melhoras ao longo do tempo, algo que não foi avaliado durante este estudo. Porém, é o primeiro passo para comprovar a eficácia da técnica, que também pode ser avaliada em indivíduos sintomáticos e observar se há mudança na intensidade da dor e na melhora funcional.
FONTE: Gross Range of Motion in the Cervical Spine: The Effects of Osteopathic Muscle Energy Technique in Asymptomatic Subjects; JAOA • Vol 106 • No 3 • March 2006.

Exemplos de TEM na Cervical:




quinta-feira, 8 de outubro de 2015

IVCF-20 Índice de Vulnerabilidade

O Índice de Vulnerabilidade Clínico-Funcional 20 (IVCF-20) é um questionário online composto por 20 perguntas, que avaliam se o idoso pode ser considerado frágil ou não. O teste equivale a uma Avaliação Geriátrica Ampla (AGA). Foi criado pela equipe do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais. O teste pode ser considerado um método para avaliar se a pessoa precisa, de fato, agendar uma consulta com um médico geriatra e é o primeiro e único modelo do tipo no país.
O IVCF-20 funciona, também, como um instrumento de otimização do serviço de saúde brasileiro, uma vez que realizará, além do diagnóstico do paciente, uma espécie de triagem. No Brasil, existe pouco mais de mil médicos geriatras, para mais de 26 milhões de idosos, segundo dados da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).
“O questionário irá definir o alvo das consultas geriátricas. Ele também é útil para auxiliar no diagnóstico de doenças frequentes nessas pessoas, tais como alzheimer e depressão, que não são de fácil identificação em uma consulta normal’’, explicou Moraes. Além disso, após responder as perguntas, o paciente recebe orientações de acordo com a pontuação obtida. Uma espécie de consulta gratuita online, acessível a todos que tenham facilidade em utilizar a internet. 
O IVCF-20 exerce ainda a função de banco de dados que poderá auxiliar pesquisas, programas e ações governamentais para aqueles que compõem, hoje, mais de 13% da população brasileira, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Lesões no Pé e Tornozelo durante a Corrida

As lesões que ocorrem no pé e tornozelo durante a corrida, representam 1/4 de todas as lesões comuns em corredores. A cintilografia óssea é método diagnóstico extremamente sensível para detectar precocemente, antes que mudanças estruturais possam ser detectadas no exames de raio-x. Em artigo publicado na American Journal of Nuclear Medicine and Molecular Imaging, os autores fazem um estudo das imagens que aparecem em diversas lesões no pé e tornozelo.

Fratura por Estresse:
São causas comuns de dor em corredores, devido à cargas anormais repetitivas. Estas cargas geram um desequilíbrio entre a ação osteoblástica (produção de osso) e o osteoclástica (reabsorção óssea) dos ossos, levando a microfraturas. Diferentes fatores de risco podem ser citados:
A fratura por estresse pode afetar vários ossos dos membros inferiores e pelve. Na corrida o mai comum é a tíbia, respondendo por aproximadamente 40% dos casos, seguida da fíbula. Pé e tornozelo representam 1/4 dos casos, sendo os metatarsais os mais acometidos, predominantemente o 1º e 2º metatarsal. São afetados também o calcâneo, tálus, o navicular e sesamoide. 
Pacientes com fratura por estresse apresentam dor sem histórico de trauma durante e após a corrida. Sem tratamento esta dor progride, podendo acometer mesmo durante o repouso.

Fascite Plantar:
É a causa de dor mais comum no calcanhar em atletas. Normalmente apresenta-se como uma dor agudo no meio do calcanhar ou no arco plantar. A dor é facilmente reproduzível na palpação durante o exame físico. A Fascite plantar esta associada a deficit na flexibilidade do tríceps e do tendão de Aquiles, além de relação com o aumento do arco plantar. Outros fatores de risco incluem:  "Overtraining", aumento treino em subidas, aumento da intensidade de corrida, calçados inadequados (sem amortecimento ou muito usados) e alterações na superfície de treino, O disgnóstico é normalmente baseado na história clínica e no exame físico. Porém imagens às vezes são necessárias para diferenciar de fratura de estresse. A cintilografia pode ser um destes exames, pois esta não só confirma o diagnóstico, como o local exato da inflamação.

Lesões no Tendão de Aquiles
Responde por aproximadamente 7% das lesões no pé e tornozelo durante a corrida, sendo mais comum nos homens. Afeta corredores com mais anos de experiência. Corredores que realizam o contato inicial com o calcanhar, tem possibilidade maior de desenvolver esta patologia. Este tipo de lesão, segundo os autores, é melhor diagnosticada com ressonância magnética.

Lesão do Tibial Posterior
O tendão do tibial posterior surge no terço distal da perna, passa atrás do maléolo medial e se insere em diversos locais do pé, incluindo os ossos navicular, cuneiforme, 2º, 3º e 4º metatarsais. Afeta corredores mais velhos já que o tendão encontra-se mais fragilizado, e jovens com histórico de excesso de treino. O estágio inicial se caracteriza por dor e edema no trajeto do tendão. O aumento na pronação do pé pode sobrecarregar o tendão do músculo, levando a uma lesão decorrente de um esforço de baixa intensidade e repetitivo, sem histórico de trauma. O diagnóstico precoce e a identificação desta alteração, aceleram a reabilitação, interrompendo o ciclo vicioso.

Sesamoidite
O osso sesamoide está localizado na parte posterior do 1º metatarso, dentro do tendão do Flexor curto do Hálux, aumentando sua eficiência mecânica. É lesionado devido a impactos repetitivos, comuns durante a corrida. Há várias causas de dor na região: fratura por estresse, trauma agudo, osteocondrite, osteoartrite e bursite.
Corredores com sesamoidite apresentam dor durante a postura em p, que pode ser exacerbada com a flexão passiva da articulação metatarsofalangeana. A cintilografia pode se usada para diferenciar entre fratura e as demais causas da patologia.


Tendinite dos Fibulares
É também uma lesão por "overuse" e pode apresentar como uma dor na parte lateral do calcâneo. Esta imprecisão pode levar a uma dificuldade de diagnóstico.

FONTE: Review of running injuries of the foot and ankle: clinical presentation and SPECT-CT imaging patterns; Am J Nucl Med Mol Imaging 2015;5(4):305-316

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

TENS X Terapia Manual nas Cafalalgias

Cefalalgia é o termo que designa dor localizada na cabeça, conhecida como enxaqueca ou cefaleia. Pode ser primária ou secundária dependendo da etiologia. A que é causada pela tensão muscular na região é considerada primária e é o tipo mais comum de dor. 
Estudo publicado recentemente na revista Fisioterapia em Movimento, comparou o uso do TENS BURST com a terapia manual (TM) em pacientes com cefaleia tensional. Quarenta sujeitos divididos em dois grupos concluíram o estudo. Os tratamentos foram realizados 2 vezes por semana durante 10 sessões, onde cada sessão durou em média 30 minutos. O protocolo da TM envolveu liberação miofascial, pompage, alongamentos, exercícios de estabilização cervical, fortalecimento, Kabat e mobilização articular. O TENS utilizado tinha largura de pulso de 230 microssegundos e frequência de 4 Hz, compatível com o tipo BURST.
O estudo demonstrou que a cefaleia tem alta prevalência em mulheres (87% no grupo estudado). Os sujeitos do grupo que foram tratados com o uso do TENS não apresentaram melhora na amplitude de movimento e nos aspectos posturais, mas houve melhora na intensidade e na sensação dolorosa. O uso da TM trouxe benefícios mais consistentes no que diz respeito a dor e as variáveis de amplitude de movimento e aspectos posturais. Segundo os autores, há necessidade da realização de estudos de longo prazo para observar se estas melhoras, principalmente obtidas com o uso do TENS, permanecem ao logo do tempo em ambos os grupos. Os autores também sugerem o uso do TENS em cefaleias tensionais, mas alertam que a TM obteve resultados mais satisfatórios.

FONTE: Comparative study between manual therapy and TENS Burst in patients with tension-type cephalalgia; Fisioter Mov. 2015 Apr/June;28(2):327-37.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Dor Lombopélvica durante a Gravidez

Dor lombar e/ou dor pélvica é um problema complexo durante a gestação. Revisão sistemática publicada na JOSPT de 2014, avaliou a eficácia da fisioterapia na dor lombopelvica durante a gestação e propõe a melhor terapia. Vinte e dois estudos foram selecionados e no geral a qualidade metodológica dos estudos foi considerada moderada. Quatro tipos de intervenção foram observados: combinação de várias terapias, exercícios, terapia manual e uso de coletes. 
Todos os estudos que utilizaram a informação como ferramenta inserida no tratamento mostraram melhoras significativas na dor e na incapacidade. As orientações incluíam informações sobre a anatomia, as mudanças durante a gestação, a fisiologia da dor e orientações quanto as modificações durante a realização das atividades de vida diária (AVD). Nos estudos que incluíram várias intervenções, ficou difícil concluir qual ou quais intervenções foram mais eficazes. 
O exercício físico também foi efetivo na melhora da dor e da incapacidade. Nas pacientes que apresentaram dor pélvica, os resultados foram menos robustos e o tamanho do efeito menor. Sete de 9 ensaios clínicos controlados e randomizados (ECR) de qualidade moderada, que utilizaram o exercício como única intervenção, mostraram resultados satisfatórios na diminuição da dor e na melhora da função. Nos outros dois estudos que não mostraram resultados, o grupo controle recebeu cuidados pre-natais, o que de certa forma, poderia ser considerado como algum cuidado, ou seja, essas gestantes não estavam desassistidas. Os tipos de exercícios que mostraram resultados foram diversos, inclusive os exercícios de estabilização, que são contra-indicados por alguns estudos no período pré-natal, nesta revisão também mostraram resultados significativos.
Quanto a terapia manual (TM), poucos estudos que a utilizaram durante a gestação foram encontrados. Os resultados foram positivos na diminuição da dor e na melhora da função, mas não houve diferenças entre os grupos que sofreram intervenção. Por isso os autores não recomendam o uso da TM, e alertam para a necessidade de novos estudos, em função do seu número reduzido.
Esta revisão também não obtém resultados significativos, que indiquem o uso de coletes ou qualquer material de suporte em pacientes com dor lombopelvica durante a gestação.

Resumindo: A revisão suporta a prescrição de exercícios em pacientes com dor lombopelvica durante a gestação, e alerta para a necessidade de orientações que devem ser dadas às futuras mamães quanto a realização correta das posturas e movimentos durante as AVDs. Há limitada evidência quanto ao uso de material de suporte e terapia manual nesta população, o que implica na necessidade de novos estudos com melhor qualidade metodológica. 

FONTE: Recommendations for Physical Therapists on the Treatment of Lumbopelvic Pain During Pregnancy: A Systematic Review; July 2014 | volume 44 | Nº 7 | Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Treinamento Resistido em idosos

O treinamento resistido (TR) é um método muito utilizado no ganho de massa muscular, força e na prevenção de diversas patologias. Ainda hoje alguns profissionais insistem em contra-indicar o TR em pacientes cardiopatas e idosos. Busca por um envelhecimento saudável é um grande desafio, e o TR pode contribuir e muito com este objetivo, pois diversos estudos mostram a importância da força e controle neuromuscular na prevenção de doenças, na independência funcional e na diminuição do risco de quedas, problema significativo nesta faixa etária. 
Estudo publicado na REVISTA BRASILEIRA DE MEDICINA DO ESPORTE, avaliou qual o efeito de um TR na composição corporal, na força e na proteína C-reativa, importante biomarcador de risco de doenças cardiovasculares. 
Onze idosas com média de idade de 63 anos participaram do estudo. O grupo realizou um TR por 8 semanas 3 vezes por semana. Os exercícios realizados foram: leg press sentado (aparelho de sobrecarga mecânica para as pernas), supino sentado, extensão de joelhos, pulley costas, flexão de joelhos deitado, flexão de cotovelos na polia baixa, flexão plantar no leg press sentado, extensão de cotovelos na polia. Foram coletadas amostras de sangue e realizado análise bioquímicas. Os resultados mostraram redução nas concentrações séricas de proteína C-reativa, assim como diminuíram a massa gorda e aumentaram o volume muscular.
O estudo demonstrou a importância do TR nas variáveis que indicam aumento do risco cardiovascular e também na melhora do força e do aumento da massa magra, que não foi objeto do estudo, mas que diversas pesquisas mostram que essas alterações promovem melhoras significativas na qualidade de vida e independência funcional.

FONTE: TREINAMENTO RESISTIDO REDUZ RISCOS CARDIOVASCULARES EM IDOSAS; Rev Bras Med Esporte – Vol. 21, No 4 – Jul/Ago, 2015.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Avaliação da ADM cervical

Avaliar a amplitude de movimento (ADM) de qualquer articulação é fundamental para o diagnóstico de disfunções músculo-esqueléticas, analisar a progressão destas disfunções e evolução do tratamento. Na avaliação, a ferramenta utilizada deve ser confiável para que a medida seja precisa e que possa ser reproduzida por diversos avaliadores. O dispositivo Cervical Range of Motion (CROM) é uma ferramenta que mede a ADM cervical com níveis excelentes de confiabilidade quando comparados com a radiografia, que é considerada padrão-ouro neste tipo de medida. Porém, a desvantagem, vem do fato de ser um equipamento de alto custo.
Na prática clínica um aparelho utilizado é o Flexímetro, um goniômetro gravidade-dependente de baixo custo e de fácil manuseio que avalia a ADM de diversas articulações. Sua confiabilidade foi testada, tendo como parâmetro o CROM, num artigo publicado na Revista Brasileira de Fisioterapia em 2010 por FLORÊNCIO LL, et. al. Os objetivos do estudo foram verificar a concordância entre as medidas de ADM cervical obtidas com o CROM e com o Flexímetro e, adicionalmente, verificar a confiabilidade intra e interexaminadores de ambas as ferramentas. Para isso foram recrutados 20 voluntários do sexo feminino assintomáticas e três avaliadores, que foram treinados na utilização dos instrumentos durante duas semanas antes do estudo. Os critérios de exclusão foram ter idade menor que 18 anos e apresentar história de trauma, cirurgia ou qualquer outra disfunção da região cervical.
O estudo mostrou excelentes resultados de confiabilidade para todos os movimentos, com exceção da flexão e rotação à esquerda, que apresentaram resultados considerados moderados. Os resultados inter e intraexaminadores também ficaram entre moderados e excelentes. Os autores concluíram que o Flexímetro se mostrou uma ferramenta confiável e de fácil aplicação a baixo custo durante a pratica clínica. Os autores também relatam que o estudo tem como limitação, o fato dos sujeitos serem assintomáticos e que os resultados tem sua reprodução em outros sujeitos não garantidos.
FONTE: Concordância e confiabilidade de dois métodos não-invasivos para a avaliação da amplitude de movimento cervical em adultos jovens; Rev Bras Fisioter, São Carlos, v. 14, n. 2, p. 175-81, mar./abr. 2010


terça-feira, 1 de setembro de 2015

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Avaliação após Artroplastia do Joelho

Dois testes podem ser usados para avaliar a performance funcional dos sujeitos após uma artroplastia do joelho. São eles:
  • 50 Foot Walk Test (50 FWT);
  • 30-Sec Chair Stand Test (30 CST).
O 50 FWT é um teste de caminhada em que é solicitado aos pacientes que caminhem por 50 pés, cerca de 15 metros, pelo maior tempo possível. O tempo de teste é registrado. A performance é medida por meio de uma pontuação que varia de 0 a 4.
    • 0 - Não consegue realizar;
    • 1 - Leva mais de 25 segundos;
    • 2 - Leva entre 20 e 25 segundos;
    • 3 - Leva entre 15 e 20 segundos;
    • 4 - Leva menos de 15 segundos.
O 30 CST é um teste que avalia a força de membros inferiores. O paciente senta numa cadeira com altura de aproximadamente 17 polegadas (43 cm), e durante 30 segundos levanta e senta na maior velocidade possível.

Valores registrados no quadro abaixo, indicam uma performance prejudicada.
Artigo publicado na Revista Acta  Ortop Bras, avaliou a confiabilidade destes testes em pacientes após artroplastia do joelho, e concluíram que ambos os testes mostraram-se confiáveis (0.97 e 0.92 respectivamente). Concluíram que estes testes devem ser utilizados por serem além de confiáveis, fáceis de aplicar, consumindo pouco tempo na avaliação.

FONTE: RELIABILITY OF THE 50-FOOT WALK TEST AND 30-SEC CHAIR STAND TEST IN TOTAL KNEE ARTHROPLASTY - Acta Ortop Bras. 2015;23(4):184-7

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Plano Nacional de Saúde 2013 - Estilo de Vida - Atividade Física

ATIVIDADE FÍSICA

A prática regular de exercícios físicos ou esportes é considerada como fator de proteção à saúde das pessoas. As oportunidades para indivíduos adultos serem fisicamente ativos podem ser classificadas em quatro domínios: no lazer (no tempo livre), no trabalho, no deslocamento e no âmbito das atividades domésticas. O nível recomendado de atividade física no lazer é de, pelo menos, 150 minutos semanais de atividade física de intensidade leve ou moderada ou de, pelo menos, 75 minutos de atividade física de intensidade vigorosa. Alguns exemplos de atividades físicas de intensidade leve ou moderada são: a caminhada, musculação, hidroginástica, dança e ginástica em geral. Como exemplos de atividades físicas de intensidade vigorosa há a corrida, os esportes coletivos no geral, ginástica aeróbica, entre outras atividades que aumentem a frequência cardíaca muito além dos níveis de repouso. Com o objetivo de captar a intensidade e a duração média de realização de exercício físico ou esporte na população com 18 anos ou mais de idade, foram incluídas na PNS perguntas referentes a estas atividades.

ATIVIDADE FÍSICA NO LAZER

No Brasil, 27,1% dos homens com 18 anos ou mais praticavam o nível recomendado de atividade física no lazer, enquanto para as mulheres este percentual ainda foi de 18,4%. A média brasileira foi de 22,5% incluindo a área urbana e rural do país. A proporção de adultos que praticavam o nível recomendado de atividade física no lazer variou de 21,5% na Região Sul a 24,1% na Região Centro-Oeste. A Região Norte foi onde a menor proporção de mulheres e a maior proporção de homens praticavam exercício físico no lazer (15,4% e 29,3%, respectivamente).
O percentual de adultos que praticavam o nível recomendado de atividade física no tempo livre tendeu a diminuir com o aumento da idade, como pode ser observado nas proporções dos grupos de idade de 18 a 24 anos, onde 35,3% praticavam o nível recomendado de atividade física no lazer, enquanto dentre os adultos de 25 a 39 anos de idade a proporção foi de 25,5%, na faixa de 40 a 59 anos este percentual foi de 18,3% e no grupo de 60 anos ou mais 13,6%. A prática recomendada de atividade física no tempo livre cresceu com o nível de instrução.

 Atividade física no trabalho
São considerados indivíduos fisicamente ativos no trabalho aqueles que andam a pé, fazem faxina pesada, carregam peso ou realizam outra atividade que requeira esforço físico intenso, sendo estas atividades vinculadas ao exercício de seu trabalho por 150 minutos ou mais na semana. No país, 14,0% das pessoas de 18 anos ou mais de idade eram fisicamente ativas no trabalho. Dentre os adultos que moravam na área urbana, 12,9% praticavam 150 minutos de atividade no trabalho e dentre os que viviam em área rural, eram 21,1%. A frequência dos homens para este domínio foi de
22,0%, enquanto das mulheres foi de 7,0%. Este indicador foi mais representativo entre as pessoas sem instrução e fundamental incompleto e com fundamental completo e médio incompleto, com percentuais de 17,3% e 17,4% nesta ordem. A partir daí, à medida que aumentava o nível de instrução, os percentuais referentes a esta população demonstravam queda.

Atividade física no deslocamento
São considerados indivíduos que praticam o nível de atividade física no deslocamento aqueles que se deslocam para atividades habituais, como o trabalho, ou escola, ou curso, ou levar alguém para estes lugares de bicicleta ou caminhando e que despendem pelo menos 30 minutos diários no percurso de ida e volta. No Brasil, a proporção foi de 31,9%, variando de 25,9% na Região Centro-Oeste a 35,2% na Região Nordeste. Homens e mulheres não apresentaram distinção estatisticamente significativa para este indicador.



Atividade física nas atividades domésticas
No domínio das atividades domésticas, estimou-se que 12,1% das pessoas de 18 anos ou mais de idade praticavam atividade física por no mínimo 150 minutos semanais, tais como faxina pesada ou atividades que requerem esforço físico intenso. Este indicador mostrou-se fortemente concentrado no público feminino no qual 18,2% praticavam 150 minutos de atividade física nas tarefas domésticas, enquanto no público masculino, a prática desta atividade ao nível recomendado foi de 5,4%.

Insuficientemente ativos
A proporção de adultos classificados na condição de insuficientemente ativos no Brasil foi de 46,0%. Estes indivíduos não praticaram atividade física ou praticaram por menos do que 150 minutos por semana considerando os três domínios: lazer; trabalho e deslocamento para o trabalho. Entre as mulheres foram observadas frequências mais elevadas variando de 50,3% na Região Sul a 56,4% na Região Norte. Dentre os homens estas frequências variaram de 37,3% na Nordeste a 41,0% na Sudeste. Mais da metade (62,7%) das pessoas de 60 anos ou mais de idade era inativa, e o grupo de idade menos sedentário foi o de 18 a 24 anos de idade, 36,7%. Dos indivíduos sem instrução ou com fundamental incompleto 50,6% são fisicamente inativos, sendo este o grupo mais representativo dentre os demais. Em relação às características de cor ou raça, foi possível observar que 47,9% dos brancos eram insuficientemente ativos, quando em relação aos pretos, 42,4% estavam nesta condição. Entre os pardos, 44,8% não praticavam o nível recomendado de atividade física.

FONTE: Plano Nacional de Saúde 2013 (Completo)

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Roller Massager e Alongamento

A amplitude de movimento (ADM) dos dorsiflexores diminuída, é considerada um importante fator de risco para as lesões de joelho, tornozelo e dos isquiotibiais entre atletas. Esta amplitude limitada tem sido associado com aumento no valgismo dinâmico e com o aumento das forças de reação do solo durante o salto. Para a melhora na ADM tem sido utilizado o alongamento estático, porém, esta conduta pode diminuir a potência e a capacidade de gerar força do grupamento muscular alongado. Uma alternativa é uso da auto-massagem com o foam roller ou roller massager antes e após o treinamento. Estudos tem demonstrado que o uso deste equipamento tem melhorado a ADM sem prejuízo da performance muscular. 
Estudo publicado na The International Journal of Sports Physical Therapy testou o uso do roller massager na melhora da ADM e também testou a performance muscular com uso de EMG. 
Foram recrutados 14 sujeitos e separados em 2 grupos diferentes, um com auto-massagem e outro com alongamento estático. Ambos realizaram 3 séries de 30 segundos com 10 segundos descanso entre cada repetição. Foram medidos a ADM dos dorsiflexores, contração voluntária máxima e teste de equilíbrio.
Ambos os protocolos melhoraram a ADM no décimo minuto quando comparado com o pré-teste, porém no primeiro minuto o uso do roller obteve melhor resultado. 
Com relação à capacidade de gerar força, os sujeitos que realizaram a auto-massagem obtiveram um aumento quando comparado com o alongamento estático. O equilíbrio e o EMG não foram afetados pelas duas intervenções.
A explicação vem do fato de que o alongamento altera a relação tensão-comprimento decorrente da diminuição no força das pontes-cruzadas, o que ocasiona a diminuição na capacidade de gerar força.
Os autores recomendam o uso dos dispositivos com objetivo de aquecimento para os atletas durante suas atividades, com objetivo de prevenir lesão.

A Simple Routine to Massage Your Legs With "The Stick"



FONTE: ROLLER MASSAGER IMPROVES RANGE OF MOTION OF PLANTAR FLEXOR MUSCLES WITHOUT SUBSEQUENT DECREASES IN FORCE PARAMETERS - The International Journal of Sports Physical Therapy | Volume 9, Number 1 | February 2014