segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Avaliação após Artroplastia do Joelho

Dois testes podem ser usados para avaliar a performance funcional dos sujeitos após uma artroplastia do joelho. São eles:
  • 50 Foot Walk Test (50 FWT);
  • 30-Sec Chair Stand Test (30 CST).
O 50 FWT é um teste de caminhada em que é solicitado aos pacientes que caminhem por 50 pés, cerca de 15 metros, pelo maior tempo possível. O tempo de teste é registrado. A performance é medida por meio de uma pontuação que varia de 0 a 4.
    • 0 - Não consegue realizar;
    • 1 - Leva mais de 25 segundos;
    • 2 - Leva entre 20 e 25 segundos;
    • 3 - Leva entre 15 e 20 segundos;
    • 4 - Leva menos de 15 segundos.
O 30 CST é um teste que avalia a força de membros inferiores. O paciente senta numa cadeira com altura de aproximadamente 17 polegadas (43 cm), e durante 30 segundos levanta e senta na maior velocidade possível.

Valores registrados no quadro abaixo, indicam uma performance prejudicada.
Artigo publicado na Revista Acta  Ortop Bras, avaliou a confiabilidade destes testes em pacientes após artroplastia do joelho, e concluíram que ambos os testes mostraram-se confiáveis (0.97 e 0.92 respectivamente). Concluíram que estes testes devem ser utilizados por serem além de confiáveis, fáceis de aplicar, consumindo pouco tempo na avaliação.

FONTE: RELIABILITY OF THE 50-FOOT WALK TEST AND 30-SEC CHAIR STAND TEST IN TOTAL KNEE ARTHROPLASTY - Acta Ortop Bras. 2015;23(4):184-7

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

CURSO - LEGISLAÇÃO EBSERH

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terça-feira, 25 de agosto de 2015

Plano Nacional de Saúde 2013 - Estilo de Vida - Atividade Física

ATIVIDADE FÍSICA

A prática regular de exercícios físicos ou esportes é considerada como fator de proteção à saúde das pessoas. As oportunidades para indivíduos adultos serem fisicamente ativos podem ser classificadas em quatro domínios: no lazer (no tempo livre), no trabalho, no deslocamento e no âmbito das atividades domésticas. O nível recomendado de atividade física no lazer é de, pelo menos, 150 minutos semanais de atividade física de intensidade leve ou moderada ou de, pelo menos, 75 minutos de atividade física de intensidade vigorosa. Alguns exemplos de atividades físicas de intensidade leve ou moderada são: a caminhada, musculação, hidroginástica, dança e ginástica em geral. Como exemplos de atividades físicas de intensidade vigorosa há a corrida, os esportes coletivos no geral, ginástica aeróbica, entre outras atividades que aumentem a frequência cardíaca muito além dos níveis de repouso. Com o objetivo de captar a intensidade e a duração média de realização de exercício físico ou esporte na população com 18 anos ou mais de idade, foram incluídas na PNS perguntas referentes a estas atividades.

ATIVIDADE FÍSICA NO LAZER

No Brasil, 27,1% dos homens com 18 anos ou mais praticavam o nível recomendado de atividade física no lazer, enquanto para as mulheres este percentual ainda foi de 18,4%. A média brasileira foi de 22,5% incluindo a área urbana e rural do país. A proporção de adultos que praticavam o nível recomendado de atividade física no lazer variou de 21,5% na Região Sul a 24,1% na Região Centro-Oeste. A Região Norte foi onde a menor proporção de mulheres e a maior proporção de homens praticavam exercício físico no lazer (15,4% e 29,3%, respectivamente).
O percentual de adultos que praticavam o nível recomendado de atividade física no tempo livre tendeu a diminuir com o aumento da idade, como pode ser observado nas proporções dos grupos de idade de 18 a 24 anos, onde 35,3% praticavam o nível recomendado de atividade física no lazer, enquanto dentre os adultos de 25 a 39 anos de idade a proporção foi de 25,5%, na faixa de 40 a 59 anos este percentual foi de 18,3% e no grupo de 60 anos ou mais 13,6%. A prática recomendada de atividade física no tempo livre cresceu com o nível de instrução.

 Atividade física no trabalho
São considerados indivíduos fisicamente ativos no trabalho aqueles que andam a pé, fazem faxina pesada, carregam peso ou realizam outra atividade que requeira esforço físico intenso, sendo estas atividades vinculadas ao exercício de seu trabalho por 150 minutos ou mais na semana. No país, 14,0% das pessoas de 18 anos ou mais de idade eram fisicamente ativas no trabalho. Dentre os adultos que moravam na área urbana, 12,9% praticavam 150 minutos de atividade no trabalho e dentre os que viviam em área rural, eram 21,1%. A frequência dos homens para este domínio foi de
22,0%, enquanto das mulheres foi de 7,0%. Este indicador foi mais representativo entre as pessoas sem instrução e fundamental incompleto e com fundamental completo e médio incompleto, com percentuais de 17,3% e 17,4% nesta ordem. A partir daí, à medida que aumentava o nível de instrução, os percentuais referentes a esta população demonstravam queda.

Atividade física no deslocamento
São considerados indivíduos que praticam o nível de atividade física no deslocamento aqueles que se deslocam para atividades habituais, como o trabalho, ou escola, ou curso, ou levar alguém para estes lugares de bicicleta ou caminhando e que despendem pelo menos 30 minutos diários no percurso de ida e volta. No Brasil, a proporção foi de 31,9%, variando de 25,9% na Região Centro-Oeste a 35,2% na Região Nordeste. Homens e mulheres não apresentaram distinção estatisticamente significativa para este indicador.



Atividade física nas atividades domésticas
No domínio das atividades domésticas, estimou-se que 12,1% das pessoas de 18 anos ou mais de idade praticavam atividade física por no mínimo 150 minutos semanais, tais como faxina pesada ou atividades que requerem esforço físico intenso. Este indicador mostrou-se fortemente concentrado no público feminino no qual 18,2% praticavam 150 minutos de atividade física nas tarefas domésticas, enquanto no público masculino, a prática desta atividade ao nível recomendado foi de 5,4%.

Insuficientemente ativos
A proporção de adultos classificados na condição de insuficientemente ativos no Brasil foi de 46,0%. Estes indivíduos não praticaram atividade física ou praticaram por menos do que 150 minutos por semana considerando os três domínios: lazer; trabalho e deslocamento para o trabalho. Entre as mulheres foram observadas frequências mais elevadas variando de 50,3% na Região Sul a 56,4% na Região Norte. Dentre os homens estas frequências variaram de 37,3% na Nordeste a 41,0% na Sudeste. Mais da metade (62,7%) das pessoas de 60 anos ou mais de idade era inativa, e o grupo de idade menos sedentário foi o de 18 a 24 anos de idade, 36,7%. Dos indivíduos sem instrução ou com fundamental incompleto 50,6% são fisicamente inativos, sendo este o grupo mais representativo dentre os demais. Em relação às características de cor ou raça, foi possível observar que 47,9% dos brancos eram insuficientemente ativos, quando em relação aos pretos, 42,4% estavam nesta condição. Entre os pardos, 44,8% não praticavam o nível recomendado de atividade física.

FONTE: Plano Nacional de Saúde 2013 (Completo)

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Roller Massager e Alongamento

A amplitude de movimento (ADM) dos dorsiflexores diminuída, é considerada um importante fator de risco para as lesões de joelho, tornozelo e dos isquiotibiais entre atletas. Esta amplitude limitada tem sido associado com aumento no valgismo dinâmico e com o aumento das forças de reação do solo durante o salto. Para a melhora na ADM tem sido utilizado o alongamento estático, porém, esta conduta pode diminuir a potência e a capacidade de gerar força do grupamento muscular alongado. Uma alternativa é uso da auto-massagem com o foam roller ou roller massager antes e após o treinamento. Estudos tem demonstrado que o uso deste equipamento tem melhorado a ADM sem prejuízo da performance muscular. 
Estudo publicado na The International Journal of Sports Physical Therapy testou o uso do roller massager na melhora da ADM e também testou a performance muscular com uso de EMG. 
Foram recrutados 14 sujeitos e separados em 2 grupos diferentes, um com auto-massagem e outro com alongamento estático. Ambos realizaram 3 séries de 30 segundos com 10 segundos descanso entre cada repetição. Foram medidos a ADM dos dorsiflexores, contração voluntária máxima e teste de equilíbrio.
Ambos os protocolos melhoraram a ADM no décimo minuto quando comparado com o pré-teste, porém no primeiro minuto o uso do roller obteve melhor resultado. 
Com relação à capacidade de gerar força, os sujeitos que realizaram a auto-massagem obtiveram um aumento quando comparado com o alongamento estático. O equilíbrio e o EMG não foram afetados pelas duas intervenções.
A explicação vem do fato de que o alongamento altera a relação tensão-comprimento decorrente da diminuição no força das pontes-cruzadas, o que ocasiona a diminuição na capacidade de gerar força.
Os autores recomendam o uso dos dispositivos com objetivo de aquecimento para os atletas durante suas atividades, com objetivo de prevenir lesão.

A Simple Routine to Massage Your Legs With "The Stick"



FONTE: ROLLER MASSAGER IMPROVES RANGE OF MOTION OF PLANTAR FLEXOR MUSCLES WITHOUT SUBSEQUENT DECREASES IN FORCE PARAMETERS - The International Journal of Sports Physical Therapy | Volume 9, Number 1 | February 2014

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Corrida e Longevidade

Segundo Schnohr et al (2015) praticar corrida com altas intensidade e frequência, não é garantia de maiores resultados de sobrevida quando comparado com sujeitos sedentários. Praticar de 1 a 2.4 horas de corrida por semana, com frequência de 2 a 3 vezes, é mais favorável para a saúde e sobrevida do praticante, ou seja, "mais atividade neste caso não significa mais sobrevida". Os autores sugerem um gráfico em forma de "U-Invertido", quando relaciona intensidade de corrida X sobrevida, indicando perda de benefícios com corrida de alta intensidade.
Estes achados vai contra a máxima: "mais atividade física é melhor pra saúde e longevidade", porém encoraja o aumento do número de praticantes, em função da facilidade de obter resultados satisfatórios e alcançáveis com a pratica da corrida. 
Este resultado interessante possui algumas limitações, como o número pequeno de sedentários avaliados e o fato de não comparar com ativos não praticantes de corrida. Outra limitação é também a pequena amostra de corredores que praticavam a atividade com altos volumes (> 4 horas), o que limita o poder do teste estatístico.

É bom lembrar que existem outros estudos que obtiveram resultados contraditórios (Duck-chul Lee, 2015), encontraram maiores benefícios em quem pratica a mais tempo e por mais tempo a  corrida. Este mesmo estudo porém, confirma que pequenas doses já é suficiente para resultados positivos e significativos. Já outros estudos, realizados com maratonistas, indicam que a pratica de corrida em altas distâncias, pode gerar danos importantes ao miocárdio e aumento na possibilidade de perigosas arritmias (Mohlenkamp, 2008).
FONTE: Optimal Dose of  Running for Longevity. Is More Better or Worse? - JOURNAL OF THE AMERICAN COLLEG E OF CARDIOLOGY - VOL . 6 5 , N°. 5 , 2 0 1 5

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Exercício Excêntrico e Tendinopatias

As tendinopatias são importantes distúrbios músculo-esqueléticos, incluídas no grupo de lesões por esforço repetitivo. Mais de 30% das lesões esportivas tem relação com as tendinopatias. Não são exclusivas de indivíduos que praticam atividades esportivas, pois acometem também indivíduos sedentários.
Os fatores de risco para tendinopatias podem ser divididos em fatores intrínsecos e extrínsecos. Os intrínsecos incluem a idade, obesidade, aumento da circunferência abdominal, diabetes, hipertensão, dislipidemia e predisposição genética. Todos estes fatores afetam o microcirculação o que poderia explicar esta predisposição. Outros fatores intrínsecos que também podem ser citados são: alterações biomecânicas, diminuição de flexibilidade e força, desalinhamento e frouxidão articular. Os fatores extrínsecos incluem: carga excessiva, erro de treinamento, equipamento inadequado e tarefas laborais repetitivas.
O termo tendinopatia hoje é mais aceito que "tendinite", pois estudos tem mostrado que tendões que são fonte de dor não necessariamente apresenta processo inflamatório, mas mostram hiperplasia vascular e desorganização do colágeno, o que gera diminuição da resistência ao aumento de tensão.
Um programa terapêutico comum no tratamento das tendinopatias, que apresenta bons resultados na literatura, são os exercícios excêntricos. A pergunta é:
O porquê este tipo de exercício promove melhoras significativas?


  • Maior carga ao tendão que o exercício concêntrico, o que fortaleceria e daria mais resistência;
  • Redução no fluxo capilar anormal nos tendões;
  • Melhora no processo de remodelamento do tendão após uma lesão;
  • Aumento da síntese e da reorganização do colágeno, especialmente o tipo I que é comum em tendões saudáveis;
  • Benefícios neuromusculares através da adaptação de agonistas e antagonistas;




OBS: Ainda há muitas questões obscuras sobre os mecanismo que explicariam os melhores benefícios dos exercícios excêntricos nas tendinopatias.

Baseado nas mais recentes pesquisas, o protocolo proposto para o tratamento das diversas tendinopatias é: 
3 SÉRIES DE 12 REPETIÇÕES, UMA VEZ POR DIA DURANTE 12 SEMANAS

Os pacientes devem ser encorajados a fazer os exercícios mesmo com dor, porém esta dor não pode aumentar de intensidade e nem mostrar piora com o decorrer do tratamento. A parte concêntrica dos exercícios podem ser feitos passivamente ou com assistência. A velocidade é lenta inicialmente e deve aumentar a medida que o paciente mostrar evolução positiva. Sua rotina de atividades não precisa ser totalmente interrompida, se necessário diminua a intensidade e/ou a frequência até melhora do quadro. Se a dor for intensa inicialmente, outros recursos terapêuticos devem ser testados, inclusive repouso absoluta e uso de AINH. 

FONTE: Eccentric Training for the Treatment of Tendinopathies - Volume 12 & Number 3 & May/June 2013 - Current Sports Medicine Reports

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Velocidade de Corrida e Vibração

Tem sido proposto que a vibração de corpo inteiro (VCI) potencializa os efeitos de um treino de força. Uma das explicações seria que determinadas frequências poderiam gerar uma sincronia entre a taxa de disparo das terminações primárias dos fusos musculares com a frequência da vibração. 
Seus efeitos tem sido avaliados em gestos esportivos, como o salto vertical, mas nenhum estudo avaliou seus efeitos na velocidade de corrida. É importante salientar, que mesmo no salto vertical os resultados são contraditórios, e uma conclusão definitiva sobre os efeitos ainda é limitada.
Couto et al. (2015) avaliaram os efeitos crônicos do treinamento de força com diferentes frequências de vibração localizada sobre o desempenho nas diferentes fases do teste de velocidade de corrida. Os sujeitos do estudo, 55 homens não treinados, foram divididos em 4 grupos, e o treinamento foi realizado durante 4 semanas, 3 vezes por semana.
Todos os sujeitos, com exceção do grupo controle, realizavam sessões compostas por 12 contrações voluntárias máximas na posição semi-agachados durante 6 segundos. Protocolo em acordo com o estudo de Silva, Couto, e Szmuchrowski (2008), que observaram efeitos positivos com este tipo de treinamento.

A medida da velocidade de corrida foi realizado por meio do teste de velocidade V40m. Com 5 corridas de 40 metros, na maior velocidade possível, com intervalos de 5 minutos entre as corridas. Foi considerada na avaliação, a maior velocidade obtida nas 5 tentativas.
Conforme mostrado na tabela abaixo, não houve melhora significativa em nenhum dos grupos avaliados. O treinamento de força com vibração não conseguiu fazer aumentar a velocidade dos sujeitos avaliados, em nenhuma das fases do teste de 40 metros.

Segundo os autores do estudo, algumas observações explicariam os resultados negativos. Primeiro o tempo de 4 semanas de treinamento pode ter sido pequeno, e segundo, o percurso de 40 metros foi curto para mostrar resultados positivos, pois outros autores mostraram diferenças em percurso com 60 metros de distância (Giorgos e Elias (2007)). Cahma atenção também o fato de mesmo alterando os tipos de frequência (8 e 26 Hz), mesmo assim não houve diferenças significativas.
FONTE: Efeito crônico do treinamento de força com vibração localizada sobre a velocidade de corrida - Motricidade 2015, Volume 11 - Nº 1 - 98-107.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Medida do Peitoral Menor

O encurtamento do peitoral menor (PM) tem sido retratado como possível fonte de retração no ombro e consequente aumento na incidência de síndrome do impacto. O PM curto limita o "tilting" posterior da escápula e sua rotação externa durante a elevação do braço o que diminui o espaço subacromial contribuindo para as lesões nas estruturas do ombro.

O método clínico mais empregado, utiliza a distância do ângulo póstero-lateral da escápula até a mesa de avaliação com o sujeito na posição supina. Distâncias maiores de 2,54 cm sugere encurtamento muscular. Este método, apesar de apresentar ótima confiabilidade intra-examinadores, carece de acurácia diagnóstica, por apresentar baixas sensibilidade e especificidade entre os examinadores. Entendo que este método seja mais importante para avaliar assimetrias bilaterais.

Outro método pouco conhecido, utiliza a distância entre a origem e a inserção do músculo PM (processo coracóide e quarto espaço costal), medida com o paquímetro ou com a fita métrica.

Este método mostrou ser mais confiável, mas necessita de mais estudos controlados para que seja aplicado em pesquisas ou na pratica clínica. Se for utilizado pelo mesmo examinador com etapas bem definidas, entendo que o método pode ser utilizado como forma de avaliar se um treino de flexibilidade específico para o PM tem dado resultado. No nível de evidência sobre estes métodos seria interessante a associação dos métodos nas avaliações e reavaliações. Um detecta o encurtamento e o outro avaliaria a eficiência do alongamento e até mesmo a participação do PM nas discinesias escapulares.

FONTESMeasurement of Pectoralis Minor Muscle Length: Validation and Clinical Application - journal of orthopaedic & sports physical therapy | volume 38 | number 4 | april 2008
The pectoralis minor length test: a study of the intra-rater reliability and diagnostic accuracy in subjects with and without shoulder symptoms - BMC Musculoskeletal Disorders 2007, 8:64

Movimentos da Cintura Escapular

Post na seção CINTURA ESCAPULAR
FONTE: Shoulder Function and 3-Dimensional Kinematics in People With Shoulder Impingement Syndrome Before and After a 6-Week Exercise Program - PHYS THER. 2004; 84:832-848

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Alongamento do Peitoral Menor

Para um bom funcionamento do ombro é necessário um correto sincronismo entre os movimentos das diversas articulações que o compõem, entre elas a articulação entre a escápula e o tórax, o chamado ritmo escapulo-torácico. Portanto, uma alteração em qualquer estrutura periescapular ocasiona uma alteração importante e por isso são foco de intervenção preventiva ou reabilitadora.


Uma destas estruturas que podem interferir nos movimentos normais é o peitoral menor (PM), especialmente quando este está encurtado. A diminuição na flexibilidade do PM altera os movimentos de rotação pra cima, rotação externa e "tilt" posterior da escápula, levando a uma alteração na discinesia escapular e causando lesões, sendo a síndrome do impacto a mais importante.

Uma das intervenções propostas no tratamento desta rigidez muscular é o alongamento, tanto como forma preventiva como reabilitadora. Diversas técnicas de alongamento são descritas na literatura e a sua eficiência ainda apresenta resultados contraditórios. Duas técnicas passivas de alongamento foram testadas em 29 atletas de natação (4 homens e 25 mulheres) e os efeitos agudos, ou seja, em apenas uma sessão, nos movimentos da escápula foram avaliados. Os sujeitos foram divididos em 3 grupos: GC (Grupo Controle), Técnica 1 e Técnica 2. Ambos os ombros sofreram intervenção.

Foram realizados 2 repetições com 30 segundos cada. Após esta intervenção foram repetidas as medidas de comprimento muscular e cinemática escapular. 
Os resultados mostraram que a Técnica 2 obteve resultados significativos em relação ao GC e que o tamanho do efeito foi considerado pequeno ou moderado (40%). Em relação à cinemática não houve alterações significativas. A Técnica 1 não mostrou eficiência nem no comprimento e na cinemática.

É importante chamar atenção que foram realizadas apenas 2 repetições e que os efeitos avaliados foram logo após ao alongamento, por isso cautela com os resultados. O que podemos observar é que parece que a segunda técnica mostrou ser mais eficiente, o que eu particularmente acredito ser verdade. Quanto aos resultados da cinemática, esperava que os resultados, mesmo que positivos dos alongamentos, não trouxessem alterações, pois o controle motor adequado para um perfeito movimento depende de mais do que diminuição na flexibilidade. É preciso um treino específico de coordenação como no vídeo já mostrado aqui.

FONTE: The International Journal of Sports Physical Therapy | Volume 8 - Number 1 | February 2013 - Page 31