terça-feira, 29 de setembro de 2015

Dor Lombopélvica durante a Gravidez

Dor lombar e/ou dor pélvica é um problema complexo durante a gestação. Revisão sistemática publicada na JOSPT de 2014, avaliou a eficácia da fisioterapia na dor lombopelvica durante a gestação e propõe a melhor terapia. Vinte e dois estudos foram selecionados e no geral a qualidade metodológica dos estudos foi considerada moderada. Quatro tipos de intervenção foram observados: combinação de várias terapias, exercícios, terapia manual e uso de coletes. 
Todos os estudos que utilizaram a informação como ferramenta inserida no tratamento mostraram melhoras significativas na dor e na incapacidade. As orientações incluíam informações sobre a anatomia, as mudanças durante a gestação, a fisiologia da dor e orientações quanto as modificações durante a realização das atividades de vida diária (AVD). Nos estudos que incluíram várias intervenções, ficou difícil concluir qual ou quais intervenções foram mais eficazes. 
O exercício físico também foi efetivo na melhora da dor e da incapacidade. Nas pacientes que apresentaram dor pélvica, os resultados foram menos robustos e o tamanho do efeito menor. Sete de 9 ensaios clínicos controlados e randomizados (ECR) de qualidade moderada, que utilizaram o exercício como única intervenção, mostraram resultados satisfatórios na diminuição da dor e na melhora da função. Nos outros dois estudos que não mostraram resultados, o grupo controle recebeu cuidados pre-natais, o que de certa forma, poderia ser considerado como algum cuidado, ou seja, essas gestantes não estavam desassistidas. Os tipos de exercícios que mostraram resultados foram diversos, inclusive os exercícios de estabilização, que são contra-indicados por alguns estudos no período pré-natal, nesta revisão também mostraram resultados significativos.
Quanto a terapia manual (TM), poucos estudos que a utilizaram durante a gestação foram encontrados. Os resultados foram positivos na diminuição da dor e na melhora da função, mas não houve diferenças entre os grupos que sofreram intervenção. Por isso os autores não recomendam o uso da TM, e alertam para a necessidade de novos estudos, em função do seu número reduzido.
Esta revisão também não obtém resultados significativos, que indiquem o uso de coletes ou qualquer material de suporte em pacientes com dor lombopelvica durante a gestação.

Resumindo: A revisão suporta a prescrição de exercícios em pacientes com dor lombopelvica durante a gestação, e alerta para a necessidade de orientações que devem ser dadas às futuras mamães quanto a realização correta das posturas e movimentos durante as AVDs. Há limitada evidência quanto ao uso de material de suporte e terapia manual nesta população, o que implica na necessidade de novos estudos com melhor qualidade metodológica. 

FONTE: Recommendations for Physical Therapists on the Treatment of Lumbopelvic Pain During Pregnancy: A Systematic Review; July 2014 | volume 44 | Nº 7 | Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Treinamento Resistido em idosos

O treinamento resistido (TR) é um método muito utilizado no ganho de massa muscular, força e na prevenção de diversas patologias. Ainda hoje alguns profissionais insistem em contra-indicar o TR em pacientes cardiopatas e idosos. Busca por um envelhecimento saudável é um grande desafio, e o TR pode contribuir e muito com este objetivo, pois diversos estudos mostram a importância da força e controle neuromuscular na prevenção de doenças, na independência funcional e na diminuição do risco de quedas, problema significativo nesta faixa etária. 
Estudo publicado na REVISTA BRASILEIRA DE MEDICINA DO ESPORTE, avaliou qual o efeito de um TR na composição corporal, na força e na proteína C-reativa, importante biomarcador de risco de doenças cardiovasculares. 
Onze idosas com média de idade de 63 anos participaram do estudo. O grupo realizou um TR por 8 semanas 3 vezes por semana. Os exercícios realizados foram: leg press sentado (aparelho de sobrecarga mecânica para as pernas), supino sentado, extensão de joelhos, pulley costas, flexão de joelhos deitado, flexão de cotovelos na polia baixa, flexão plantar no leg press sentado, extensão de cotovelos na polia. Foram coletadas amostras de sangue e realizado análise bioquímicas. Os resultados mostraram redução nas concentrações séricas de proteína C-reativa, assim como diminuíram a massa gorda e aumentaram o volume muscular.
O estudo demonstrou a importância do TR nas variáveis que indicam aumento do risco cardiovascular e também na melhora do força e do aumento da massa magra, que não foi objeto do estudo, mas que diversas pesquisas mostram que essas alterações promovem melhoras significativas na qualidade de vida e independência funcional.

FONTE: TREINAMENTO RESISTIDO REDUZ RISCOS CARDIOVASCULARES EM IDOSAS; Rev Bras Med Esporte – Vol. 21, No 4 – Jul/Ago, 2015.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Avaliação da ADM cervical

Avaliar a amplitude de movimento (ADM) de qualquer articulação é fundamental para o diagnóstico de disfunções músculo-esqueléticas, analisar a progressão destas disfunções e evolução do tratamento. Na avaliação, a ferramenta utilizada deve ser confiável para que a medida seja precisa e que possa ser reproduzida por diversos avaliadores. O dispositivo Cervical Range of Motion (CROM) é uma ferramenta que mede a ADM cervical com níveis excelentes de confiabilidade quando comparados com a radiografia, que é considerada padrão-ouro neste tipo de medida. Porém, a desvantagem, vem do fato de ser um equipamento de alto custo.
Na prática clínica um aparelho utilizado é o Flexímetro, um goniômetro gravidade-dependente de baixo custo e de fácil manuseio que avalia a ADM de diversas articulações. Sua confiabilidade foi testada, tendo como parâmetro o CROM, num artigo publicado na Revista Brasileira de Fisioterapia em 2010 por FLORÊNCIO LL, et. al. Os objetivos do estudo foram verificar a concordância entre as medidas de ADM cervical obtidas com o CROM e com o Flexímetro e, adicionalmente, verificar a confiabilidade intra e interexaminadores de ambas as ferramentas. Para isso foram recrutados 20 voluntários do sexo feminino assintomáticas e três avaliadores, que foram treinados na utilização dos instrumentos durante duas semanas antes do estudo. Os critérios de exclusão foram ter idade menor que 18 anos e apresentar história de trauma, cirurgia ou qualquer outra disfunção da região cervical.
O estudo mostrou excelentes resultados de confiabilidade para todos os movimentos, com exceção da flexão e rotação à esquerda, que apresentaram resultados considerados moderados. Os resultados inter e intraexaminadores também ficaram entre moderados e excelentes. Os autores concluíram que o Flexímetro se mostrou uma ferramenta confiável e de fácil aplicação a baixo custo durante a pratica clínica. Os autores também relatam que o estudo tem como limitação, o fato dos sujeitos serem assintomáticos e que os resultados tem sua reprodução em outros sujeitos não garantidos.
FONTE: Concordância e confiabilidade de dois métodos não-invasivos para a avaliação da amplitude de movimento cervical em adultos jovens; Rev Bras Fisioter, São Carlos, v. 14, n. 2, p. 175-81, mar./abr. 2010


terça-feira, 1 de setembro de 2015