sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Treino de Força

Adultos sedentários podem perder de 3-8% de massa muscular a cada década, acompanhado de aumenta na massa magra (gordura) e com isso uma diminuição na taxa metabólica de repouso. O treino de fortalecimento muscular tem sido proposto para interromper este ciclo que leva a uma aumento de peso e uma diminuição na qualidade de vida em função da perda da capacidade funcional. O estilo sedentário de vida tem sido causador do aumento da obesidade e das mortes por doenças cardiovasculares. A atividade aeróbica é encorajada em detrimento do treino de força. Porém o treino de força tem os seus benefícios, entre eles podemos citar: a melhora na performance física, no controle motor, na independência funcional e até nas habilidades cognitivas.
Numerosos estudos tem demonstrado que o treino de força (12-20 exercícios por série e de 2-3 vezes por semana em dias alternados) pode gerar ganhos significativos em qualquer fase da vida. Os benefícios são:
  1. Aumento da taxa metabólica de repouso: O treino de força aumenta a massa magra que necessita de maior energia para sua manutenção, e os microtraumas decorrentes do treino, aumentam o metabolismo na área com o objetivo de cicatrização do tecido local. Isso pode persistir por até 72h após a atividade. Iniciantes que realizam um treino moderado (10 exercícios com 3 séries cada) ou um treino de baixo volume (10 exercícios com 1 série cada), pode aumentar em até 5% a taxa metabólica por até 3 dias após o exercício. Baseado nestes estudos, o treino regular pode aumentar a taxa metabólica de repouso em 100 cal/dia. Qual a vantagem? Este aumento contribui para a perda de peso.
  2. Redução da Massa Magra: O aumento da massa magra é fator de risco para diversas doenças. Strasser and Schobersberger em revisão publicada em 2011, recomendaram o treino de força para o controle da obesidade e das desordens metabólicas. Com relação a gordura abdominal, estudos tem mostrado uma redução significativa deste tipo em homens e mulheres idosas.
  3. Melhora da capacidade Funcional: Treino de força pode reverter a diminuição na capacidade funcional decorrente da idade, revertendo seus efeitos negativos na habilidade de realizar as atividades e vida diária.
  4. Diabetes do tipo-2: A obesidade aumenta a prevalência do diabetes tipo-2 e o treino de força pode ser uma intervenção efetiva para o tratamento e prevenção, pois além de contribuir com a diminuição do peso, o treino pode melhorar a sensibilidade à insulina, já que diminui a gordura intra-abdominal, responsável pela resistência à atuação do hormônio. Flack et al (2011) sugerem que este objetivo é alcançado mais com um treino de alto volume quando comparado com um treino de baixo volume. A American Diabetes Association preconiza um protocolo de exercícios que englobam grupos musculares maiores, realizados 3 vezes por semana com 3 séries de 8-10 repetições em alta intensidade.
  5. Melhora da Saúde Cardiovascular: A melhora decorre das alterações na composição corporal, na mobilização da gordura visceral, na redução da PA de repouso, na melhora nos níveis sanguíneos das lipoproteínas e no controle da glicemia.
  6. Pressão Arterial: Estudos demonstram redução na pressão sistólica e/ou diastólica após treino de força convencional ou na forma de circuito. Westcott WL et al (2009) relataram melhora na PAS e PAD de 3.2 e 1.4 mmHg em um treino realizado 2 vezes por semana e de 4,6 e 2,2 mmHg quando realizados 3 vezes por semana. Quando combinado com atividades aeróbias, os ganhos são mais expressivos.
  7. Perfil Lipídico: Investigadores tem demonstrado que o treino de força e o treino aeróbio mostram resultados similares na melhora do perfil lipídico dos praticantes. O American College of Sports Medicine (ACSM) sugere que o treino de força pode aumentar o HDL de 8-21%, diminuir o LDL de 13-23% e os triglicerídeos de 11-18%.
  8. Aumento da Densidade Mineral Óssea.
  9. Melhora da Saúde Mental.
O ACSM preconiza: 8 a 10 exercícios que envolvem os grandes grupamentos musculares (ombro, peito, costas, abdome, braços, quadris e pernas); 2 a 3 vezes por semana em dias não consecutivos; 2 a 4 séries de cada exercício; 8 a 12 repetições em cada série; e realizar os movimentos de maneira coordenada em toda a sua amplitude.


FONTE: Resistance Training is Medicine: Effects of Strength Training on Health; Current Sports Medicine Reports; Volume 11 & Number 4 & July/August 2012.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Testes - Ombro (Parte 1)

Teste de Apreensão
O objetivo do teste é identificar instabilidade anterior do ombro. Durante o movimento é importante observar a expressão facial do paciente. O teste e positivo se o paciente relatar dor ou demonstrar medo durante o teste.

Gaveta Anterior (Load and Shift):
O objetivo do teste é detectar instabilidade anterior ou posterior do ombro. O paciente pode se encontrar sentado ou em pé. O teste é positivo se houver deslocamento excessivo anterior ou posterior. Comparar com o lado contra-lateral. 

Sinal do Sulco:
O objetivo deste teste é detectar instabilidade inferior do ombro. O terapeuta deve tracionar o braço do paciente para baixo com o braço na lateral do corpo. O teste é positivo se após a tração for observado um espaço na área subacromial.

Sheart Test:
O teste detecta alterações na articulação acromioclavicular. O terapeuta, com a mão em forma de concha, pressiona a escápula anteriormente e a acromioclavicular posteriormente. O teste é positivo se o paciente relata dor na região ou for detectado algum movimento anormal.

Teste de Neer:
O terapeuta realiza flexão passiva do ombro com o membro em rotação interna completa. É um dos teste utilizado no diagnóstico de síndrome do impacto. O teste é positivo se o paciente relata dor durante o movimento.

FONTE: Cadernos de Saúde - Manual de avaliação do sistema músculo-esquelético em Fisioterapia - COOPMED, 2000.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Treino de Força e Flexibilidade do Quadril para Corredores

O treinador  Budd Coates ensina alguns exercícios para a melhora da força e flexibilidade no quadril para corredores recreacionais (Treino Completo - clique aqui)
Fraqueza dos músculos do quadril, principalmente abdutores e rotadores externos, tem sido "acusados" de serem uma das causas das lesões em corredores, incluindo a síndrome da banda iliotibial e a dor patelofemoral (LENHART et al, 2014). Seu treinamento e condicionamento, está sendo utilizado como estratégia de prevenção e tratamento destas e de outras patologias dos membros inferiores decorrentes da corrida.

FONTE: http://www.runnersworld.com/

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Rigidez e Flexibilidade

Rigidez passiva e flexibilidade são propriedades musculares freqüentemente consideradas como sinônimas na literatura, apesar de apresentarem diferenças com relação as suas definições. 
Rigidez passiva é a variação na tensão do músculo em função da variação no comprimento, porém sem contração muscular, é uma propriedade mecânica relacionada com a capacidade que este tecido tem de deformar-se. A energia necessária a causar essa deformação é representada pela área abaixo da curva "stress-strain". Quanto maior a energia, maior a deformação, podendo levar, se em excesso, a ruptura do músculo. É uma medida indireta da capacidade que o tem músculo de absorver energia sob ação de forças mecânicas. Portanto, quanto maior a capacidade que o músculo tem de absorver energia, maior a sua rigidez e menor a sua susceptibilidade à lesão. Dessa forma, a rigidez do músculo pode auxiliar não só na prevenção de lesões musculares, como também na melhora do desempenho durante a execução do movimento. Músculos pouco rígidos apresentam maior deformação em resposta a uma força aplicada, o que resulta em maior quantidade de deslocamento articular, diminuindo a estabilidade da articulação que atravessam e aumentando a probabilidade de lesão articular e ligamentar.

A flexibilidade é a capacidade do músculo de alterar o seu comprimento, permitindo que a articulação movimente-se em toda a sua amplitude. É uma maneira de inferir o comprimento muscular. O impacto da alteração da flexibilidade na prevenção de lesões precisa ser melhor estudado, pois os dados são controversos.
Rigidez e flexibilidade estão relacionadas de maneira inversa. Quanto maior a flexibilidade menor a rigidez muscular e vice-versa. Segundo Sahrmann (2005), a movimentação ocorre mais precocemente na articulação menos rígida, em comparação com a articulação que apresentar maior rigidez.
Existe carência de estudos que determinem com precisão a relação existente entre flexibilidade e rigidez muscular, utilizando formas de operacionalização condizentes com a definição de cada propriedade. Dessa forma, Aquino et al (2006) procurou investigar a contribuição da medida de flexibilidade dos isquiotibiais para a rigidez passiva desse grupo muscular. Foram recrutados 33 sujeitos de ambos os sexos (6 homens e 27 mulheres), com idade variando de 18 a 26 anos (média de 21,7 ± 1,8). A rigidez passiva foi avaliada com um dinamômetro isocinético e a flexibilidade por um examinador com os sujeitos na mesma posição. O ângulo articular foi medido em graus e o torque de
resistência, em newton-metros (Nm), sem corrigir os efeitos da gravidade. De acordo com os resultados obtidos, uma percentagem relativamente pequena da variabilidade das medidas de rigidez
passiva total, do 1o, 2o e 3o terços (23%, 29%, 21% e 20%, respectivamente) pode ser explicada pela medida de flexibilidade desse grupo muscular, apesar de as associações entre essas variáveis terem sido significativas.
Esses resultados sugerem que outros fatores, além da flexibilidade, interferem na rigidez articular, dentre eles, podem ser citados a área de secção transversa e as estruturas articulares passivas (tendões, ligamentos e cápsula articular). Dessa forma, a quantidade de tecido contrátil e conectivo presente no músculo parece ser determinante para a rigidez passiva, o que possivelmente restringe a contribuição da flexibilidade para a medida de rigidez. Por isso está errado utilizar as palavras rigidez e flexibilidade como palavras sinônimas. Outro ponto importante é que, a baixa correlação encontrada entre as variáveis justifiquem os resultados obtidos na literatura que não evidenciam o ganho de flexibilidade na prevenção de lesões músculo-esqueléticas.
Os autores chamam a atenção para a necessidade de estudos que investiguem o impacto de programas
de intervenção, como o fortalecimento e o alongamento muscular, na propriedade de rigidez passiva e seus potenciais benefícios na prevenção de lesões.

FONTE: Aquino et al. Análise da relação entre flexibilidade e rigidez passiva dos isquiotibiais; Rev Bras Med Esporte _ Vol. 12, Nº 4 – Jul/Ago, 2006.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Osteoartrose e Corrida

A osteoartrose (OA) é a alteração articular mais comum nos adultos acima de 50 anos e contribui significativamente para diminuição na capacidade funcional. Será que os indivíduos corredores de longa distância a desenvolvem com mais prevalência, em função de se tratar de uma modalidade de esporte de alto impacto? Será que existe esta relação? Chakravarty et al (2008) realizaram um estudo que tinha como objetivo tentar responder esta questão. Os autores do estudo acompanharam 961 sujeitos, divididos em dois grupos, o grupo de corredores (G1; n=538) e grupo controle (GC; n=423). Radiografias dos joelhos foram feitas em seis oportunidades (1984, 1986, 1989, 1993, 1996 e 2002) em ambos os grupos. Todos os sujeitos responderão a um questionário com dados demográficos, história médica, IMC, pratica de exercícios, lesões musculoesqueléticas e status funcional através do HAQ-DI (Health Assessment Questionnaire Disability Index). 
Após a avaliação observou-se que não havia diferenças entre os grupos, os corredores não apresentavam sinais mais precoces e graves de OA avaliados pelas radiografias do que os sujeitos do GC. Esses dados são consistentes com outros estudos (CHENG Y (2000); PANUSH RS(1986); HANNAN MT (1993)) e levam a concluir que a corrida pode não ser fator de risco para as gonartrose e muito menos mecanismo de proteção. No entanto, estes achados não são sustentados por outros estudos, que observaram associação entre esportes de impacto como ballet, futebol e levantamento de peso, com OA.
A força destes resultados está no tempo de observação, quase duas décadas, algo que não foi realizado nos demais. A limitação fica por conta da ausência de avaliação dos sintomas clínicos, já que estudos mostram que não há concordância entre sintomas clínicos e danos mostrados no raio-x, ou seja, nem sempre sinais radiográficos de OA concordam com a presença de sinais como dor. É bom lembrar que os sujeitos selecionados eram saudáveis, que corriam mesmo após a 6ª década de vida, em função disto, há necessidade de cautela na generalização dos resultados quando se tratar de sujeitos que estão iniciando a pratica da atividade.

FONTE: Long Distance Running and Knee Osteoarthritis A Prospective Study; Am J Prev Med. 2008 August ; 35(2): 133–138.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Técnica de Energia Muscular

Artigo publicado no The Journal of the American Osteopathic Association, avaliou a eficiência da técnica de energia muscular (TEM) no aumento da ADM cervical em indivíduos assintomáticos. Para isso, foram recrutados 32 sujeitos divididos em 2 grupos. Um grupo experimental que realizou a TEM por um terapeuta experiente, e o segundo grupo que realizou alongamentos mantidos de 3-5 segundos, o mesmo tempo de contração isométrica do grupo experimental. A ADM foi avaliada antes e depois do protocolo, por isso o ganho na ADM foi agudo, não houve avaliação ao longo do tempo, com objetivo de avaliar mudanças crônicas.
Os resultados mostram uma melhora significativa do grupo experimental em relação ao grupo controle na inclinação e na rotação, enquanto na flexão/extensão não houve diferença significativa. Não havia diferença entre os grupos antes do tratamento.
As mudanças não foram grandes, aproximadamente 4°, mas consistentes o suficiente para promover diferenças estatísticas. O resultado mais significativo ficou com a rotação. A piora no grupo controle não ficou muito clara. 
É bom lembrar que o tempo utilizado no alongamento foi muito inferior ao preconizado pela literatura para ganho de ADM. Os estudos mostram que o tempo gira em torno de 15-30 segundos em cada manobra, gerando inclusive, melhoras ao longo do tempo, algo que não foi avaliado durante este estudo. Porém, é o primeiro passo para comprovar a eficácia da técnica, que também pode ser avaliada em indivíduos sintomáticos e observar se há mudança na intensidade da dor e na melhora funcional.
FONTE: Gross Range of Motion in the Cervical Spine: The Effects of Osteopathic Muscle Energy Technique in Asymptomatic Subjects; JAOA • Vol 106 • No 3 • March 2006.

Exemplos de TEM na Cervical:




quinta-feira, 8 de outubro de 2015

IVCF-20 Índice de Vulnerabilidade

O Índice de Vulnerabilidade Clínico-Funcional 20 (IVCF-20) é um questionário online composto por 20 perguntas, que avaliam se o idoso pode ser considerado frágil ou não. O teste equivale a uma Avaliação Geriátrica Ampla (AGA). Foi criado pela equipe do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais. O teste pode ser considerado um método para avaliar se a pessoa precisa, de fato, agendar uma consulta com um médico geriatra e é o primeiro e único modelo do tipo no país.
O IVCF-20 funciona, também, como um instrumento de otimização do serviço de saúde brasileiro, uma vez que realizará, além do diagnóstico do paciente, uma espécie de triagem. No Brasil, existe pouco mais de mil médicos geriatras, para mais de 26 milhões de idosos, segundo dados da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).
“O questionário irá definir o alvo das consultas geriátricas. Ele também é útil para auxiliar no diagnóstico de doenças frequentes nessas pessoas, tais como alzheimer e depressão, que não são de fácil identificação em uma consulta normal’’, explicou Moraes. Além disso, após responder as perguntas, o paciente recebe orientações de acordo com a pontuação obtida. Uma espécie de consulta gratuita online, acessível a todos que tenham facilidade em utilizar a internet. 
O IVCF-20 exerce ainda a função de banco de dados que poderá auxiliar pesquisas, programas e ações governamentais para aqueles que compõem, hoje, mais de 13% da população brasileira, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Lesões no Pé e Tornozelo durante a Corrida

As lesões que ocorrem no pé e tornozelo durante a corrida, representam 1/4 de todas as lesões comuns em corredores. A cintilografia óssea é método diagnóstico extremamente sensível para detectar precocemente, antes que mudanças estruturais possam ser detectadas no exames de raio-x. Em artigo publicado na American Journal of Nuclear Medicine and Molecular Imaging, os autores fazem um estudo das imagens que aparecem em diversas lesões no pé e tornozelo.

Fratura por Estresse:
São causas comuns de dor em corredores, devido à cargas anormais repetitivas. Estas cargas geram um desequilíbrio entre a ação osteoblástica (produção de osso) e o osteoclástica (reabsorção óssea) dos ossos, levando a microfraturas. Diferentes fatores de risco podem ser citados:
A fratura por estresse pode afetar vários ossos dos membros inferiores e pelve. Na corrida o mai comum é a tíbia, respondendo por aproximadamente 40% dos casos, seguida da fíbula. Pé e tornozelo representam 1/4 dos casos, sendo os metatarsais os mais acometidos, predominantemente o 1º e 2º metatarsal. São afetados também o calcâneo, tálus, o navicular e sesamoide. 
Pacientes com fratura por estresse apresentam dor sem histórico de trauma durante e após a corrida. Sem tratamento esta dor progride, podendo acometer mesmo durante o repouso.

Fascite Plantar:
É a causa de dor mais comum no calcanhar em atletas. Normalmente apresenta-se como uma dor agudo no meio do calcanhar ou no arco plantar. A dor é facilmente reproduzível na palpação durante o exame físico. A Fascite plantar esta associada a deficit na flexibilidade do tríceps e do tendão de Aquiles, além de relação com o aumento do arco plantar. Outros fatores de risco incluem:  "Overtraining", aumento treino em subidas, aumento da intensidade de corrida, calçados inadequados (sem amortecimento ou muito usados) e alterações na superfície de treino, O disgnóstico é normalmente baseado na história clínica e no exame físico. Porém imagens às vezes são necessárias para diferenciar de fratura de estresse. A cintilografia pode ser um destes exames, pois esta não só confirma o diagnóstico, como o local exato da inflamação.

Lesões no Tendão de Aquiles
Responde por aproximadamente 7% das lesões no pé e tornozelo durante a corrida, sendo mais comum nos homens. Afeta corredores com mais anos de experiência. Corredores que realizam o contato inicial com o calcanhar, tem possibilidade maior de desenvolver esta patologia. Este tipo de lesão, segundo os autores, é melhor diagnosticada com ressonância magnética.

Lesão do Tibial Posterior
O tendão do tibial posterior surge no terço distal da perna, passa atrás do maléolo medial e se insere em diversos locais do pé, incluindo os ossos navicular, cuneiforme, 2º, 3º e 4º metatarsais. Afeta corredores mais velhos já que o tendão encontra-se mais fragilizado, e jovens com histórico de excesso de treino. O estágio inicial se caracteriza por dor e edema no trajeto do tendão. O aumento na pronação do pé pode sobrecarregar o tendão do músculo, levando a uma lesão decorrente de um esforço de baixa intensidade e repetitivo, sem histórico de trauma. O diagnóstico precoce e a identificação desta alteração, aceleram a reabilitação, interrompendo o ciclo vicioso.

Sesamoidite
O osso sesamoide está localizado na parte posterior do 1º metatarso, dentro do tendão do Flexor curto do Hálux, aumentando sua eficiência mecânica. É lesionado devido a impactos repetitivos, comuns durante a corrida. Há várias causas de dor na região: fratura por estresse, trauma agudo, osteocondrite, osteoartrite e bursite.
Corredores com sesamoidite apresentam dor durante a postura em p, que pode ser exacerbada com a flexão passiva da articulação metatarsofalangeana. A cintilografia pode se usada para diferenciar entre fratura e as demais causas da patologia.


Tendinite dos Fibulares
É também uma lesão por "overuse" e pode apresentar como uma dor na parte lateral do calcâneo. Esta imprecisão pode levar a uma dificuldade de diagnóstico.

FONTE: Review of running injuries of the foot and ankle: clinical presentation and SPECT-CT imaging patterns; Am J Nucl Med Mol Imaging 2015;5(4):305-316

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

TENS X Terapia Manual nas Cafalalgias

Cefalalgia é o termo que designa dor localizada na cabeça, conhecida como enxaqueca ou cefaleia. Pode ser primária ou secundária dependendo da etiologia. A que é causada pela tensão muscular na região é considerada primária e é o tipo mais comum de dor. 
Estudo publicado recentemente na revista Fisioterapia em Movimento, comparou o uso do TENS BURST com a terapia manual (TM) em pacientes com cefaleia tensional. Quarenta sujeitos divididos em dois grupos concluíram o estudo. Os tratamentos foram realizados 2 vezes por semana durante 10 sessões, onde cada sessão durou em média 30 minutos. O protocolo da TM envolveu liberação miofascial, pompage, alongamentos, exercícios de estabilização cervical, fortalecimento, Kabat e mobilização articular. O TENS utilizado tinha largura de pulso de 230 microssegundos e frequência de 4 Hz, compatível com o tipo BURST.
O estudo demonstrou que a cefaleia tem alta prevalência em mulheres (87% no grupo estudado). Os sujeitos do grupo que foram tratados com o uso do TENS não apresentaram melhora na amplitude de movimento e nos aspectos posturais, mas houve melhora na intensidade e na sensação dolorosa. O uso da TM trouxe benefícios mais consistentes no que diz respeito a dor e as variáveis de amplitude de movimento e aspectos posturais. Segundo os autores, há necessidade da realização de estudos de longo prazo para observar se estas melhoras, principalmente obtidas com o uso do TENS, permanecem ao logo do tempo em ambos os grupos. Os autores também sugerem o uso do TENS em cefaleias tensionais, mas alertam que a TM obteve resultados mais satisfatórios.

FONTE: Comparative study between manual therapy and TENS Burst in patients with tension-type cephalalgia; Fisioter Mov. 2015 Apr/June;28(2):327-37.