quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Exercícios Essenciais para Melhorar sua Técnica de Corrida


quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Dor Crônica no Quadril

Dor crônica no quadril (DCQ) é a disfunção  do quadril mais comum que afeta jovens adultos, está associada ao diagnóstico de síndrome do impacto fêmoro-acetabular, instabilidade estrutural e lesões condrais. A DCQ causa limitações funcionais importantes e pode evoluir para uma osteoartrose do quadril. Entender os fatores que aceleram o processo de degeneração articular é uma forma importante de tratar e prevenir as possíveis consequências desta situação.
A força dos músculos que circundam o quadril são fundamentais para a estabilidade articular. Uma articulação instável pode aumentar a possibilidade de movimentação excessiva e assimétrica e as forças compressivas, o que pode contribuir com o desgaste da articulação. Força adequada dos músculos rotadores externos do quadril é importante para controlar a rotação interna excessiva, sendo o contrário também verdadeiro. Adução excessiva durante atividades de descarga de peso também está associado com DCQ. Abdutores fortes ajudam a estabilizar a pelve durante a caminhada, corrida e o ato de subir e descer escadas.
Diante disto fica a pergunta: pacientes com DCQ apresentam alterações na força destes músculos?
HARRIS-HAYES et al. (2004) publicaram um estudo que buscaram avaliar se jovens adultos com DCQ apresentavam alterações na força dos músculos do quadril, quando comparado com sujeitos assintomáticos na mesma faixa etária, mesmo sexo e IMC. E em caso de dor somente em um dos quadris, fizeram também a comparação com o quadril sem dor.
Participaram do estudo 70 sujeitos, divididos em dois grupos, com (Grupo 1) e sem dor (Grupo Controle), com idades entre 18 e 40 anos. Foram avaliados a força dos rotadores externos (RE), rotadores internos (RI) e abdutores, através de um dinamômetro isométrico de mão da marca microFET3. As figuras abaixo mostram os procedimentos.

Os sujeitos também passaram por uma avaliação funcional através dos questionários Hip Disability and Osteoarthritis Outcome Score,  Hip Outcome Score e o Harris Hip Score modificado.
Os participantes com DCQ relataram tempo médio dos sintomas de 3,5 anos e moderado limitação funcional. Comparando com o grupo controle, os sujeitos do grupo com dor apresentaram fraqueza em todos os músculos avaliados da ordem de 16 a 28% menores. Quando a comparação era feita entre os quadris envolvidos e não envolvidos, os rotadores externos e abdutores do quadril assintomático era mais forte quando comparado com o lado sintomático. Não foi possível concluir se essa diferença na força era causa ou consequência da dor. A dor pode levar a uma diminuição da força pelo desuso do membro doloroso, a diminuição na ativação dos músculos ou a sua inibição. A diferença apresentada entre os sujeitos com dor unilateral, sugere que a DCQ pode ser consequência da fraqueza dos músculos avaliados.
Os autores do estudo chamam a atenção para a necessidade de novos estudos que avaliassem a força, os padrões de movimento da pelve e membros e as anormalidades ósseas. Além de ensaios clínicos que avaliassem a eficácia dos exercícios de fortalecimento em pessoas com DCQ.

FONTE: MARCIE HARRIS-HAYES et al.; Persons With Chronic Hip Joint Pain Exhibit Reduced Hip Muscle Strength; November 2014 | volume 44 | Nº 11 | JOSPT.