A tendinopatia do tendão de aquiles é uma condição comum em corredores. Cerca de 6 a 18% dos atletas são acometidos por esta patologia. É caracterizada por uma lesão crônica (overuse) e tem relação com o nível de condicionamento e com o nível de treinamento. 80% das lesões na corrida estão relacionadas com erros no treinamento, ou seja, calçados inadequados, superfícies de treinamento, intensidade e frequência do treino.
Exercícios excêntricos tem sido usados na prática clínica para o tratamento destas lesões, já que estudos tem mostrado comportamento diferente entre as fases concêntricas e excêntricas da corrida em portadores de tendinopatia crônica comparando o membro lesado com o membro sadio.
Com o objetivo de avaliar se há diferença de comportamento, através do EMG, entre estas fases, JAEHO YU avaliou 18 corredores entre homens e mulheres com tendinopatia unilateral do tendão de aquiles durante exercícios concêntricos e excêntricos.
De acordo com a tabela houve diferenças significativas entre o nível de ativação do reto femoral, tibial anterior e gastrocnêmio lateral (GL) comparando o lado afetado (AS) com o lado não afetado (NAS). Houve também diferença em todos os músculos avaliados comparando o exercício concêntrico com excêntrico, sendo que o exercício concêntrico mostra maiores níveis de ativação. O estudo também revelou que o gastrocnêmio medial (GM) teve nível de ativação maior no exercício excêntrico no lado afetado quando comparado com o lado normal.
O que este resultado significa?
O GM tem um maior nível de ativação com o objetivo provavelmente de compensar a pronação excessiva do lado lesado durante a fase excêntrica da corrida, já que estudos mostram que a pronação promove um desvio lateral da articulação subtalar. Para compensar este desvio o lado medial seria acionado com mais intensidade. É bom lembrar que este estudo não avaliou o grau de pronação, já que não foram avaliados durante a corrida.