quarta-feira, 17 de maio de 2017

Mobilização do quadril

A mobilização das articulações é um recurso importante para tratar dor e as disfunções da artrocinemática e com isso aumentar a osteocinemática articular. Diminuição da amplitude articular é um importante fator de causa em diversas lesões, não só na própria articulação que apresenta o deficit, mas nas articulações vizinhas. Estudos tem mostrado que diminuição na mobilidade do quadril gera problemas na lombar, que obedece uma regra simples: "hipomobilidade gera hipermobilidade que pode causar lesões".
Segue abaixo a descrição de exemplos de procedimentos de mobilização na articulação do quadril. Lembrando que é fundamental a avaliação para determinar qual movimento está prejudicado e com isso qual procedimento de mobilização deve ser utilizado.

A)- Distração do quadril: quadril em leve flexão, abdução e rotação externa;
B)- Mobilização antero-medial para direção posterior-lateral: Força aplicada com o quadril em adução e rotação interna;
C)- Distração Lateral-inferior aplicada com o quadril em rotação interna;
D)- Força aplicada na posterior para anterior na posição prono como quadril fletido, abduzido e rodado externamente;
E)- Força aplicada na direção posterior para anterior na posição prono com o quadril estendido, aduzido e rodado externamente, além do auxílio de uma faixa.

As manobras A e a C são usadas como procedimento inicial para ganhar espaço articular e promover uma tração na cápsula que pode estar restringindo o movimento. A manobra B para ganho de flexão e RE e as manobras D e E para ganho de extensão e RI.

FONTE: Heiderscheit & McClinton; Evaluation and Management of Hip and Pelvis Injuries; Phys Med Rehabil Clin N Am 27 (2016) 1–29.

quarta-feira, 10 de maio de 2017

OA de Joelho e Terapia Manual

A dor e a rigidez nas articulações osteoartríticas, podem limitar a função e contribuir com a morbidade em adultos. A articulação mais afetada é o joelho e os fatores de risco são o excesso de peso e determinadas atividades onde são frequentes o ajoelhar e agachar. A cinesioterapia tem se mostrado eficiente tanto quanto o uso prolongado de anti-inflamatórios não hormonais (AINH). 
A perda da ADM de extensão final é um achado frequente nesta população, e esta alteração é responsável por causar mais danos articulares durante certas atividades como a marcha. Por isso o restabelecimento do movimento é um objetivo importante no tratamento fisioterapêutico. Para restaurar este movimento a mobilização articular tem sido utilizado, já que ela melhora os movimentos acessórios e com isso aumenta a osteocinemática articular. Estudo publicado na JOSPT avaliou o uso da mobilização articular, mobilização dos tecidos, alongamentos e exercícios de força na melhora da extensão final do movimento em joelhos de mulheres com osteoartrose.
A avaliação da movimentação de extensão de joelho e a rigidez articular foram realizados por meio do vídeo-fluoroscopia antes e após 30 minutos de sessão.

A intervenção foi realizada nos dois grupos, com e sem OA nos joelhos e cada grupo tinha 5 sujeitos e o terapeuta que realizou as mobilizações era treinado e experiente. 
Foram realizadas as seguintes manobras:
  • A: Extensão completa com deslizamento antero-posterior (AP) grau IV;
  • B: Extensão com Rotação externa de todo o membro inferior com deslizamento AP grau IV;
  • C: Extensão com Rotação interna de todo o membro inferior com deslizamento AP grau IV;
  • D: Extensão completa e deslizamento grau III;
  • E: Rotação Externa da tíbia com estabilização do fêmur da mão proximal;
  • F: Deslizamento em direção do valgo do joelho.

As mobilizações foram feitas durante 30 segundos de 2 a 8 séries conforme tabela 2. E os exercícios de força e alongamento estão descritos na tabela 3. Confesso que não entendi o porque dessas diferenças de séries e repetições entre os 10 sujeitos analisados.

Os resultados mostraram um aumento na extensão do joelho e uma diminuição da rigidez mais significativas no grupo com OA quando comparado com o grupo controle após uma única sessão de mobilização, o que suporta o uso da terapia manual nos pacientes com OA de joelho. Há necessidade de certa cautela em função do número reduzido de participantes do estudo.

Uma observação importante: De acordo com a regra do concavo-convexo na mobilização articular, o deslizamento antero-posterior na tíbia é usado para ganho de ADM na flexão e não na extensão. O estudo optou por fazer a manobra para ganhar extensão e diminuir a rigidez com efeitos positivos. Como foram feitos além da mobilização, alongamento e fortalecimento, não dá pra dizer categoricamente que a melhora foi em função da mobilização somente, por isso muito cuidado. Porém, eu, particularmente indicaria este protocolo para os pacientes de OA de joelho, acrescentando a tração longitudinal como manobra inicial, para ganho de espaço articular e mobilidade geral.

FONTE: TAYLOR, A et. al; Knee Extension and Stiffness in Osteoarthritic and Normal Knees: A Videofluoroscopic Analysis of the Effect of a Single Session of Manual Therapy; Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy | volume 44 | Number 4 | April 2014 |

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Prova Comentada - Parte 2 - Prefeitura de Juiz de Fora

Prova comentada do concurso para Fisioterapeuta da Prefeitura de Juiz de Fora - MG.  
Este vídeo comenta as questões 36 até a questão 50.


quarta-feira, 3 de maio de 2017

TUG - Timed Up and Go

O TUG é um teste funcional amplamente utilizado, principalmente na população idosa, que avalia a mobilidade funcional e o equilíbrio dinâmico, envolve potência, velocidade e agilidade em atividades que incluem levantar, caminhar e sentar. A manutenção da independência passa por uma mobilidade e equilíbrio normais.
O teste vai avaliar quanto tempo o sujeito leva para levantar de uma cadeira com altura entre 43 e 46 cm de altura, caminhar 3 metros, contornar um marcador e retornar à cadeira e sentar-se. O avaliador procura incentivar o avaliado a andar na maior velocidade possível. Lembrando que o avaliado pode usar um dispositivo auxiliar de marcha, como uma bengala, durante o teste. Quanto maior o tempo menor o desempenho.

Bischoff et al. consideram como normal a realização do teste em até 10 segundos; valores entre 11-20 segundos indica idosos com deficiência ou frágeis, com independência parcial e com baixo risco de quedas; tempos acima de 20 segundos indica um idoso com risco maior de quedas decorrentes de uma importante deficiência na mobilidade e no equilíbrio. Considera-se também que idosos que executam o TUG em um tempo maior que 14 segundos apresentam alto risco de quedas.
A dupla tarefa, que pode ser  pode ser definida como o ato de realizar uma atividade primária, para a qual é destinado o maior foco da atenção, incorporada a uma segunda atividade executada ao mesmo tempo, aumentam o risco de quedas uma vez que as quedas geralmente acontecem quando duas ou mais tarefas se associam (Fatori, 2015). Para avaliar o desempenho em atividades de dupla tarefa, o TUG também pode ser utilizado em 9 diferentes versões:
  1. TUG normal, como citado anteriormente;
  2. TUG Manual 1: O avaliado realiza o TUG enquanto troca moedas entre os bolsos da calça;
  3. TUG manual 2: Realiza o TUG segurando um copo plástico contendo água;
  4. TUG Cognitivo 1: Realiza o teste enquanto diz a seguinte frase:  “Praticar atividade física faz bem para o corpo e mente”;
  5. TUG Cognitivo 2: Soletrar de trás pra frente os dias da semana;
  6. TUG Cognitivo 3: Soletrar na ordem crescente de 10 a 1;
  7. TUG Cognitivo 4: Memorizar as seguintes palavras:  tartaruga, bicicleta, árvore, cachorro, igreja e telefone, impressas em papel A4, ocupando a folha toda e mostradas no início do teste durante a execução do TUG;
  8. TUG Cognitivo 5: Repetir 5 palavras: pipa, rua, menino, boneca e menina;
  9. TUG Cognitivo 6: Repetir 5 números: 17, 4, 8, 11 e 20.

terça-feira, 2 de maio de 2017

Agulhamento X Injeção de corticóide

A síndrome de dor trocantérica lateral (SDTL) é uma dor crônica e intermitente na lateral do quadril resultado de lesões nas estruturas periarticulares, como bursas, tendões e ligamentos. Como tratamento tem sido utilizado as injeções de cortisona para alívio da dor e do processo inflamatório. 

Estudo publicado na JOSPT em abril deste ano, comparou o uso do agulhamento a seco (Dry Needling) com as injeções de cortisona em 50 pacientes portadores de tal síndrome, durante 6 semanas. Nenhum outro tipo de tratamento foi utilizado. Os pesquisadores avaliaram a dor e a função e nenhuma diferença foi observado entre os grupos. Diante deste resultado o agulhamento pode ser uma boa alternativa para o tratamento da SDTL, diminuindo os efeitos do uso prolongado da cortisona.