A dor e a rigidez nas articulações osteoartríticas, podem limitar a função e contribuir com a morbidade em adultos. A articulação mais afetada é o joelho e os fatores de risco são o excesso de peso e determinadas atividades onde são frequentes o ajoelhar e agachar. A cinesioterapia tem se mostrado eficiente tanto quanto o uso prolongado de anti-inflamatórios não hormonais (AINH).
A perda da ADM de extensão final é um achado frequente nesta população, e esta alteração é responsável por causar mais danos articulares durante certas atividades como a marcha. Por isso o restabelecimento do movimento é um objetivo importante no tratamento fisioterapêutico. Para restaurar este movimento a mobilização articular tem sido utilizado, já que ela melhora os movimentos acessórios e com isso aumenta a osteocinemática articular. Estudo publicado na JOSPT avaliou o uso da mobilização articular, mobilização dos tecidos, alongamentos e exercícios de força na melhora da extensão final do movimento em joelhos de mulheres com osteoartrose.
A avaliação da movimentação de extensão de joelho e a rigidez articular foram realizados por meio do vídeo-fluoroscopia antes e após 30 minutos de sessão.
A intervenção foi realizada nos dois grupos, com e sem OA nos joelhos e cada grupo tinha 5 sujeitos e o terapeuta que realizou as mobilizações era treinado e experiente.
Foram realizadas as seguintes manobras:
- A: Extensão completa com deslizamento antero-posterior (AP) grau IV;
- B: Extensão com Rotação externa de todo o membro inferior com deslizamento AP grau IV;
- C: Extensão com Rotação interna de todo o membro inferior com deslizamento AP grau IV;
- D: Extensão completa e deslizamento grau III;
- E: Rotação Externa da tíbia com estabilização do fêmur da mão proximal;
- F: Deslizamento em direção do valgo do joelho.
As mobilizações foram feitas durante 30 segundos de 2 a 8 séries conforme tabela 2. E os exercícios de força e alongamento estão descritos na tabela 3. Confesso que não entendi o porque dessas diferenças de séries e repetições entre os 10 sujeitos analisados.
Os resultados mostraram um aumento na extensão do joelho e uma diminuição da rigidez mais significativas no grupo com OA quando comparado com o grupo controle após uma única sessão de mobilização, o que suporta o uso da terapia manual nos pacientes com OA de joelho. Há necessidade de certa cautela em função do número reduzido de participantes do estudo.
Uma observação importante: De acordo com a regra do concavo-convexo na mobilização articular, o deslizamento antero-posterior na tíbia é usado para ganho de ADM na flexão e não na extensão. O estudo optou por fazer a manobra para ganhar extensão e diminuir a rigidez com efeitos positivos. Como foram feitos além da mobilização, alongamento e fortalecimento, não dá pra dizer categoricamente que a melhora foi em função da mobilização somente, por isso muito cuidado. Porém, eu, particularmente indicaria este protocolo para os pacientes de OA de joelho, acrescentando a tração longitudinal como manobra inicial, para ganho de espaço articular e mobilidade geral.
FONTE: TAYLOR, A et. al; Knee Extension and Stiffness in Osteoarthritic and Normal Knees: A Videofluoroscopic Analysis of the Effect of a Single Session of Manual Therapy; Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy | volume 44 | Number 4 | April 2014 |
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