quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Kinesio Taping na Dor Lombar 2

Aplicar o Kinesio Taping (KT) sem obedecer aos princípios de utilização de acordo com os seus criadores faz diferença na melhora da dor e incapacidade decorrentes de lombalgia? É isto que PARREIRA et al. buscaram responder num artigo publicado no Journal of Physiotherapy.
Cento e quarenta e oito sujeitos com dor lombar crônica não específica participaram do estudo. O grupo experimental recebeu 8 sessões, durante 4 semanas, de KT aplicados de acordo com o que preconiza o método, isto é, 10 a 15% de tensão com o sujeito em flexão anterior do tronco durante a colocação, e o grupo controle recebeu a mesma quantidade de sessões de KT, mas sem tensão. O estudo também se propôs a responder se havia alguma melhora após as 4 semanas e se a melhora se mantinha até 12 semanas. 

A figura abaixo mostra a colocação do KT nos músculos eretores espinhais, de acordo com o que preconiza o Kenzo Kinesio taping manual. Observe a convolução da fita após a aplicação (c). Dea cordo com o criador do método, Kenso Kase, esta convolução da fita aumenta o fluxo sanguíneo e linfático, auxiliando na redução da dor, por isso, a aplicação de tensão é considerado um importante fator para a eficiência do tratamento.

 Nesta figura está demonstrada a colocação nos sujeitos do grupo controle. O local, músculo eretor da espinha, foi o mesmo, porém sem obedecer o que preconiza a técnica. Não houve flexão do tronco durante a aplicação e por isso sem tensão. Observa-se que não há convolução da fita após a aplicação (c).
Para avaliar a dor foi aplicada uma escala visual de 11 pontos (0 a 10), com 0 correspondendo ausência de dor e 10 dor máxima. Na avaliação da função, foi utilizado o The Roland Morris Disability Questionnaire, composto de 24 itens que descreve as atividades diárias que os sujeitos encontram dificuldades de realizar. Quanto maior o número de atividades avaliadas, maior o nível de incapacidade.
Após 4 semanas de intervenção, ambos os grupos avaliados apresentaram pequenas reduções similares na dor e na incapacidade, sem diferenças estatísticas entre as duas condições de tratamento. Os resultados com e sem tensão (e convolução), tão importante para a eficiência, não mostrou diferenças quando comparado com a aplicação sem tensão, o que podemos concluir que não é a tensão o fator preponderante para o sucesso da terapia, o que muda a teoria que as convoluções da fita são parte do processo de melhora. Essas melhoras não se sustentaram após 12 semanas de intervenção, o que reforça a necessidade de uma intervenção mais completa, com exercícios por exemplo, para que os resultados se mantenha por um período mais prolongado.

FONTE: Parreira Pdo C; Kinesio taping to generate skin convolutions is not better than sham taping for people with chronic non-specific low back pain: a randomised trial.; June 2014 -Volume 60, Issue 2, Pages 90–96.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Testes do Quadril - Parte 1

Teste de Faber (Patrick)
O avaliado realiza um "4" com os MMII e o examinador estabiliza a crista ilíaca do lado estendido e com a outra mão na parte medial do joelho força a abdução e rotação externa. Dor na região antero-lateral do quadril indica disfunção no quadril, caso a dor se localize na parte posterior, provavelmente essa dor é de origem sacro-ilíaca.


Teste de Craig
O objetivo do teste é avaliar a anteversão ou retroversão femoral. O examinador localiza o trocânter maior e raliza a rotação interna do quadril até o momento que deixe de palpar o trocânter. Medir o ângulo formado entre a tíbia e uma linha vertical imaginária. Ângulos maiores indicam anteversão femoral.

Teste de Thomas
O objetivo do teste é avaliar possível encurtamento do Iliopsoas. O paciente faz flexão de quadril e joelho ("abraça a perna"), e se a perna contralateral se elevar da superfície, indica que o músculo está encurtado.  É importante comparar os lados em busca de encurtamentos assimétricos. Com a perna estendida posicionada fora da maca, se o joelho estender durante a manobra, neste caso o Reto Femoral estará encurtado.

Teste de Ober
O objetivo do teste é avaliar encurtamento da banda iliotibial. Realizar com o membro avaliado extensão do quadril. Se durante o teste o membro testado se mantiver suspenso após a manobra, indica teste positivo.

Teste do Piriforme
O objetivo é avaliar a síndrome do piriforme. O paciente é posicionado em decúbito lateral com o membro avaliado em flexão de quadril e com o pé apoiado na região posterior do joelho estendido. O avaliador força uma adução e rotação interna. O teste é positivo se o paciente relatar dor irradiada.

FONTE: Cadernos de Saúde - Manual de avaliação do sistema músculo-esquelético em Fisioterapia - COOPMED, 2000.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Osteoartrite de Joelho e Funcionalidade

A Osteoartrite (OA) é uma doença articular degenerativa que acomete 40% dos indivíduos acima de 70 anos causando alterações significativas que limitam a funcionalidade, tornando-se causa comum de incapacidades. Melhorar a capacidade funcional é fundamental para aumentar a independência tão importante para a saúde desta população. 
Como a idade, o gênero, o IMC e o uso de medicamentos influenciam na funcionalidade de indivíduos portadores de OA ? Essa resposta é que Santos et al tentaram responder num estudo publicado na Revista Fisioterapia e Pesquisa. Para isso foram recrutados 105 idosos com OA, sendo 32 homens (30,5%) e 73 mulheres (69,5%), com média de idade de 70,73±6,0 anos. Para avaliar a função foram utilizados dois instrumentos: O questionário WOMAC, que engloba questões envolvendo dor, rigidez articular e funcionalidade, onde o maior escore representa a pior condição do indivíduo. Possui versão traduzida e validada para a língua portuguesa e representa o padrão-ouro para avaliação de idosos com OA. O outro instrumento utilizado foi o Índice Algofuncional de Lequesne (previamente traduzido e validado para língua portuguesa), que contém 11 questões envolvendo dor, desconforto e limitação de função, com foco na limitação na dor e distância de caminhada.
Os resultados do estudo demonstraram que o gênero feminino apresentou os piores indicadores de funcionalidade em ambos os questionários. A idade não foi um fator que influenciou a função na amostra do estudo. O interessante é que este estudo também não mostrou influência do uso de medicamentos na melhora funcional dos idosos. Os medicamentos normalmente utilizados foram analgésicos, antiinflamatórios e novas drogas, tais como a associação Condroitina/Glicosamina, que teoricamente são capazes de modificar a evolução da degeneração articular, retardando assim a progressão da doença. A severidade da degeneração, avaliada radiograficamente, também não mostrou resultados, ou seja, joelhos em estágios mais avançados de degeneração não apresentavam uma piora significativa na função.
Segundo os autores: "Considerando que as alterações radiográficas identificadas nem sempre refletem a condição funcional, destaca-se que a classificação da severidade da doença baseada somente na análise radiográfica poderia levar ao uso inadequado da terapia medicamentosa, promovendo muitas vezes efeitos indesejados ou ineficácia da terapêutica.", e ainda "Nesse contexto, a utilização de questionários validados ou testes funcionais deveriam fazer parte da avaliação funcional de indivíduos acometidos por osteoartrite. Além disso, a inclusão desses indivíduos em programas de reabilitação, enfatizando a realização de exercícios para a melhora do equilíbrio, alongamento e fortalecimentos de grupos musculares mais acometidos, poderia ser uma medida viável para contribuir com a promoção de saúde de idosos com osteoartrite".
FONTE: Análise da funcionalidade de idosos com osteoartrite; Fisioter Pesq. 2015;22(2):161-168.


quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Kinesio Tapping para dor lombar

Artigo publicado na Revista Brasileira de Fisioterapia comparou o uso do Kinesio Tapping  (KT) com uma técnica placebo (uso do Micropore) em pacientes com dor lombar crônica inespecífica. Os pacientes deveriam apresentar uma dor de origem mecânica sem uma causa definida e com mais de 12 semanas de duração. Não deveriam estar em tratamento e nunca fizeram uso do KT. Os sujeitos foram divididos em três grupos: grupo KT, grupo Micropore e grupo controle, que não recebeu nenhuma intervenção. Foram 60 sujeitos que participaram do estudo. Os participantes dos dois primeiros grupos receberam o KT e o Micropore uma única vez e permaneceram com eles por 48 horas. O KT foi aplicado por um Fisioterapeuta experiente na aplicação da técnica (nível KT3 pela Kinesio Taping Association International). A avaliação foi feita antes da aplicação, 48 horas e 7 dias depois por um avaliador "cego". Foi avaliado a dor e a capacidade funcional por meio da Roland Morris Disability Questionnaire (RMDQ).
A tabela 2 mostra a média e o desvio padrão da intensidade da dor e da incapacidade dos grupos avaliados e a tabela 3 as comparações realizadas entre os grupos.
Embora o estudo mostrou melhora na incapacidade do grupo KT quando comparado com o controle, os autores relatam que a melhora foi tão pequena que pode ser considerado irrelevante clinicamente. É importante salientar que a melhora ocorreu somente nas primeiras 48 horas e desapareceu na avaliação após 7 dias. Todas as outras comparações não mostraram resultados significativos. Esses resultados parecem mostrar que os efeitos do uso do KT na pratica clínica em pacientes com dor lombar são decorrentes do efeito placebo da técnica, do fenômeno de regressão à média, da história natural da doença e de outros efeitos de confundimento. 

FONTE:  Luz MA Jr, Sousa MV, Neves LAFS, Cezar AAC, Costa LOP. Kinesio Taping is not better than placebo in reducing pain and disability in patients with chronic non-specific low back pain: a randomized controlled trial. Braz J Phys Ther.       http://dx.doi.org/10.1590/bjpt-rbf.2014.0128.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Mini-Bands

O uso de mini-bands é um ótimo recurso no treinamento, prevenção e reabilitação. Trabalha o fortalecimento funcional, por isso junta força e treino de equilíbrio.
Programa de fortalecimento de membros inferiores.
 

24 exercícios para todos os grandes grupamentos musculares.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Testes Ombro - Parte 2

Sinal de Hawkins
Estimular movimentos que comprimam o tendão do bíceps, Supraespinhoso e bursa Subacromial. O teste é positivo se o paciente relata dor após a rotação interna do ombro.

Sinal de Yocun
Mais um teste utilizado para diagnosticar síndrome do impacto. O paciente coloca sua mão no ombro não testado e eleva o braço ativa ou passivamente (auxílio do terapeuta). O teste é positivo se o paciente relatar dor na região anterior do ombro durante a manobra.

Sinal de Jobe
O paciente deve ser posicionada com os ombros a 90° de abdução, 30º de abdução horizontal e em rotação interna. O terapeuta realiza uma pressão para baixo com uma resistência imposta pelo paciente. O teste é positivo se o indivíduo relatar dor na região do tendão do supraespinhoso.

Teste Palm-Up
O teste serve para detectar tendinite do bíceps. O paciente fica com o ombro fletido a 90º e o cotovelo estendido e supinado. O terapeuta resiste à flexão do ombro e se este relatar dor no sulco bicipital, o teste pode ser considerado positivo.

Teste de Yergason
O teste para diagnosticar tendinite do bíceps mais conhecido. O teste é considerado positivo se o paciente relata dor durante uma supinação resistida com o cotovelo a 90°.

Manobra de Patte
Testa a integridade do músculo Infraespinhoso. Se houver dor ou perda de força durante o movimento de rotação externa do ombro, indica alteração neste músculo. Este teste deve necessariamente haver uma comparação com o lado contra-lateral.

Teste de Força para o Subescapular
O indivíduo coloca o dorso da mão na lombar e o terapeuta solicita que o individuo afaste suas mãos. Observar se há dificuldade em realizar a manobra e comparar se existe diferença entre os lados.

FONTE: Cadernos de Saúde - Manual de avaliação do sistema músculo-esquelético em Fisioterapia - COOPMED, 2000.