As principais alterações posturais, hiperlordose, hipercifose, retificação e escoliose, são apontadas como causadoras de dor lombar decorrentes de sobrecargas assimétricas e contínuas, levando a uma lesão por estresse excessivo. A interdependência dos membros inferiores com o tronco pode ser a causa destas alterações, ou seja, uma alteração no membro inferior pode gerar alterações na coluna vertebral e vice-versa.
Segundo Bricot, no seu livro "Posturologia", as alterações no pé podem ser responsáveis por desequilíbrios posturais ou se adaptar às alterações posturais presentes. O autor quer dizer com isso, que os pés podem causar as alterações ou sofrer com elas, reforçando a ideia dita anteriormente sobre a interdependência. Os pacientes com pés planos podem apresentar alterações posturais como o calcâneo valgo, rotação interna dos eixos tibiais e femorais, geno valgo, anteversão dos ilíacos, hipercifose torácica, hiperlordose cervical e aumento da lordose lombar. O pé cavo por sua vez pode gerar alterações como o tálus varo, rotação externa tibial e femoral, genu varo e/ou recurvatum, pressão anterior sobre o acetábulo, retroversão do ilíaco, verticalização do sacro, diminuição da lordose e dorso plano.
Na análise das evidências científicas, a opinião de especialistas é a que representa a menor força. Os estudos experimentais ou observacionais devem ser utilizados como referência para testar as teorias destes renomados profissionais e com isso comprovar suas observações. Não necessariamente suas opiniões são verdadeiras e por isso devemos ser cautelosos na aplicação clínica destas opiniões. Não quero dizer com isso que não devem ser levadas em consideração, pois suas observações são decorrentes de anos de experiência profissional, mas na pratica clínica baseada em evidências, é preciso cautela.
Borges et al. (2013) avaliaram, através da análise de correlação, a angulação da lordose lombar com a curvatura dos pés em mulheres com dor lombar. Fizeram parte do estudo 18 mulheres com idade entre 20 e 40 anos, que foram avaliadas por meio da biofotogrametria (avaliação da postura) e da fotopodoscopia (avaliação dos arcos dos pés).
Para análise estatística foi realizado uma correlação de Pearson, por tratar-se de dados com uma distribuição normal. O resultado foi uma correlação negativa entre o arco plantar e a angulação da coluna (r=-0,71 e p=0,0048),
Quanto maior os ângulos da lombar avaliados, mais retificada a coluna, e quanto menores as impressões plantares, mais cavo era o pé. Então segundo o resultado, houve uma correlação significativa entre aumento na curvatura lombar e pé plano e entre retificação e pé cavo em mulheres com queixa de dor lombar. Confirmando o que foi dito por Bricot no seu livro.
Os autores também avaliaram a dor por meio da escala visual analógica (EVA), e encontraram que nos sujeitos com pé cavo e retificação lombar a dor era mais intensa em relação aos demais.
Estes achados reforçam a necessidade de avaliar os pés, que são a base de sustentação, em pacientes com alterações posturais. Diversos procedimentos são descritos no tratamento das alterações dos pés, entre eles destacam as bandagens, o fortalecimento e alongamento dos músculos e tecidos que sustentam o arco longitudinal e o uso de palmilhas. Estas devem ser prescritas de maneira individual mediante uma avaliação criteriosa, repeitando as alterações que são características do indivíduo avaliado. É importante dizer que ainda não há consenso na literatura sobre a eficácia destes tratamentos, principalmente as palmilhas, mas este assunto ficará para um próximo post.
Fonte: CORRELAÇÃO ENTRE ALTERAÇÕES LOMBARES E MODIFICAÇÕES NO ARCO PLANTAR EM MULHERES COM DOR LOMBAR - Acta Ortop Bras. 2013;21(3):135-8.
Segundo Bricot, no seu livro "Posturologia", as alterações no pé podem ser responsáveis por desequilíbrios posturais ou se adaptar às alterações posturais presentes. O autor quer dizer com isso, que os pés podem causar as alterações ou sofrer com elas, reforçando a ideia dita anteriormente sobre a interdependência. Os pacientes com pés planos podem apresentar alterações posturais como o calcâneo valgo, rotação interna dos eixos tibiais e femorais, geno valgo, anteversão dos ilíacos, hipercifose torácica, hiperlordose cervical e aumento da lordose lombar. O pé cavo por sua vez pode gerar alterações como o tálus varo, rotação externa tibial e femoral, genu varo e/ou recurvatum, pressão anterior sobre o acetábulo, retroversão do ilíaco, verticalização do sacro, diminuição da lordose e dorso plano.
Na análise das evidências científicas, a opinião de especialistas é a que representa a menor força. Os estudos experimentais ou observacionais devem ser utilizados como referência para testar as teorias destes renomados profissionais e com isso comprovar suas observações. Não necessariamente suas opiniões são verdadeiras e por isso devemos ser cautelosos na aplicação clínica destas opiniões. Não quero dizer com isso que não devem ser levadas em consideração, pois suas observações são decorrentes de anos de experiência profissional, mas na pratica clínica baseada em evidências, é preciso cautela.
Borges et al. (2013) avaliaram, através da análise de correlação, a angulação da lordose lombar com a curvatura dos pés em mulheres com dor lombar. Fizeram parte do estudo 18 mulheres com idade entre 20 e 40 anos, que foram avaliadas por meio da biofotogrametria (avaliação da postura) e da fotopodoscopia (avaliação dos arcos dos pés).
Para análise estatística foi realizado uma correlação de Pearson, por tratar-se de dados com uma distribuição normal. O resultado foi uma correlação negativa entre o arco plantar e a angulação da coluna (r=-0,71 e p=0,0048),
Quanto maior os ângulos da lombar avaliados, mais retificada a coluna, e quanto menores as impressões plantares, mais cavo era o pé. Então segundo o resultado, houve uma correlação significativa entre aumento na curvatura lombar e pé plano e entre retificação e pé cavo em mulheres com queixa de dor lombar. Confirmando o que foi dito por Bricot no seu livro.
Os autores também avaliaram a dor por meio da escala visual analógica (EVA), e encontraram que nos sujeitos com pé cavo e retificação lombar a dor era mais intensa em relação aos demais.
Estes achados reforçam a necessidade de avaliar os pés, que são a base de sustentação, em pacientes com alterações posturais. Diversos procedimentos são descritos no tratamento das alterações dos pés, entre eles destacam as bandagens, o fortalecimento e alongamento dos músculos e tecidos que sustentam o arco longitudinal e o uso de palmilhas. Estas devem ser prescritas de maneira individual mediante uma avaliação criteriosa, repeitando as alterações que são características do indivíduo avaliado. É importante dizer que ainda não há consenso na literatura sobre a eficácia destes tratamentos, principalmente as palmilhas, mas este assunto ficará para um próximo post.
Fonte: CORRELAÇÃO ENTRE ALTERAÇÕES LOMBARES E MODIFICAÇÕES NO ARCO PLANTAR EM MULHERES COM DOR LOMBAR - Acta Ortop Bras. 2013;21(3):135-8.
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