terça-feira, 9 de novembro de 2010

Padrão de ativação muscular e Lesões

Existe uma relação importante entre o padrão de ativação muscular e as disfunções do sistema músculo-esquelético. Cada músculo ou grupamento muscular é responsável por uma função na realização de um movimento, alguns desempenham um papel mobilizador principal, outros auxiliam estes músculos fazendo o papel de sinergistas e outros participam da função estabilizadora. Para que o movimento ocorra sem causar lesões é preciso haver uma coordenação perfeita de todos eles, precisam ser ativados na hora certa, no momento certo com a intensidade certa. Hábitos posturais viciosos, movimentos repetitivos e sedentarismo, podem causar nos grupamentos musculares a diminuição da força, da flexibilidade, o aumento da rigidez e alterações no padrão de ativação neural, ou seja, os músculos podem atrasar a sua ação prejudicando o movimento. Este movimento pode ser realizado, o que na maioria das vezes ocorre, mas a forma com que ocorre pode ser lesiva, causando microtraumas.
A extensão do quadril na posição prono pode ser usada como exemplo. Neste movimento há a participação dos isquiotibiais, eretores espinhais e glúteo máximo. Se houver um padrão de ativação muscular que priorize a ação dos isquiotibiais sem a participação dos estabilizadores da coluna lombar, que são os eretores espinhais e a do glúteo que além de auxiliar a extensão também estabiliza a pelve, ocorrerá um movimento excessivo, e por isso indesejável, nas vértebras lombares. Existem algumas evidências que os pacientes com lombalgia crõnica inespecifica apresentam alteração no padrão de ativação muscular no movimento de extensão do quadril na posição prono, estes pacientes acionam os extensores adiantados em relação aos estabilizadores.
Artigo publicado na Revista Brasileira de Fisioterapia fez uma análise eletromiográfica justamente deste movimento, e não encontrou diferença significativa entre indivíduos saudáveis e portadores de lombalgia. Apesar dos resultados não confirmarem a teoria exposta acima, os próprios autores reconhecem a necessidade de novas pesquisas. Teoria é uma coisa, comprovação é outra, por isso continuamos tentando entender as causas para que o tratamento proposto seja cada vez melhor. Lembre-se que existem outros estudos que mostram resultados diferentes, há a dúvida, somente muita pesquisa vai responder e dizer quem está certo.

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