terça-feira, 6 de março de 2012

Síndrome do Impacto e Exercícios

A síndrome do Impacto no ombro (Subacromial Impigement Syndrome) é uma das lesões musculo-esqueléticas mais comuns que possui múltiplas causas. Várias estruturas, como a bursa subacromial, os tendões do manguito rotador, o acrômio, o ligamento coraco-acromial e o tendão da cabeça longa do bíceps estão envolvidas na patogênese da disfunção. Vários fatores tem sido citados como causadores desta lesão, como disfunção nos movimentos do ombro, rigidez capsular, alteração postural (ombro protuso) e movimentos repetitivos. 
Os tratamentos propostos vão desde o uso de anti-inflamatório (oral e por meio de infiltração) e fisioterapia, até a artroscopia para descompressão subacromial. As evidências não são consistentes quanto a eficiência dos exercícios na reabilitação da síndrome. Diversas pesquisas apontam para o uso do exercício como primeiro passo no tratamento, porém a melhor estratégia de exercício não apresenta um consenso.
Artigo publicado na BMJ 2012 comparou a eficiência de exercícios específicos para os músculos do manguito rotador e os estabilizadores da escápula, comparado com exercícios que os autores chamaram de não específicos. O programa de exercícios focou no fortalecimento excêntrico do manguito rotador e fortalecimento concêntrico e excêntrico dos estabilizadores da escápula (porção média e inferior do trapézio, além dos rombóides e do serrátil anterior). Cada exercício foi repetido 15 vezes em três séries, duas vezes por dia durante 8 semanas. A progressão dos exercícios foi feita por meio de pesos livres e faixa elástica. O grupo controle realizou seis exercícios para pescoço e ombros sem carga externa (abdução, retração e elevação do ombro, mais movimentos do pescoço e alongamento do trapézio e peitoral).
Noventa e sete pacientes participaram da pesquisa. Nenhuma diferença foi observado no início do tratamento, já no final do tratamento, o grupo que realizou os exercícios específicos tiveram um resultado significativamente maior que o grupo controle, na função e na diminuição da dor avaliados pelo Constant-Murley score, reduzindo a necessidade de uma intervenção cirúrgica.


Nenhum comentário:

Postar um comentário