terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Treino de Resistência em Idosos


Treinamento de resistência progressiva pode ajudar o idoso a recuperar a função para que ele possa funcionar de forma independente na comunidade novamente?
A força muscular, a quantidade de força que um músculo pode produzir, está associado com atividades funcionais. Perda da força está associada com baixa velocidade de marcha, baixa resistência, incapacidade de se levantar de uma cadeira, risco de quedas, incapacidade e fragilidade. Homens e mulheres demonstram diferentes trajetórias na perda muscular, com perda mais gradual de força nos homens e mais dramático nas mulheres após a menopausa (ROLLAND,2008). O treinamento de resistência(TR) é usado para neutralizar os efeitos da perda de massa muscular. É uma forma de exercício em que o músculo contrai contra uma carga externa. Alguns dos equipamentos utilizados são: peso livre, peso corporal, aparelhos de musculação e faixas elásticas. Revisão publicada no Physical Therapy (CLIQUE AQUI) incluiu 121 ensaios clínicos e mais de 6700 idosos. Quando comparado com o grupo controle, o treino de resistência, segundos os autores, apresentou um pequeno mais significativo efeito do TR na melhora da capacidade funcional e do equilíbrio, e também uma melhora significativa na força muscular. O TR progressivo melhorou também a capacidade aeróbica. Os autores concluíram que o treino de força feito de 2 a 3 vezes por semana reduz a incapacidade funcional e melhora a capacidade de realização de determinadas AVD's, como a velocidade de marcha e o tempo de levantar de uma cadeira. Poucos efeitos adversos foram relatados, e quando foram, a dor muscular e articular foram os mais comuns.

Aplicando a evidência em um estudo de caso:
Sra Smith, 86 anos, história clinica de queda com rompimento dos músculos do manguito rotador em consequência da queda, cardiomegalia, osteoartrose bilateral e anemia. Paciente lúcida e orientada, cognitivamente normal. Sinais vitais: FC 88 bpm, PA 120X82 e FR 20 ipm. As limitações funcionais incluem diminuição da força muscular, equilíbrio, diminuição na velocidade de marcha, necessidade de auxílio para realização das AVD's e risco de queda. O TUG ("Time-up-go") foi de 53 segundos (< 30 seg sugere dependência). Requer supervisão para levantar da cadeira e subir e descer degraus. Sua velocidade de marcha foi de 0.28 m/s (o normal é pelo menos1 m/s). Score para avaliação do risco de quedas igual a 14 (> 10 sugere alto risco de quedas).
Como os resultados da revisão podem ser aplicadas na Sra Smith?
A Sra Smith entrou num programa domiciliar de exercícios duas vezes por semana. O TR foi realizado nas extremidades superior e inferior com pesos livres em 2 séries de 6 a 10 repetições até a fadiga. A carga foi aumentada gradualmente de acordo com a melhora nas reavaliações. Foi feito também treino de marcha, subir e descer escadas e levantar da cadeira. O treino foi realizado durante 7 sessões.
Resultados:
Aumento de 100% na força muscular, diminuição de 27 seg. no TUG, a velocidade de marcha aumentou para 0.38 m/s, passou a realizar as transferências de forma independente. O TR contribuiu para o aumento da independência funcional.


Os autores concluem que os achados desta revisão podem ser aplicados em idosos com idade superior a 80 anos, saudáveis ou com problemas de saúde.

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