terça-feira, 4 de agosto de 2015

Alongamento do Peitoral Menor

Para um bom funcionamento do ombro é necessário um correto sincronismo entre os movimentos das diversas articulações que o compõem, entre elas a articulação entre a escápula e o tórax, o chamado ritmo escapulo-torácico. Portanto, uma alteração em qualquer estrutura periescapular ocasiona uma alteração importante e por isso são foco de intervenção preventiva ou reabilitadora.


Uma destas estruturas que podem interferir nos movimentos normais é o peitoral menor (PM), especialmente quando este está encurtado. A diminuição na flexibilidade do PM altera os movimentos de rotação pra cima, rotação externa e "tilt" posterior da escápula, levando a uma alteração na discinesia escapular e causando lesões, sendo a síndrome do impacto a mais importante.

Uma das intervenções propostas no tratamento desta rigidez muscular é o alongamento, tanto como forma preventiva como reabilitadora. Diversas técnicas de alongamento são descritas na literatura e a sua eficiência ainda apresenta resultados contraditórios. Duas técnicas passivas de alongamento foram testadas em 29 atletas de natação (4 homens e 25 mulheres) e os efeitos agudos, ou seja, em apenas uma sessão, nos movimentos da escápula foram avaliados. Os sujeitos foram divididos em 3 grupos: GC (Grupo Controle), Técnica 1 e Técnica 2. Ambos os ombros sofreram intervenção.

Foram realizados 2 repetições com 30 segundos cada. Após esta intervenção foram repetidas as medidas de comprimento muscular e cinemática escapular. 
Os resultados mostraram que a Técnica 2 obteve resultados significativos em relação ao GC e que o tamanho do efeito foi considerado pequeno ou moderado (40%). Em relação à cinemática não houve alterações significativas. A Técnica 1 não mostrou eficiência nem no comprimento e na cinemática.

É importante chamar atenção que foram realizadas apenas 2 repetições e que os efeitos avaliados foram logo após ao alongamento, por isso cautela com os resultados. O que podemos observar é que parece que a segunda técnica mostrou ser mais eficiente, o que eu particularmente acredito ser verdade. Quanto aos resultados da cinemática, esperava que os resultados, mesmo que positivos dos alongamentos, não trouxessem alterações, pois o controle motor adequado para um perfeito movimento depende de mais do que diminuição na flexibilidade. É preciso um treino específico de coordenação como no vídeo já mostrado aqui.

FONTE: The International Journal of Sports Physical Therapy | Volume 8 - Number 1 | February 2013 - Page 31

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