terça-feira, 22 de setembro de 2015

Avaliação da ADM cervical

Avaliar a amplitude de movimento (ADM) de qualquer articulação é fundamental para o diagnóstico de disfunções músculo-esqueléticas, analisar a progressão destas disfunções e evolução do tratamento. Na avaliação, a ferramenta utilizada deve ser confiável para que a medida seja precisa e que possa ser reproduzida por diversos avaliadores. O dispositivo Cervical Range of Motion (CROM) é uma ferramenta que mede a ADM cervical com níveis excelentes de confiabilidade quando comparados com a radiografia, que é considerada padrão-ouro neste tipo de medida. Porém, a desvantagem, vem do fato de ser um equipamento de alto custo.
Na prática clínica um aparelho utilizado é o Flexímetro, um goniômetro gravidade-dependente de baixo custo e de fácil manuseio que avalia a ADM de diversas articulações. Sua confiabilidade foi testada, tendo como parâmetro o CROM, num artigo publicado na Revista Brasileira de Fisioterapia em 2010 por FLORÊNCIO LL, et. al. Os objetivos do estudo foram verificar a concordância entre as medidas de ADM cervical obtidas com o CROM e com o Flexímetro e, adicionalmente, verificar a confiabilidade intra e interexaminadores de ambas as ferramentas. Para isso foram recrutados 20 voluntários do sexo feminino assintomáticas e três avaliadores, que foram treinados na utilização dos instrumentos durante duas semanas antes do estudo. Os critérios de exclusão foram ter idade menor que 18 anos e apresentar história de trauma, cirurgia ou qualquer outra disfunção da região cervical.
O estudo mostrou excelentes resultados de confiabilidade para todos os movimentos, com exceção da flexão e rotação à esquerda, que apresentaram resultados considerados moderados. Os resultados inter e intraexaminadores também ficaram entre moderados e excelentes. Os autores concluíram que o Flexímetro se mostrou uma ferramenta confiável e de fácil aplicação a baixo custo durante a pratica clínica. Os autores também relatam que o estudo tem como limitação, o fato dos sujeitos serem assintomáticos e que os resultados tem sua reprodução em outros sujeitos não garantidos.
FONTE: Concordância e confiabilidade de dois métodos não-invasivos para a avaliação da amplitude de movimento cervical em adultos jovens; Rev Bras Fisioter, São Carlos, v. 14, n. 2, p. 175-81, mar./abr. 2010


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