sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Osteoartrite de Joelho e Funcionalidade

A Osteoartrite (OA) é uma doença articular degenerativa que acomete 40% dos indivíduos acima de 70 anos causando alterações significativas que limitam a funcionalidade, tornando-se causa comum de incapacidades. Melhorar a capacidade funcional é fundamental para aumentar a independência tão importante para a saúde desta população. 
Como a idade, o gênero, o IMC e o uso de medicamentos influenciam na funcionalidade de indivíduos portadores de OA ? Essa resposta é que Santos et al tentaram responder num estudo publicado na Revista Fisioterapia e Pesquisa. Para isso foram recrutados 105 idosos com OA, sendo 32 homens (30,5%) e 73 mulheres (69,5%), com média de idade de 70,73±6,0 anos. Para avaliar a função foram utilizados dois instrumentos: O questionário WOMAC, que engloba questões envolvendo dor, rigidez articular e funcionalidade, onde o maior escore representa a pior condição do indivíduo. Possui versão traduzida e validada para a língua portuguesa e representa o padrão-ouro para avaliação de idosos com OA. O outro instrumento utilizado foi o Índice Algofuncional de Lequesne (previamente traduzido e validado para língua portuguesa), que contém 11 questões envolvendo dor, desconforto e limitação de função, com foco na limitação na dor e distância de caminhada.
Os resultados do estudo demonstraram que o gênero feminino apresentou os piores indicadores de funcionalidade em ambos os questionários. A idade não foi um fator que influenciou a função na amostra do estudo. O interessante é que este estudo também não mostrou influência do uso de medicamentos na melhora funcional dos idosos. Os medicamentos normalmente utilizados foram analgésicos, antiinflamatórios e novas drogas, tais como a associação Condroitina/Glicosamina, que teoricamente são capazes de modificar a evolução da degeneração articular, retardando assim a progressão da doença. A severidade da degeneração, avaliada radiograficamente, também não mostrou resultados, ou seja, joelhos em estágios mais avançados de degeneração não apresentavam uma piora significativa na função.
Segundo os autores: "Considerando que as alterações radiográficas identificadas nem sempre refletem a condição funcional, destaca-se que a classificação da severidade da doença baseada somente na análise radiográfica poderia levar ao uso inadequado da terapia medicamentosa, promovendo muitas vezes efeitos indesejados ou ineficácia da terapêutica.", e ainda "Nesse contexto, a utilização de questionários validados ou testes funcionais deveriam fazer parte da avaliação funcional de indivíduos acometidos por osteoartrite. Além disso, a inclusão desses indivíduos em programas de reabilitação, enfatizando a realização de exercícios para a melhora do equilíbrio, alongamento e fortalecimentos de grupos musculares mais acometidos, poderia ser uma medida viável para contribuir com a promoção de saúde de idosos com osteoartrite".
FONTE: Análise da funcionalidade de idosos com osteoartrite; Fisioter Pesq. 2015;22(2):161-168.


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