sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Fascite Plantar em Corredoras

A fascite plantar é um patologia do pé muito comum. Foi a terceira lesão com maior incidência em  um estudo prospectivo com corredores publicado em 2002, com uma incidência de 7,9%.

Por falar em Incidência, você sabe a diferença entre INCIDÊNCIA e PREVALÊNCIA?
A figura acima explica de maneira muito didática essa diferença. A incidência é proporção de novos casos, enquanto a prevalência é o número de casos já existentes. A prevalência pode diminuir com a cura da patologia ou com o óbito.Então, o aparecimento de novos casos por ano de fascite plantar em corredores fica em torno de 7,9%.

A fáscia plantar é um importante tecido na manutenção do arco plantar longitudinal medial e desempenha uma função de absorção de choque durante a caminhada e corrida. A inflamação da fáscia plantar é o que caracteriza a fascite plantar.
A pronação excessiva do pé, a diminuição na dorsiflexão e a carga excessiva tem sido citados na literatura como possíveis causadores da fascite, porém com estudos que mostram resultados contraditórios, ora corroborando, ora não indicando nenhuma relação.
Estudo publicado na Clinical Journal Sport Medicine avaliou 25 corredoras com histórico de pelo menos uma vez de fáscite plantar e 25 corredoras sem histórico da lesão. Foram medidos a dorsiflexão do tornozelo com o joelho estendido e fletido, usando um goniômetro; o valgo do calcâneo, que é uma medida da pronação do retropé; a força de reação do solo e por fim o arco plantar longitudinal medial. As últimas medidas foram avaliadas durante a corrida.
Os resultados do estudo sugerem que os corredores com história de fascite plantar apresentaram maior amplitude de movimento de dorsiflexão passiva no tornozelo, bem como menores valgo do calcâneo e arcos plantares em comparação com indivíduos do grupo controle. Além disso, exibiram medidas cinemáticas do plano sagital e frontal similares durante a corrida e picos de impacto vertical e  taxas de carga maiores no grupo com fascite plantar. Os resultados da dorsiflexão estão em desacordo com a maioria dos achados da literatura. Porém neste estudo não foram excluídos os sujeitos que já estivessem passados por algum tipo de tratamento, lembrando que o treino de flexibilidade é um importante componente do tratamento fisioterapêutico. O menor arco plantar dos sujeitos com fascite, reforça a ideia que o problema é mais relacionado ao médio pé que o retropé. O valgo do retropé menor encontrado no estudo pode ser explicado pela dorsiflexão maior, já que tem sido proposto, que a pronação excessiva pode ocorrer devido a uma diminuição da dorsiflexão como compensação.
Para concluir o menor arco plantar associado à maior descarga de peso foram associadas a história de fascite plantar em corredores femininos.

FONTE: Pohl, MB; Biomechanical and Anatomic Factors Associated With a History of Plantar Fasciitis in Female Runners; Clin J Sport Med; Volume 0; Number 0; Month 2009.

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